O Santander vai realizar o pagamento adiantado do salário na sexta-feira 13. Neste ano a compensação será antecipada porque dia 15 – data em que tradicionalmente os funcionários do banco espanhol recebem a remuneração do último mês do ano – cai no domingo.
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Contraf-CUT discute demissões do Santander com MTE nesta quinta
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se reúnem nesta quinta-feira (12), às 11h30, com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias Nascimento Melo, em Brasília, para discutir os problemas de emprego no Santander. O encontro foi agendado pelo movimento sindical, procurando apoio do poder público diante das demissões que não param no banco espanhol.
Lucros, rotatividade e corte de empregos
Mesmo com o lucro líquido de R$ 4,3 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, o Santander demitiu milhares de trabalhadores e extinguiu 3.414 empregos no mesmo período. Apenas no terceiro trimestre, a instituição eliminou 1.124 postos de trabalho.
Nos últimos 12 meses, a redução alcançou 4.542 vagas, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários que ficou em 50.578 em setembro, segundo análise do Dieese.
Demissões em massa
Há exatamente um ano, os bancários estiveram no MTE denunciando a ocorrência de demissões em massa no Santander. Embora negadas pelo banco, elas acabaram sendo confirmadas após a entrega dos dados do Caged pelo banco ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A instituição dispensou 1.175 funcionários sem justa causa em dezembro, o que provocou a extinção de 975 vagas.
Este ano, conforme os balanços trimestrais publicados pelo banco, o fechamento de postos de trabalho foi permanente e muito maior, extinguindo 3.414 empregos até setembro, o que é injustificável. O Santander é hoje o banco que mais está demitindo no Brasil, superando o Itaú.
Condições precárias de trabalhoCom tantas demissões, faltam caixas e coordenadores na rede de agências, provocando sobrecarga de serviços, desvio de função, assédio moral, estresse, insegurança e adoecimento de bancários, piorando as condições de trabalho e prejudicando o atendimento aos clientes.
Homologações com prepostos terceirizadosCom a falta de pessoal na rede de agências e para reduzir custos, o banco deixou de enviar funcionários do banco como prepostos nas homologações junto à maioria dos sindicatos, passando a utilizar terceirizados.
A medida tem sido rejeitada pelas entidades sindicais, uma vez que a admissão e o desligamento são atividades-fim das empresas, não cabendo a terceirização.
A assessora jurídica da Contraf-CUT, Deborah Blanco, observa também que "a súmula 377 do TST deixa muito claro que, à exceção das reclamações trabalhistas de domésticas, microempresas ou empresas de pequeno porte, todos os demais casos se exige que o preposto seja empregado da empresa".
Demissões não são "normais"O problema do emprego foi discutido no último dia 28 com o vice-presidente executivo sênior do Santander, José Paiva, responsável pela área de Recursos Humanos (RH). Ele reconheceu que estão acontecendo dispensas e que continuarão ocorrendo, dizendo que são "normais". Os dirigentes sindicais rebateram, afirmando que para os trabalhadores, principais responsáveis pelos lucros bilionários do banco, são anormais e nada contribuem para melhorar o atendimento e a eficiência da instituição.
Milhões para executivosEnquanto milhares de trabalhadores e trabalhadoras perdem seus empregos, altos executivos do banco ganham milhões de reais por ano, o que é totalmente descabido e inaceitável.
Cada diretor do Santander embolsou, em média, R$ 5,62 milhões no ano passado, o que significa 119,2 vezes o salário de um caixa do banco, segundo estudo do Dieese. Para ganhar a remuneração mensal de um executivo, esse caixa tem que trabalhar 10 anos no banco, o que é um absurdo.
Queremos emprego decenteOs trabalhadores irão solicitar o apoio do MTE para que parem as demissões, a rotatividade, o corte de empregos e a terceirização dos prepostos nas homologações do Santander. Querem emprego decente e que o banco amplie as contratações para garantir condições dignas de trabalho e atendimento de qualidade aos clientes.
Fonte: Contraf-CUT
Contraf-CUT discute demissões do Santander com MTE no dia 12
Bancários se reúnem com vice do Santander e cobram fim das demissões
Bancários do ABC protestam contra falta de respeito com bancários do Santander
Nesta quarta-feira, 27, os bancários do ABC, com intuito de mostrar a população a atual situação do Santander, realizaram em São Bernardo do Campo, uma atividade com faixas e carro de som na rua Marechal Deodoro.
Próximo às agências do banco, eram exibidas faixas nos cruzamentos das vias com os dizeres: “Santander discrimina e demite funcionários” e “O Brasil sustenta o Santander com 25% do lucro mundial e o retorno vem com demissões de Brasileiros”. Enquanto isso, pelas ruas centrais circulava carro de som com um spot que apontava a situação do banco e o estilo de administrar da empresa.
“Não é admissível que com lucro de 4 bilhões o banco demita mais de 4 mil e 500 brasileiros em 1 ano eliminando nos últimos três meses 1.124 postos de trabalho no Brasil”, disse Orlando Puccetti Júnior, diretor do Sindicato e funcionário do banco.
“Com terceirizações, metas abusivas para funcionários, demissões de funcionários adoecidos e plano de saúde discriminatório para seus aposentados, o banco mostra a total falta de respeito com os trabalhadores e clientes e, por isso, está em primeiro lugar do ranking de reclamações de clientes no Banco Central”, explica Ageu Ribeiro, diretor do Sindicato e funcionário do Santander.
O sindicato continuará cobrando e denunciando o banco para que melhore as condições de trabalho e respeite seus funcionários e pede aos funcionários que denunciem abusos por parte da empresa.