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O Itaú anunciou nesta terça-feira 4 lucro líquido recorrente de R$ 15,836 bilhões em 2013, o maior resultado da história do sistema financeiro nacional, que representa crescimento de 12,8% em relação ao ano anterior. A lucratividade (lucro líquido sobre patrimônio líquido) foi de 20,7%, o dobro da média do sistema financeiro mundial. Apesar disso, o Itaú fechou 2.734 postos de trabalho em 2013, quando a economia brasileira gerou 1,1 milhão de novos empregos com carteira assinada.

Esse resultado, somado com o do Bradesco e do Santander, mostra que os três maiores bancos privados que operam no país lucraram R$ 34 bilhões e fecharam 10.001 postos de trabalho em 2013.

"Esse tipo de comportamento não pode mais ser tolerado pela sociedade brasileira. Os bancos são os mais rentáveis de toda a economia brasileira e de todo o sistema financeiro internacional. E dentre os bancos, o Itaú é um dos que tem a maior rentabilidade. Fechar postos de trabalho nesse cenário amplamente favorável é boicotar o desenvolvimento econômico e social do país e jogar contra o país", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

O principal desafio dos bancários em 2014 é lutar contra as demissões, por mais contratações e pelo fim da rotatividade e das terceirizações, como forma de proteger e ampliar o emprego.

Para o presidente da Contraf-CUT, além do fechamento de postos de trabalho, há outros fatos a indicar que o Itaú joga contra o desenvolvimento econômico e social do país, entre os quais o de liderar a campanha de terrorismo econômico para forçar o Banco Central a elevar a taxa Selic e impor a agenda neoliberal ao governo federal.

Os mais recentes exemplos vêm do economista-chefe do banco, Ilan Goldfajn. Além de defender, em artigos de jornais, que o governo tome medidas de austeridade para provocar demissões e reduzir a massa salarial, durante o recém-concluído Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, disse ao jornal Financial Times que o Brasil não tem uma economia estável e sustentável. "É essa economia instável que permite aos seus patrões embolsarem R$ 15,8 bilhões esfolando a população com os mais altos juros e spread do mundo?", questiona Cordeiro.

O balanço

O lucro recorde do Itaú em 2013 foi consolidado pelo resultado do quarto trimestre do ano, que atingiu 4,646 bilhões, aumento de 16,4% em relação ao terceiro trimestre e de 33,05% sobre igual período de 2012. Se a rentabilidade no ano todo ficou em 20,7%, com alta de 2,3 pontos percentuais, no trimestre chegou a 23,7%, segundo análise do Dieese sobre o balanço.

Tomando-se isoladamente os últimos três meses de 2013, a evolução do estoque de emprego foi positivo, com criação de 149 postos de trabalho. No consolidado do ano, porém, o banco fechou 2.734 vagas.

A carteira de crédito atingiu R$ 509,9 bilhões, com crescimento de 13,5% no ano e 6,0% no quarto trimestre. No segmento de pessoa física, o crescimento foi de 12,2% no ano, totalizando R$ 168,7 bilhões, com destaque para o crédito consignado (alta de 66,6%), o crédito imobiliário (+34,1%) e o cartão de crédito (+33,5%). Já no crédito para pessoa jurídica, que atingiu R$ 275,6 bilhões, houve um crescimento de 11,6% no ano, com destaque para as grandes empresas (20,4%).

Cai a inadimplência

O resultado foi impactado pelo crescimento das receitas de prestação de serviço e tarifas e, em especial, pela redução das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, manobra contábil que em anos anteriores permitiu aos bancos maquiar os balanços e reduzir a PLR dos bancários.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou recuo de 1,1 ponto percentual, fechando 2013 em 3,7%, o menor nível histórico desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro de 2008. No trimestre, esse índice caiu 0,2 ponto percentual. As despesas de provisão para devedores duvidosos sofreram uma significativa redução de 30,5% em relação a 2012, totalizando R$ 13,5 bilhões.

As despesas de pessoal cresceram 9,3%, totalizando R$ 15,3 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 18,5%, atingindo R$ 24,1 bilhões. Com isso, o banco cobre as despesas de pessoal com essas receitas secundárias, com um excedente equivalente a 57% dessas despesas (em 2012, esse excedente foi de 44,8%).

Veja aqui os principais dados do balanço analisados pelo Dieese.

Fonte: Contraf-CUT

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A Chapa 1 "Movimento pela Saúde", apoiada pelo Sindicato, venceu a eleição para o Conselho de Usuários do Saúde Caixa com 42,97% dos votos válidos. O resultado foi proclamado nesta terça-feira 4, em Brasília (DF). Todo o processo de apuração dos votos foi feito eletronicamente.

A Chapa 4, "Novo Rumo Saúde Caixa", ficou em segundo lugar com 19,22% do total de votantes, seguida pelas outras concorrentes: 17,12% (Chapa 5 - "Saúde Caixa - Nosso Bem-Estar"); 11,10% (Chapa 2 - "Saúde Caixa Padrão Fifa"); e 9,59% (Chapa 3 - "Levando Saúde para Todo o Brasil").

A chapa "Movimento pela Saúde", também apoiada pela Contraf, Fenae e pela maioria dos sindicatos e federações de bancários, é formada pelos seguintes membros: titulares (Adeir José da Silva/MG (aposentado), Alexandro Tadeu do Livramento/SP, Ivanilde Moreira de Miranda/SP, Paulo Roberto Borges de Lima/CE e Vanessa Sobreira Pereira/DF) e suplentes (Álvaro Roberto de Figueiró Murce/RJ (aposentado), Antônio Abdan Teixeira Silva/DF, Ivoneide Gomes Brandão/PE, Lilian Minchin/SP e Tiago Vasconcelos Pedroso/RS).

Para Jair Pedro Ferreira, vice-presidente da Fenae, a eleição para o Conselho de Usuários é um momento importante para debater melhorias no Saúde Caixa. Ele atribui a vitória da Chapa 1 ao trabalho que já vinha sendo realizado por outros colegas, manifestando preocupação com o número de eleitores: dos mais de 100 mil empregados (aposentados e pensionistas) aptos a votar, apenas 15.001 votaram.

Jair Ferreira considera necessário ampliar a participação com mais debate sobre a importância do Conselho de Usuários. "Precisamos ter mais proximidade e os usuários devem ser conscientizados de que sem a participação deles não vamos conseguir um plano de saúde melhor", acrescenta.

Fonte: Contraf-CUT, com Fenae

O Bradesco informou nesta terça-feira (4) à Contraf-CUT que vai pagar a segunda parte da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) na próxima sexta-feira (7). O banco obteve lucro líquido de R$ 12,2 bilhões em 2013, o que representa um crescimento de 5,9% em relação a 2012.

Conforme a convenção coletiva dos bancários, o Bradesco deverá creditar a segunda parcela da regra básica e da parcela adicional da PLR. Os valores ainda não foram divulgados pelo banco.

A regra básica da PLR estabelece 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.694, limitado a R$ 9.087,49. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), com teto de R$ 19.825,86.

Haverá dedução do pagamento da antecipação da regra básica, que foi de 54% do salário mais o valor fixo de R$ 1.016,40, limitado a R$ 5.452,49.

Já a parcela adicional corresponde à distribuição de 2,2% do lucro de forma linear entre os funcionários, limitado a R$ 3.388. Também será descontado o valor da primeira parcela, que foi de R$ 1.694.

A melhoria da PLR foi uma das conquistas da Campanha Nacional 2013, fruto da ousadia, unidade e mobilização dos bancários.

Fonte: Contraf-CUT

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Apesar de apresentarem conjuntamente um lucro líquido de R$ 17,9 bilhões, Bradesco e Santander fecharam 7.267 postos de trabalho em 2013, andando mais uma vez na contramão da economia brasileira, que no ano passado gerou 1,1 milhão de novos empregos com carteira assinada.

Conforme análise do Dieese, o Bradesco lucrou R$ 12,2 bilhões, mas cortou 2.896 vagas. Apenas no último trimestre do ano passado, o banco fechou 921 postos de trabalho.

E o Santander Brasil, que gerou lucro de R$ 5,7 bilhões (23% do resultado mundial do banco espanhol), eliminou 4.371 postos de trabalho. Houve extinção de 957 vagas apenas no quarto trimestre.

Foram os dois primeiros bancos a publicarem os balanços de 2013. O próximo será o Itaú na terça-feira (4).

Bradesco

O lucro líquido ajustado do Bradesco (que desconsidera resultados não correntes ou extraordinários) de R$ 12,2 bilhões representa um crescimento de 5,9% em relação a 2012. Com esse resultado, a rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido) ficou em 18%.

Veja aqui os principais dados do balanço do Bradesco.

A carteira de crédito expandida atingiu R$ 427,3 bilhões, com crescimento de 10,8% em doze meses no ano. No segmento de pessoa física, o crescimento foi de 11,2% em um ano, totalizando R$ 130,8 bilhões, com destaque para a modalidade de crédito imobiliário e o consignado.

Já no crédito para pessoa jurídica, que atingiu R$ 296,5 bilhões, houve um crescimento de 10,6%, com destaque ao financiamento à exportação e ao financiamento imobiliário.

O índice de inadimplência superior a 90 dias diminuiu 0,6 pontos percentuais em 2013, atingindo 3,5% em dezembro de 2013. As despesas de provisão para devedores duvidosos sofreram uma redução de 3,3% em relação a 2012, chegando a R$ 13,5 bilhões.

As despesas de pessoal cresceram 7,2%, totalizando R$ 13,0 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 14,0%, atingindo R$ 19,5 bilhões. Com isso, o banco cobre as despesas de pessoal com essas receitas, com um excedente equivalente a 49% (em 2012, esse excedente foi equivalente a 40,1%).

Santander

Já o Santander apresentou lucro líquido gerencial (que desconsidera a despesa de amortização de ágio referente à compra do Banco Real) de R$ 5,744 bilhões, o que representa queda de 9,7% em relação a 2012. Comparado ao lucro do terceiro trimestre de 2013, o resultado do quarto semestre cresceu 0,2%. Com esse resultado, o retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 11%, com redução de 2,9 pontos percentuais.

Veja aqui os principais dados do balanço do Santander.

A carteira de crédito ampliada do banco espanhol atingiu R$ 279,812 bilhões, com crescimento de 9,3% em doze meses e 2,6% no quarto trimestre. No segmento de pessoa física, o crescimento foi de 5,9% em 2013, totalizando R$ 75,5 bilhões, com destaque para o crédito imobiliário, que cresceu quase 33%.

No crédito para pessoa jurídica, que atingiu R$ 114,1 bilhões, caiu a concessão de crédito para pequenas e médias empresas (-7,6%) e houve crescimento do segmento de grandes empresas (19,3%), em relação a 2012.

O índice de inadimplência superior a 90 dias diminuiu 1,8 pontos percentuais em 2013, atingindo 3,7% em dezembro. Comparada ao terceiro trimestre de 2013, a inadimplência caiu 0,8 pontos percentuais. As despesas de provisão para devedores duvidosos sofreram uma redução de 4,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 14,3 bilhões.

As despesas de pessoal apresentaram queda de 4,5%, chegando a R$ 14,3 bilhões, enquanto as receitas de prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 10,3%. Com isso, o Santander cobre as despesas de pessoal com essas receitas, tendo ainda um excedente de praticamente 70% (em 2012, esse excedente foi de 53,2%).

Já o resultado global do Santander atingiu 4,37 bilhões de euros, com queda de 18,5% em relação a 2012. O resultado brasileiro representou 23% dos 47% do lucro obtido na América Latina. A Europa contribuiu com 43% do resultado - apenas 7% da Espanha, contra 17% do Reino Unido - e os Estados Unidos, 10%.

Fonte: Contraf-CUT

Processo foi encerrado em dezembro, mas banco ainda depende de aprovação da Casa Civil

A Caixa Econômica Federal ainda não tem definida a data de posse de Fernando Neiva (titular) e Maria Rita Serrano (suplente) como representantes dos empregados no Conselho de Administração do banco. Eles foram eleitos em dezembro, mas, como a Caixa não efetuou a tempo os trâmites necessários para mudança estatutária, ainda depende de aprovação da Casa Civil.

A participação dos trabalhadores no Conselho de Administração de Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista foi sancionada na lei nº 12.353 em dezembro de 2010, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e regulamentada pela presidenta Dilma Rousseff em março de 2011. É uma conquista histórica e importante da categoria, que resulta da luta das entidades associativas e sindicais de todo o País, e precisa ser devidamente respeitada. Afinal, a escolha de Fernando Neiva e Rita Serrano para atuar no CA representa a busca permanente pela valorização dos empregados. Ambos receberam 13.706 votos, 55,85% do total.

A Fenae e outras entidades do movimento dos empregados cobram, portanto, a imediata posse dos novos conselheiros, cabendo à Caixa oferecer-lhes estrutura adequada ao cumprimento do mandato, cujo processo democrático consolida essa conquista dos trabalhadores. Esse processo foi encerrado em 6 de dezembro do ano passado e, desde então, o silêncio da empresa vem causando prejuízo aos empregados, pois suas demandas precisam ser atendidas adequadamente. A conduta do banco tem causado indignação, já que macula todo o processo de escolha de novos conselheiros, que certamente foi realizado de forma democrática.

A garantia da posse imediata, em respeito à democracia e aos trabalhadores da Caixa, permitirá que Fernando Neiva e Rita Serrano possam dar cumprimento aos compromissos de sua plataforma eleitoral: valorização dos empregados, transparência na fixação de diretrizes para a atuação da Caixa e fiscalização rigorosa dos atos da administração.

O lucro do Santander Brasil caiu 9,7% em 2013, para R$ 5,7 bilhões, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira (30). Em 2012, o banco já tinha registrado queda de 5% no lucro em relação ao ano anterior, com lucro líquido de R$ 6,329 bilhões.

Somente no quarto trimestre, o lucro totalizou R$ 1,4 bilhão, crescimento de 0,2% na comparação com os três meses anteriores. Em relação ao quarto trimestre de 2013, houve queda de 12,3%.

Os dados da filial brasileira do banco espanhol saíram no mesmo dia em que as do Bradesco, segundo maior banco privado do Brasil. O Bradesco registrou alta de 5,5% no lucro líquido em 2013, para R$ 12,011 bilhões.

No mundo, Santander quase dobra o lucro puxado por América Latina.  No mundo todo, o Grupo Santander quase dobrou seu lucro em 2013: chegou a 4,37 bilhões de euros, alta de 90,5% em relação a 2012.

O Santander tem insistido desde o início da crise global em seu desenvolvimento internacional. Em 2013, obteve quase metade do lucro, 47%, na América Latina, incluindo 23% do Brasil.

A Europa representou 43% do lucro - apenas 7% da Espanha, contra 17% do Reino Unido - e os Estados Unidos, 10%.

"Após vários anos de fortalecimento de balanço e capital, o Banco Santander inicia uma etapa de forte crescimento do lucro nos próximos exercícios", afirmou o presidente do grupo, Emilio Botín, em comunicado.

Fonte: Contraf-CUT

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