O Santander divulgou na última terça-feira (5) mensagem aos funcionários anunciando reajuste médio de 28,5% nos planos de assistência médica da Bradesco Saúde, bem como novas regras que entraram em vigor no mesmo dia, sem qualquer negociação prévia com as entidades sindicais. As mudanças valem também para os vinculados aos planos da Unimed. Só não se aplicam à Cabesp.
"Mais uma vez, o banco espanhol tratou com enorme descaso o movimento sindical, a exemplo das demissões que não pararam nem mesmo durante a greve e de outras tantas mudanças implantadas sem diálogo, como a migração do plano de previdência complementar do antigo HolandaPrevi que reduziu a contribuição do Santander aos participantes", critica o funcionário do banco e secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Como ficam as mensalidades
Os valores dos planos médicos, segundo o banco, serão reajustados com base na variação dos custos médicos e hospitalares. No caso dos assistidos pelo Bradesco Saúde a contribuição individual mensal de cada funcionário ou estagiário, de acordo com a elegibilidade pelo nível, será de:
- Plano Bronze: de R$ 10,88 para R$ 13,97 - Plano Prata: de R$ 38,07 para R$ 49,05 - Plano Ouro: de R$ 54,39 para R$ 69,87 - Plano Platina: de R$ 130,52 para R$ 167,68 - Plano Diamante: de R$ 217,54 para R$ 279,61
Tarifaço nos aposentados
Além de aumentos bem acima da inflação dos últimos dois anos, as alterações unilaterais trazem impactos no perfil dos custos dos planos.
O banco alega que implantou a nova regra da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de cobrança de mensalidade do plano médico por faixa etária.
No caso dos funcionários na ativa, a nova regra não muda a forma de cobrança. Já os funcionários demitidos ou aposentados que atendam às condições da lei nº 9656/98 e que optem por permanecer no plano médico deverão assumir o pagamento integral do respectivo custo, elevando assustadoramente as contribuições.
"O que se observa é todo um esforço no sentido de disfarçar um aumento brutal no custo da assistência médica dos aposentados e demitidos, com o claro objetivo de inviabilizar a permanência dos mesmos na apólice, já que poucos terão condições financeiras de suportar o cavalar aumento imposto para essa população", denuncia o funcionário do banco e diretor do sindicato dos Bancários do ABC, Orlando Puccetti Júnior.
O banco abandonou a antiga prática de estipular o valor de participação do funcionário em função dos níveis hierárquicos, prática que era adotada pelo ABN, e passou a estipular valores em função da faixa etária. "Trata-se de alterações que irão atingir duramente os aposentados e tornar proibitiva a migração daqueles que irão se aposentar no futuro", alerta Orlando.
Upgrade e downgrade dos planos
O banco também comunicou que até o dia 20 de dezembro é possível solicitar a alteração do plano fazendo upgrade ou downgrade da categoria atual, sem carência.
Para tanto, o funcionário deve conhecer os critérios de elegibilidade e regras para inclusão de dependentes. Para realizar as alterações, basta acessar Intranet > As Pessoas > Portal RH > Benefícios > Meus Benefícios > Assistência Médica > Atualize seu plano, dependente e agregado.
Caso nenhuma alteração seja solicitada, o benefício permanece inalterado.
Comitê de Relações Trabalhistas
As mudanças unilaterais nos planos de assistência médica estarão na pauta da reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander, que ocorre na próxima terça-feira (19), às 14h, em São Paulo.
"Vamos cobrar respeito, diálogo, participação e transparência em todos os assuntos que envolvem os empregos e direitos dos funcionários e aposentados do Santander", ressalta Ademir.
Fonte: Contraf-CUT