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A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, reunida nesta quinta-feira (5), na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, fez um amplo diagnóstico sobre o que vem acontecendo no banco inglês, tanto com relação a questões imediatas, como o pagamento da PLR e PPR, formalização de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) para itens específicos, quanto às mudanças estruturais que a instituição vem implementando nos últimos meses. Após profundo debate, os funcionários definiram uma agenda de organização e luta para os próximos meses, com os seguintes pontos: - lançar já uma campanha nacional para garantir o pagamento integral da segunda parcela da PLR em fevereiro de 2014, para que o banco não penalize novamente os bancários, aplicando redutores, como fez no crédito da primeira parcela; - apresentar na próxima rodada de negociação com o banco a avaliação da dos itens da minuta que foi enviada à Contraf-CUT para a formalização do ACT, com os direitos já conquistados e aplicados atualmente aos bancários do HSBC; - tratar da implementação da Comissão Paritária de Saúde, em razão do aumento do número de casos de adoecimento e dos vários problemas relacionados às rotinas na emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), no afastamento e no retorno ao trabalho, entre outros. Seminário Diante de uma série de iniciativas em curso, que apontam para uma redefinição da atuação do HSBC no Brasil, como por exemplo, o encerramento das carteiras PJ das agências, centralizando-as em plataformas regionais ou atendimento via 0800, a abertura de agências puramente de negócios, sem movimentação financeira, sem baterias de caixa, como já é o caso da agência Centro de Campinas, localizada na cidade com o segundo maior PIB do Estado de São Paulo, os funcionários decidiram realizar um seminário para aprofundar uma análise sobre a atuação do HSBC nos últimos 15 anos no Brasil e as suas perspectivas futuras. A data apontada para a realização foi a primeira semana de março de 2014, após a divulgação do balanço de 2013. A direção do HSBC será convidada a falar sobre esse cenário e as perspectivas do banco. A preocupação principal dos trabalhadores do HSBC é com a manutenção do nível de emprego, pois todas as experiências de reestruturação e revisão de estruturas internas, de uma forma ou de outra, sempre impactaram, não só no nível, mas na qualidade dos postos de trabalho. PPR 2014 Nesta sexta-feira (6), a partir das 12h, o banco vai fazer uma apresentação para os integrantes da COE do HSBC, na sede da Contraf-CUT, do que será o novo programa de remuneração variável para a área de vendas do banco. Segundo as primeiras informações, haverá uma radical alteração do programa, que a princípio envolverá uma "mudança cultural". O critério de apuração de metas por produto passará a ser considerado como meta por "famílias de produtos", tendo como referência a real necessidade do cliente. Fonte: Contraf-CUT

Parcela adicional será de R$ 520,20

O HSBC anunciou que o pagamento da PLR será feito no dia 28 de outubro, conforme regra da Fenaban (regra básica de 54% do salário reajustado mais valor fixo de R$ 1.016,40, limitado em R$ 5.452,49 ou a 12,8% do lucro no primeiro semestre de 2013; e parcela adicional linear de 2,2% do lucro no primeiro semestre de 2013, limitado a R$ 1.694,00), porém com um redutor de 9,67%. O valor da parcela adicional será de R$ 520,20.

Já as diferenças salariais referentes ao reajuste de 8% dos meses de setembro e outubro serão pagas já na próxima folha de pagamento, a ser creditada no dia 25. Já as diferenças referentes ao vale-refeição e vale-alimentação, assim como a 13ª cesta-alimentação, serão pagas no dia 30 de outubro.

“Mais uma vez o banco HSBC demonstra não valorizar os funcionários que têm dado o sangue para atingir os resultados no Brasil, cobranças diárias de metas e resultados, pressão pelo cumprimento dos objetivos e o retorno que a empresa dá é a redução na PLR”, disse Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do banco. “Esse cenário só pode mudar com a mobilização de cada trabalhador. A pergunta que fica é: produzir pra quê, se eu já sei que o banco não vai cumprir com o pagamento”, complementa.

O HSBC Bank Brasil foi condenado a pagar R$ 500 mil a título de indenização por dano moral coletivo por não emitir a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) e dispensar os empregados diagnosticados ou com suspeita de Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (LER/DORT). A condenação foi mantida após a Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conhecer de recurso da instituição bancária contra a condenação. O recurso de revista teve origem em uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Trabalho da 9ª Região (PR) a partir de denúncia do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Curitiba e Região. Segundo a sindicato, o HSBC se recusava a emitir a CAT dos empregados portadores de LER/DORT, elaborava perfil profissiográfico previdenciário de maneira tendenciosa, dispensava trabalhadores em condição de inaptidão para o trabalho e não possuía programa de recolocação profissional. Após verificar as denúncias, o MPT pediu a suspensão das rescisões dos contratos de trabalho de trabalhadores quando houvesse dúvida sobre o seu estado de saúde. Fundamentou a ação civil na obrigatoriedade prevista no artigo 169 da CLT das notificações, pelas empresas, das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita. Entendia, assim, que não se tratava de uma "faculdade" da empresa a emissão da CAT, mas sim, obrigação legal, e a empresa deveria ser punida pela omissão. O banco, ao contrário, alegou que não havia a obrigatoriedade na emissão da CAT. Sustentou que, nos casos em que houvesse discordância entre o empregado e o setor médico sobre a doença, a questão era encaminhada ao INSS, nos termos do procedimento para a concessão do benefício. Segundo o HSBC, nenhum caso de suspeita de LER/DORT ou de apresentação de atestado médico deixou de ser avaliado, com o encaminhamento do trabalhador para o INSS para recebimento do auxílio- doença. A 7ª Vara do Trabalho de Curitiba condenou o banco por danos morais coletivos por considerar quer sua atitude causou danos ao meio ambiente de Trabalho, e determinou a regularização do encaminhamento dos pedidos de abertura da CAT solicitados. Determinou ainda que o banco deixasse de encaminhar de forma espontânea informações ao INSS, com o fim de subsidiar os trabalhos de perícia médica a serem realizadas após a emissão da CAT, e que não mais tivesse contato com as áreas de perícia do INSS com o propósito de trocar informações sobre empregados. Finalmente, decidiu que, em caso de dúvida sobre a saúde dos trabalhadores, a rescisão deveria ficar suspensa até o resultado de perícia. A indenização foi fixado em R$ 500 mil, com multa de R$ 500 por dia de atraso no caso de descumprimento das obrigações impostas pelo juízo. O valor da condenação seria revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O juízo considerou inadmissível a conduta do banco em insistir em não fornecer a CAT, quando a própria Previdência Social é quem tipifica de forma objetiva o nexo ocupacional em relação às doenças osteomusculares. A tipificação da doença, como ressaltou a sentença, não ocorre com a simples apresentação da CAT: é necessário o laudo pericial. Tratamento indigno O ministro Walmir Oliveira da Costa, relator do recurso do HSBC para o TST, citou em seu voto dados da Previdência Social que mostram o crescente nível de incidência dos DORTs no setor bancário. Somente entre os anos de 2000 e 2005, mais de 25 mil bancários foram afastados do trabalho por causa de dores relacionadas aos DORTs, o que representa 5,2% da categoria. Os números demonstram, segundo o ministro, "o incontestável grau de potencialidade do dano causado aos trabalhadores pelas DORTS". O relator considerou que o banco, ao deixar de emitir as CATs dos trabalhadores, mesmo diante da apresentação de atestado médico particular, e ao dispensar os portadores da doença ocupacional, "dispensou tratamento indigno e discriminatório aos seus empregados, expondo-os à angústia do desemprego e à impossibilidade de concorrer em igualdade de condições no mercado de trabalho". Quanto ao valor da indenização, considerou-o satisfatório para demonstrar a todo o segmento bancário a reprovabilidade da adoção de medidas empresariais que venham a comprometer a saúde física e mental dos empregados. Fonte: TST

Na terceira rodada de negociações permanentes entre Contraf-CUT, federações e sindicatos com o HSBC, que aconteceu nesta quarta-feira, dia 21, em São Paulo, o banco inglês apresentou Alexandra Roth, que substituirá Vera Saicali no cargo de diretora de RH, Conforme previsto, a instituição trouxe os pontos para a formalização do acordo específico, contemplando direitos praticados atualmente: - plano de saúde e odontológico com duas operadoras - direito a folgas por tempo de casa e no dia do aniversário - adiantamento salarial, no caso das férias, em até cinco parcelas - bolsa educacional Da pauta entregue e discutida até o momento, o banco negou a reivindicação referente ao CPK - reembolso de combustível, dizendo que não pode aplicar qualquer reajuste sobre os R$ 0,46 praticados atualmente. Decorrente dos debates anteriores, as entidades sindicais solicitaram a inclusão no rol anterior de mais três itens: o Plano de Previdência Complementar já concedido, a criação da mesa paritária de saúde e utilização da treinet somente dentro da jornada de trabalho. A redação do instrumento apresentado durante a negociação será submetido à avaliação da assessoria jurídica da Contraf-CUT para envio para os sindicatos filiados e uma vez aprovado, posterior formalização entre o banco e as entidades sindicais convenentes. PPR O banco admite que o programa esteja desvinculado da PLR da CCT dos bancários e, portanto, não efetuará a compensação entres os dois programas distintos. Mas não aceita incluir esses termos no acordo nem estabelecer negociação direta com as entidades sindicais para construção do programa neste momento. Pendências O banco concorda em prosseguir no debate, mas não apresentou uma redação final para os seguintes pontos: - compartilhamento de agências: voltará ao debate e informou que Aides Jr, representante da área de operações, será convidado para esse debate. - acesso dos dirigentes sindicais liberados e dos licenciados para tratamento de saúde ao portal RH e a comunicados internos: o banco disse estar tratando internamente da operacionalização para viabilizar o acesso. - adiantamento de férias em dez parcelas. - inclusão dentre as cláusulas do ACT que será formalizado, o direito de todos os admitidos até 31.12.2012 de permanecerem com seu plano de saúde nos casos de aposentadoria, uma vez que contribuíram para o plano nos termos da norma 279 da ANS. - Plano de Previdência Complementar: apesar do benefício já estar implantado, uma série de ajustes foram propostos, entre ele a elevação do percentual mínimo de contribuição pela patrocinadora, de 0,5% para 3%, paritário. - Vale Cultura. Avanços e mais negociação Segundo, Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, todos os integrantes da comissão de empresa consideraram como positiva essa retomada do diálogo com o banco, inclusive com a construção de um acordo de trabalho específico contemplando direitos conquistados no passado: "Esses direitos ficavam a bel prazer da empresa, não havia garantia de que não seriam alterados unilateralmente", ressalta. Carlos Kanak, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, avalia ser fundamental que o processo de negociação seja permanente e avance cada vez mais, principalmente em questões relacionadas ao emprego, fim da rotatividade e mais contratações: "As condições de trabalho estão críticas e vem acarretando alto nível de adoecimento e pedidos de dispensa", afirma. "Quando da retomada das negociações, após o fechamento da Campanha Nacional dos Bancários 2013/2014, daremos continuidade às discussões em temas como remuneração, PCS e PPR" destaca Alan Patrício, diretor Jurídico da Contraf-CUT e também representante da Fetrafi Nordeste na COE do HSBC. Balanço semestral A respeito do balanço semestral que foi publicado, ficou decidida a realização brevemente de uma reunião específica para analisar as perspectivas e problemas decorrentes dos maus resultados apresentados (LL 24% inferior ao mesmo período de 2012), particularmente impactos no nível de emprego, programas próprios de remuneração e PLR. Fonte: Contraf-CUT

Acontece nesta quarta-feira (21) a terceira rodada de negociações específicas da Contraf-CUT, federações e sindicatos com o HSBC, em São Paulo. Serão concluídas as negociações retomadas em julho, antes da suspensão em razão da Campanha Nacional dos Bancários 2013, com a apresentação pelo banco inglês da redação para diversos direitos já praticados, mas sem contratação a respeito. A intenção, que obteve o aceite do banco, é a formalização de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) onde questões como parcelamento de férias, concessão de folgas no dia do aniversário e a cada 5 anos na empresa, Plano de Saúde e Odontológico, garantindo-se no mínimo 2 operadoras, Plano de Previdência Complementar, criação de Comissão Paritária de Saúde, concessão de Bolsa Educacional, estejam assegurados formalmente. Outras questões pendentes da negociação anterior, como a garantia de benefício da NR 279 da ANS no plano de saúde, concessão do vale cultura, atualização do valor de reembolso de combustível pelo uso de veículo próprio - CPK, aumento do parcelamento do adiantamento de férias de cinco para até dez parcelas, acesso ao sistema de aplicativo do RH para funcionários afastados e licenciados, negociação dos programas próprios de remuneração, e fundamentalmente garantias de emprego, voltarão à mesa. Na última rodada conseguiu-se garantir uma série de pontos da proposta, como a confirmação na mesa de negociação de que o banco não descontará da PLR da CCT dos bancários os seus programas próprios de remuneração variável (PPR)e a continuidade da Bolsa Educacional, aumentando de R$1.100 para R$1300 bolsistas, com majoração de R$460 a partir de janeiro 2014, que serão reajustados de acordo com os percentuais que os bancários conquistarem na Campanha. No entanto, há questões importantes de serem resolvidas já, que não demandam impactos financeiros, como o fim da imposição de metas aos caixas e ao pessoal da área de back office e também o fim do gerenciamento compartilhado de agências. Fonte: Contraf-CUT

O HSBC registrou lucro líquido atribuível aos acionistas da companhia controladora de US$ 10,284 bilhões no primeiro semestre, em comparação com um lucro líquido de US$ 8,438 no mesmo período de 2012, o que corresponde a uma alta de 21,8%. Já o lucro líquido no período, que inclui a parte dos minoritários, subiu 24,5%, para US$ 11,346 bilhões, de US$ 9,108 bilhões na mesma comparação. O resultado foi divulgado na segunda-feira (5), em Londres. Já a receita reportada do HSBC caiu 7% no primeiro semestre de 2013 para US$ 34,372 bilhões, de US$ 36,897 bilhões nos mesmos seis meses de 2012. O CEO do HSBC, Stuart Gulliver, emitiu uma nota de cautela sobre o crescimento econômico da China. "A nova ênfase na qualidade em vez de quantidade de crescimento está mudando o equilíbrio da política para longe de estímulo e em direção a reforma. Acreditamos que isso deve limitar o ritmo de crescimento da China para 7,4% em 2013 e 2014, o que já está sendo refletido em números de crescimento mais modestos em outros mercados, particularmente na Ásia", disse, no comunicado. Desde 2011, o HSBC reorienta-se nos principais mercados. Até agora, a empresa vendeu por volta de 54 negócios. Gulliver disse que a velocidade das vendas agora se abrandará. O balanço diz, ainda, que as receitas relacionadas às taxas de juros caíram na América Latina, especialmente no Brasil. No mercado brasileiro, o HSBC cita como causa a queda da taxa de juros no médio e longo prazo, observada desde o início de 2012. Lucro no Brasil cai 70% O lucro do banco inglês no Brasil caiu 70% no primeiro semestre de 2013 na comparação com igual período do ano passado. Conforme o anúncio em Londres, a filial brasileira gerou lucro antes dos impostos de US$ 153 milhões de janeiro a junho de 2013, cerca de um terço dos US$ 505 milhões observados em igual período de 2012. O balanço do primeiro semestre ainda não foi publicado no Brasil. O resultado nos primeiros seis meses deste ano foi sustentado pelo banco de atacado e de investimentos, que teve um lucro de US$ 290 milhões. Já o segmento de varejo registrou um prejuízo de US$ 117 milhões, conforme o jornal Valor Econômico. Contraf-CUT rebate explicações do banco O chefe-executivo do HSBC citou que o desempenho aqui é uma reação à situação macroeconômica do País. "O Brasil está crescendo menos e o consumo está crescendo menos", explicou, ao comentar que, apesar disso, o desempenho do País "não é um tema de preocupação particular", disse Gulliver. No balanço, a instituição britânica explica que o desempenho econômico do Brasil "ficou abaixo das expectativas no período". "No primeiro trimestre de 2013, em especial, o Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou pelo fraco consumo diante de consumidores brasileiros que parecem cortar gastos como uma resposta à inflação, alto nível de endividamento e queda da confiança", diz o documento. Para Miguel Pereira, secretário de Organização da Contraf-CUT, os argumentos para a queda dos lucros no Brasil que estão relacionados ao fraco desempenho da economia brasileira e a queda do consumo não podem ser aceitos de maneira alguma. "Estão utilizando uma cortina de fumaça para tentar encobrir os reais problemas que o banco inglês enfrenta no Brasil, que basicamente estão ligados às péssimas condições de trabalho dos funcionários, que são submetidos a metas escorchantes sem terem as reais condições de cumprimento, que associadas às milhares de demissões levam a um sentimento de desvalorização dos funcionários e obviamente dificulta a geração de novas receitas. Não basta apenas focar nas despesas e, muito pior, quando essas são diretamente ligadas a mais demissões, pois só deterioram as condições de competitividade do banco", avalia Miguel. "Se realmente os problemas fossem relacionados apenas ao cenário macroeconômico, como seus demais concorrentes, públicos e privados, não só mantiveram, como vem apresentando aumentos expressivos nos seus resultados?", indaga o dirigente sindical. Mudança nas provisões para devedores duvidosos O CEO do HSBC afirmou ainda que houve "mudança de portfólio no Brasil", o que também prejudicou o desempenho. O banco explica que foram revistos e alterados parâmetros para o cálculo de perdas relacionadas aos empréstimos. Ao todo, o ajuste fez com que as provisões aumentassem em US$ 242 milhões. Segundo o banco, o ajuste foi especialmente nos segmentos de varejo e pequenas empresas. "Teremos que olhar com muita atenção os altos provisionamentos para devedores duvidosos (PDD) que o banco realiza", alerta Miguel. A cada semestre o banco consegue a proeza de aumentar, e muito, esse provisionamento. "Tínhamos informações, que avaliávamos como seguras até então, de que os resultados seriam muito melhores e que inclusive o lucro líquido não seria mais impactado pela questão dos provisionamentos, pois os já realizados davam conta do montante de crédito emprestado. E novamente vemos o banco usar a alegação de que foram alterados parâmetros para o cálculo de perdas relacionadas aos empréstimos. Ao todo, o ajuste fez com que as provisões aumentassem em U$ 242 milhões", observa o diretor da Contraf-CUT. "Ora, como isso é possível se a carteira de crédito não teve essa evolução e as taxas de inadimplência também se mantiveram estáveis?", questiona. Impactos no pagamento da PLR "Com esses resultados, além de dificultar a pauta de negociação em curso, compromete, e muito, o pagamento da PLR da convenção coletiva dos bancários, que sempre fica na regra básica, além de praticamente inviabilizar novamente o pagamento dos programas próprios de remuneração variável. É mais um balde de água fria, apesar de todo empenho e esforço no cumprimento dos objetivos do banco", aponta Miguel. Outras perguntas permanecem sem resposta até o momento. Quem formula esses programas de performance e define as metas? Quando faz isso, está em que mundo, que não dialoga com a realidade? O banco, apesar de trimestralmente revisitar o programa, tem feito quais ações para corrigir os rumos, ou não faz nada para acertar as coisas? "Parece que isso que sucessivamente vem ocorrendo e, apesar dos funcionários apresentarem resultados positivos, ao final dos semestres, quando da divulgação do lucro líquido, esses desaparecem e os bancários ficam no prejuízo quando o banco não apresenta o cumprimento da meta de lucro (PBT)", analisa o dirigente sindical. "Com a publicação do balanço no Brasil, vamos ter que estudar direitinho esses dados e cobrar muitas explicações da diretoria do banco", ressalta Miguel. CEO do HSBC ganha mais de R$ 60 mil por dia Enquanto isso, o CEO do HSBC ganha entre salários e bônus mais de R$ 60 mil por dia, o que representa R$ 22 milhões por ano, conforme reportagem da revista Época em março deste ano. O anúncio ocorreu poucos meses depois de uma multa recorde por lavagem de dinheiro de quase US$ 2 bilhões. O caso despertou a fúria do sindicato britânico. "Isso é um absurdo e tem de acabar", enfatiza Miguel. Multas bilionárias por lavagem de dinheiro Além disso, o HSBC continua pagando multas bilionárias por condenações de lavagem de dinheiro, como os U$ 2 bilhões nos EUA e México. Também acaba de ser denunciado pelo mesmo crime na Argentina. "Aí o banco diz que precisa demitir mais 10 mil funcionários em todo o mundo para cobrir os prejuízos advindos dos pagamentos dessas multas. Isso sai de onde? Do trabalho, suor, lágrimas e adoecimento dos bancários também do Brasil e isso é revoltante", conclui o dirigente da Contraf-CUT. Fonte: Contraf-CUT com Estadão e Valor Econômico

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