Apesar do lucro líquido ajustado de R$ 8,3 bilhões nos nove primeiros meses de 2014, crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2013 e rentabilidade de 15,2% em 12 meses, o Banco do Brasil eliminou 749 postos no período. Mesmo tendo sido abertos 357 postos de trabalho no terceiro trimestre, o número foi insuficiente e manteve o saldo negativo de geração de empregos. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (5).
Com isso, o quadro do BB ficou em 111.904 funcionários em setembro de 2014, contra 112.653 em setembro de 2013, conforme análise da subseção do Dieese na Contraf-CUT.
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O lucro no terceiro trimestre foi de R$ 2,9 bilhões, queda de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A rentabilidade ajustada sobre o patrimônio líquido anualizado (ROE) foi de 15,2%, queda de 0,6 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2013.
A pressão nos ambientes de trabalho é muito grande pela falta de funcionários, o que vem causando estresse e problemas de saúde. Esse balanço demonstra o descaso do banco que, apesar da alta lucratividade, mantém déficit de empregos, o que prejudica as condições de trabalho e a atuação do BB como banco público.
Na Campanha Nacional 2014, as entidades sindicais garantiram no acordo aditivo do BB a contratação de 2 mil funcionários, sendo 1 mil até dezembro deste ano e 1 mil até dezembro de 2015. "
Outro destaque na avaliação do Dieese é que, mesmo com a queda da inadimplência, o banco aumentou a provisão para créditos duvidosos, o que terá impacto no cálculo da PLR dos funcionários no segundo semestre.
O índice de inadimplência superior a 90 dias caiu 0,57 ponto percentual em 12 meses, ficando em 2,09% em setembro de 2014. Apesar dessa baixíssima inadimplência, o banco elevou as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 22%, totalizando R$ 13,9 bilhões.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 6,7% em 12 meses. As despesas de pessoal, por sua vez, tiveram elevação de 5,8%, passando de R$ 13,544 bilhões para R$ 14,325 bilhões em 12 meses. A relação entre essas despesas e as receitas de prestação de serviços e renda de tarifas subiu de 126,43% para 127,56%.
Conforme o Dieese, o resultado do BB foi impulsionado principalmente pela expansão do crédito. A carteira de crédito imobiliário cresceu 73,1% em 12 meses, totalizando R$ 35 bilhões. As operações com pessoa física subiram 6,9% em relação a setembro de 2013, chegando a R$ 175,1 bilhões, o que representa 23,9% do total das operações de crédito.
A carteira de crédito ampliada atingiu a cifra de R$ 732,7 bilhões, com crescimento de 12,3% (alta de 2% no trimestre) em relação ao mesmo período de 2013. O destaque foi a expansão das carteiras de crédito "Pessoa Jurídica" (23,4%) e "Agronegócios" (21,8%). O BB permanece na liderança do financiamento da agricultura no país. A carteira do agronegócio totaliza R$ 158,4 bilhões, representando 21,6% do total da carteira do banco.
Os ativos do BB ultrapassaram R$ 1,43 trilhão, com crescimento de 13,7% em 12 meses.
Fonte: Contraf-CUT
Bancos
Santander Brasil lucra R$ 4,3 bilhões até setembro, 20% do resultado global
O Santander Brasil obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,328 bilhões nos nove primeiros meses de 2014, o que significou uma queda de 0,2% (praticamente estável) em relação ao mesmo período do ano passado. Já o resultado do terceiro trimestre atingiu R$ 1,494 bilhão, um crescimento de 1,9% em comparação aos mesmos três meses de 2013. Os dados foram divulgados pelo banco na manhã desta terça-feira (4).
Com isso, o Brasil participa com 20% do lucro global do banco espanhol de 4,361 bilhões de euros, um crescimento de 32% em relação aos primeiros nove meses de 2013. No terceiro trimestre do ano passado, o país havia contribuído com 24%, conforme análise feita pelo Dieese.
A queda ocorreu em toda a América Latina, que caiu de 49% para 39%, enquanto houve uma recuperação na Europa Continental, subindo de 25% para 32%. Mesmo assim, o Brasil lidera ao lado do Reino Unido a participação no lucro do Santander, seguidos pela Espanha (14%), Estados Unidos (9%), México (8%), Chile (6%), Polônia (6%) e Alemanha (4%).
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O número de empregados da holding, em setembro de 2014, caiu para 49.421 ante 50.578 em setembro de 2013 (queda de 2,3%). Isso porque nos últimos 12 meses o banco eliminou 1.097 postos de trabalho, sendo 140 em 2014. O fato positivo é que no terceiro trimestre houve uma geração de 721 empregos.
O banco fechou 129 agências e 105 PABs nos últimos 12 meses. No entanto, apesar dessa redução de pontos de atendimento, a carteira de clientes cresceu significativamente. Conforme o estudo do Dieese, o total de clientes aumentou 1,8 milhão em um ano, sendo 426 mil apenas nos primeiros nove meses do ano.
Conforme o Dieese, o retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 11,4%, com crescimento de 0,3 ponto percentual em 12 meses.
A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 7,5% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 293,1 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 4,2% em relação a março de 2013, chegando a R$ 76,7 bilhões (26,2% do total do crédito).
Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 121,3 bilhões, com queda de 9,8% no segmento de pequenas e médias empresas e alta de 16,7% no segmento de grandes empresas, em comparação aos nove primeiros meses de 2013 (41,4% do total).
Do total da carteira de crédito, R$ 36,5 bilhões (ou 12,5% da carteira total) são gerados pelos correspondentes bancários. A carteira de "financiamento ao consumo" apresentou queda de 0,6% em 12 meses.
O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,8 ponto percentual, ficando em 3,7% em setembro de 2014 (-0,4 ponto percentual no trimestre). Com isso, foram reduzidas as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 21,7%, totalizando R$ 7,2 bilhões.
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 3,2% em 12 meses, totalizando R$ 8,0 bilhões. Enquanto isso, as despesas de pessoal subiram 2,2%, atingindo R$ 5,4 bilhões.
Fonte: Contraf-CUT
Itaú lucra R$ 14,9 bilhões até setembro, mas segue cortando empregos
Apesar do lucro líquido recorrente de R$ 14,959 bilhões nos nove primeiros meses de 2014, com crescimento de 34,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o Itaú fechou 308 empregos nos últimos 12 meses, na contramão da economia brasileira que abriu 904.913 novos vagas entre janeiro e setembro deste ano. Somente no terceiro trimestre o lucro foi de R$ 5,5 bilhões, alta de 9,7%, segundo a análise feita pela Subseção do Dieese na Contraf-CUT. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (4).
Os números do balanço mostram o descaso do Itaú com o emprego, pois, apesar do lucro bilionário, o banco seguiu demitindo, praticando rotatividade e eliminando vagas, piorando ainda mais as condições de trabalho e prejudicando o atendimento aos clientes e à população.
O total de empregados da holding, em setembro de 2014, foi de 87.132 ante 87.440 em setembro de 2013, uma queda de 0,4%. A redução de postos de trabalho só não foi maior porque o banco passou a considerar no segundo trimestre deste ano os 1.194 empregados incorporados da Credicard.
Na rede de atendimento, o Itaú abriu 67 novas agências e/ou PAB's em relação a setembro de 2013, sendo 18 unidades abertas no terceiro trimestre.
Conforme o Dieese, o resultado apresentado pelo banco foi beneficiado principalmente pelo crescimento de 14,7% do produto bancário e pela redução de 8,7% das perdas de crédito. O retorno (rentabilidade) sobre o patrimônio líquido anualizado foi de 23,7%, com alta de 3,9 pontos percentuais em relação a setembro de 2013.
O índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias apresentou queda de 0,7 ponto percentual, ficando em 3,2% no terceiro trimestre do ano (-0,2 ponto percentual no trimestre), o que se refletiu nas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD), que ficaram R$ 9,782 bilhões, uma queda de 8,9% do em relação a setembro de 2013.
A carteira de crédito (incluindo avais e fianças) cresceu 11,5% em 12 meses (+3,4% no trimestre), atingindo R$ 536,3 bilhões.
As operações com pessoas físicas cresceram 14,1% em 12 meses, chegando a R$ 178,3 bilhões, o que representa 33,2% do total da carteira. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 285,8 bilhões, com elevação de 8,3% em comparação ao 3º trimestre de 2013, representando 53,3% do total do crédito.
A receita com prestação de serviços mais a renda com tarifas bancárias, cresceram 16,4% em 12 meses e somaram R$ 20,4 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 8,9%, totalizando R$ 12,2 bilhões. Diante disso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 166,5%. Ou seja: o banco paga a folha de pagamento do mês e ainda sobra outra metade para pagar a folha do mês seguinte.
Fonte: Contraf-CUT
BB usa compensação de horas paradas durante a greve como forma de pressão
O Sindicato tem recebido várias denúncias de práticas antissindicais do Banco do Brasil, que vão de encontro ao que foi acordado na cláusula 57ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e da 67ª do Acordo Aditivo. O Sindicato alerta que a compensação das horas paradas durante a greve não pode ser usada como forma de pressão.
“A compensação tem de ser feita com bom senso e de acordo com a necessidade. Não pode ser usada como instrumento de pressão e muito menos como castigo contra quem exerceu o legítimo direito de greve”, explica Marilda Marin, diretora do Sindicato e funcionária do banco.
A Cláusula 57ª da CCT diz que os dias não trabalhados entre 30 de setembro e 06 de outubro de 2014, por motivo de paralisação, não serão descontados e serão compensados, com a prestação de jornada suplementar de trabalho, limitada a 1 (uma) dentro do prazo estabelecido na Cláusula 67ª do Aditivo que diz:
a) Para os empregados que no período de paralisação cumpriam jornada de 6 (seis) horas, a compensação dar-se-á de 15/10 a 05/11;
b) Para os empregados que no período de paralisação cumpriam jornada de 8 (seis) horas, a compensação dar-se-á de 15/10 a 13/11.
“Faça exercer esse direito e qualquer abuso entre em contato com o Sindicato para que possamos tomar as medidas necessárias”, finaliza Marilda.
Empregados obtêm vitória no CA da Caixa e no REB

Bradesco lucra R$ 11,2 bilhões até setembro, mas corta 1.640 empregos
Mesmo obtendo um lucro líquido ajustado de R$ 11,227 bilhões nos primeiros nove meses de 2014, um crescimento de 24,7% em relação ao mesmo período do ano passado, o Bradesco cortou 1.640 empregos, o que é totalmente injustificável. A redução de postos de trabalho mostra que o banco anda na contramão da economia brasileira que entre janeiro e setembro deste ano gerou 904.913 novos empregos com carteira assinada.
Se forem comparados os últimos 12 meses, o banco promoveu o fechamento de 2.561 vagas. Assim, o número de empregados da holding em setembro de 2014 caiu para 98.849 ante 101.410 em setembro de 2013, o que representa uma queda de 2,5%, segundo análise da Subseção do Dieese da Contraf-CUT com base no balanço do Bradesco, divulgado nesta quinta-feira (30).
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Menos agências e PAs, mais correspondentes
O banco também fechou as portas de 38 agências e 263 postos de atendimento (PAs) nos últimos 12 meses, sendo 15 agências e 89 PAs entre janeiro e setembro de 2014.
Ao mesmo tempo, a terceirização se intensificou através da ampliação das unidades do Bradesco Expresso. O número desses correspondentes bancários cresceu em 3.406 dependências, dos quais 2.156 somente este ano, totalizando 49.020 em setembro.
O fechamento de agências e PAs mostra a política equivocada de redução de custos e de precarização do atendimento, com o objetivo de aumentar ainda mais os lucros do banco.
Mais operações de crédito
As operações de crédito cresceram 7,7% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 442,2 bilhões. As operações com pessoas físicas evoluíram 8,6% em relação a setembro de 2013, chegando a R$ 138 bilhões, o que representa 31% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 306,2 bilhões, com elevação de 7,2% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 69% do total do crédito.
Esse crescimento das operações traz mais serviços e, com a redução de funcionários, aumenta ainda mais a sobrecarga e a pressão no trabalho, afetando a saúde dos bancários e a qualidade de atendimento dos clientes.
O índice de inadimplência superior a 90 dias manteve-se estável em relação ao terceiro trimestre de 2013, ficando em 3,6% (subindo 0,1 ponto percentual no trimestre). O banco elevou as suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em 3,2% em 12 meses, atingindo R$ 10,7 bilhões.
Receitas de tarifas x Despesas de pessoal
A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 11,9% em 12 meses, totalizando R$ 16 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram 12,3%, chegando a R$ 10,8 bilhões. Com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco ficou em 148,46% no 3º trimestre de 2014.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese