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A assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho do Itaú que foi assinada pela Contraf-CUT nesta terça-feira (3), em São Paulo, garantiu aos funcionários da instituição financeira o PCR (Programa Complementar de Resultado) no valor de R$ 2.285,00. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco, no final de 2015, seja maior que 23%, o PCR subirá, em 2016, para R$ 2.395,00.

Em até dez dias após a assinatura será realizado o pagamento do PCR junto com a antecipação da PLR, da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. O valor será alterado em 2016 conforme o índice de reajuste salarial da categoria.

O PCR significa para os funcionários do Itaú uma importante conquista obtida desde 2003. Os bancários conseguiram um bom acordo diante de uma forte campanha realizada pelos trabalhadores do banco.

Vale destacar que o Programa Complementar de Resultados não tem desconto da PLR conquistada na Campanha 2015, como ocorre com outros programas próprios de remuneração, como o Agir.

Bolsas de Estudo - Outro avanço importante foi o reajuste das bolsas de estudos do Itaú. Os valores serão de R$ 365,00 cada, em 2016, e de R$ 390,00 em 2017 do total de 5 mil bolsas de estudo. Os valores podem ser utilizados, além da primeira graduação, para pós ou segunda graduação

Projeção do Dieese aponta incremento nacional de R$ 11,2 bilhões

economiaO impacto na economia do Grande ABC com o reajuste salarial (10%), tíquetes (14%) e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria bancária deve chegar a R$ 134,9 milhões. A projeção foi feita pelos técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

Para o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, esse resultado é expressivo e só vem confirmar que a luta dos bancários por um reajuste que contemplasse a inflação e aumento real mantém às conquistas da categoria. “Se tivéssemos aceitado os 5,5% iniciais oferecido pela Fenaban os salários seriam arrochados e o impacto na economia seria recessivo, pois o setor financeiro é altamente lucrativo. Os bancos restringem o crédito e especulam com a alta taxa de juros (Selic) e cobram tarifas abusivas. Nesse momento em que o fim de ano se aproxima, a injeção do ganho real mais a PLR dos bancários ajuda a fomentar a economia, aumentando o consumo, o setor de serviços e comércio ganham com isso e, consequentemente, a economia também, pois com esses setores em alta, aumentam as contratações gerando emprego e renda aos trabalhadores”, aponta.

O estudo do Dieese também fez a análise por item: só os 10% aplicados nos salários devem representar R$ 44,5 milhões para a economia da região; a PLR, R$ 77 milhões em 12 meses (sendo R$ 34,2 milhões relativos à antecipação da primeira parcela) e R$ 11,8 milhões anuais com os 14% aplicados nos tíquetes refeição e alimentação.

Nacional – Os reajustes conquistados significam um incremento anual de cerca de R$ 11,2 bilhões na economia brasileira, segundo a projeção do Dieese. Desse montante, R$ 6,04 bilhões são referentes ao pagamento da PLR, sendo que R$ 2,4 bilhões já devem ser distribuídos na antecipação.

As diferenças salariais anuais devem injetar R$ 4,240 bilhões na economia do País, sem contar os reflexos em FGTS e aposentadorias. E as diferenças nos auxílios refeição e alimentação um impacto anual de R$ 894 milhões na economia.

 

Para Roberto von der Osten, unidade nacional, mobilização e luta marcaram a maior greve da categoria Considerada uma grande vitória política dos trabalhadores, o reajuste de 10% e outras conquistas dos bancários não vieram por livre e espontânea vontade dos patrões. A pressão popular dos trabalhadores, na maior greve nacional da categoria, foi fundamental para mudar os rumos das negociações da Campanha Nacional 2015. A Federação Nacional do Bancos (Fenaban) usou o argumento da crise econômica que o País vive ultimamente na primeira rodada de negociação. A entidade que representa os banqueiros ofereceu 5,5 % de reajuste salarial. “Nada além deste reajuste, que na verdade seria uma perda salarial de 4,15%, já que a inflação do período negociado foi de 9,88%”, explicou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, o Betão . “Numa assembleia unificada no começo do mês de setembro, todos os sindicatos rejeitaram esta proposta e pediram uma nova negociação que fosse coerente com o lucro dos bancos, 36 bilhões no primeiro semestre deste ano”, explicou. A reivindicação da categoria era a reposição da inflação mais 5,7% de aumento real. “Era pouco comparando com o lucro”, complementou Betão, como é chamado o presidente. Com o silêncio e o descaso da Fenaban, os trabalhadores decidiram fazer a greve. Para saber mais detalhes sobre esta luta, o Portal da CUT fez uma entrevista especial com o presidente da Contraf-CUT. Confira: Como foram as negociações com a Fenaban? Fizemos rodadas bem difíceis de negociação com a Fenaban e os representantes dos bancos públicos. Conseguimos elevar primeiro para 7,5% sem abono, depois com 8,75% e depois na quinta rodada foi que conseguimos avançar para 10% de reajuste no salário e 14% nos benefícios, como vale alimentação e refeição. Conseguimos negociar com os bancos que os 21 dias de greve, será feita uma recompensação de uma hora a mais de trabalho até 15 de dezembro deste ano, a partir da data de assinatura da convenção. E o Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 90% do salário. Além da parte financeira, considerado um outro grande avanço, foi o acordo com os maiores bancos públicos e privados, de um programa que vai tratar sobre a saúde do trabalhador. A categoria tem o maior número de adoecimento por transtorno mental. A causa está ligada ao assédio moral para o cumprimento de metas abusivas. Qual foi a avaliação da greve feita pelo Comando Nacional dos Bancários? A avaliação é de que a greve foi muito vitoriosa, porque ela começou com a adesão de um pouco mais de 6mil agencias paradas e na outra semana passou de 12 mil. Na última greve em 2014 o maior número chegou a 10 mil. No 21º e último dia desta greve o número de adesões a greve chegou a 13.089 mil agências e 42 centros administrativos, lugares que trabalham até 3 mil pessoas em cada unidade em várias regiões do país, desde o campo até a cidade. Foi a maior número alcançado até hoje. Por que você acha que teve essa grande adesão? A pressão popular dos trabalhadores e da sociedade foi fundamental para esta greve ser do tamanho que foi. Mas foi com muito trabalho de base e o uso da nossa comunicação que a categoria percebeu este 4,15 % de redução de salário e os prejuízos da greve começaram a rondar a economia. A campanha unificada “Exploração não tem perdão" foi fundamental no processo de informação para dentro e fora da categoria. A campanha explicava as explorações que o banco faz, tanto para os clientes, orientando-os sobre os lucros que a instituição financeira ganha em cima dos juros abusivos, quanto para o trabalhador e para sociedade, explicando a exploração do uso do dinheiro deles estrategicamente em busca de mais lucros.Fora as tarifas bancárias que foram inventadas para ter mais ganho, de 2013 a 2015 as tarifas subiram mais de 169%. O grande protagonismo desta grande vitória foi a estratégia de diálogo que fortaleceu a pressão popular. O que significa esta vitória para a categoria? Foi uma vitória da luta, uma vitória da unidade nacional. A campanha no Brasil inteiro teve a mesma identidade. Todos os sindicatos do Brasil entraram em greve no mesmo dia, na mesma hora e 90%deles saíram no mesmo dia, na mesma hora. Todos eles cumpriram o mesmo calendário, a mesma negociação. Foi uma vitória indubitável, tenho orgulho muito grande da nossa categoria. Uma vitória da luta, da coragem de homens e mulheres, na madrugada, nas chuvas fortes do Sul, do sol forte do Nordeste. Todos fazendo seu trabalho, construindo a nossa greve, acreditando no sindicato, acreditando no comando. A gente queria 5,7% de aumento real e não conseguimos, mas a proposta inicial era de perda salarial e nós não deixamos isso acontecer. Não foi uma grande vitória econômica, a gente queria mais, mas foi uma grande luta. Qual a mensagem que a Contraf deixa para as outras categorias em campanha salarial? A força da nossa campanha é a unidade. Mostramos que a organização nacional da categoria, transparência e democracia é possível, mas os trabalhadores precisam participar muito do sindicato. O comando, os sindicatos, têm o papel de avaliar e orientar, mas quem decide são as assembleias, os trabalhadores. Fonte: CUT

A partir desta assinatura, começa a compensação dos dias parados e conta-se dez dias para o recebimento da primeira parcela da PLR

Está definido. A assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com a Fenaban foi marcada para a próxima terça-feira, 3 de novembro, às 16h. O local ainda será confirmado. A partir desta assinatura, começa a compensação dos dias parados e conta-se dez dias para o recebimento da primeira parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) . Salários e demais verbas têm ser pagas retroativas a 1º de setembro.

A PLR da Fenaban é composta de regra básica e parcela adicional. A regra básica corresponde a 90% do salário reajustado em 10% mais R$ 2.021,79, limitado a R$ 10.845,92. Se o montante distribuído entre os bancários for inferior a 5% do lucro líquido do banco em 2015, o valor será aumentado até atingir os 5% ou 2,2 salários do empregado (o que ocorrer primeiro), com teto de R$ 23.861,00. A parcela adicional corresponde a 2,2% do lucro líquido dividido entre os funcionários, até o limite individual de R$ 4.043,58.

Na antecipação, que deve ser paga no máximo até 12 de novembro, os bancários recebem 54% do salário mais fixo de R$ 1.213,07, limitado a R$ 6.507,55 e ao teto de 12,8% do lucro líquido do banco (o que ocorrer primeiro) apurado no primeiro semestre deste ano. Isso somado à regra adicional: 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre, dividido igualmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 2.021,79.

Baseado nos lucros que Itaú, Bradesco e Santander apresentaram no primeiro semestre, os bancários receberão a antecipação, a partir do piso da categoria (R$ 1.976,10) até o salário de R$ 5 mil. No caso do Itaú, a antecipação da PLR soma-se ao PCR de 2015.

PLR sem IR – É importante lembrar que os trabalhadores conquistaram isenção ou descontos menores do Imposto de Renda sobre a PLR, medida que passou a valer em 2013. Assim, com a correção da tabela do IR, os bancários que ganham até R$ 6.677,55 de PLR estão totalmente livres do imposto.

Na tarde desta segunda-feira (26/10), reunidos na sede do Sindicato do ABC, bancários aprovaram a proposta apresentada pela Fenaban de forma unificada, bem  como as específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A medida colocou fim na greve que durou 21 dias, fechando 353 agências e mobilizando a paralisação de 6.115 funcionários de bancos públicos e privados na região.

“A greve forte que realizamos levou os bancários a quebrar a resistência dos bancos que queriam impor uma derrota implantando, depois de anos, reajuste abaixo da inflação e arrochando salários com perdas irreparáveis. Os bancários demonstraram seu poder de mobilização e mesmo num cenário de recessão saem vitoriosos dessa Campanha Nacional”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional.

Em regime de votação, os bancários do Itaú também aprovaram a proposta de reajuste para a Participação Complementar nos Resultados (PCR), nos período de 2015 e 2016, bem como a proposta de gratificação no valor de R$ 3.000,00 aos funcionários do HSBC a ser pago 10 dias após a assinatura do acordo coletivo.

Clique nos links abaixo para ver as propostas do Banco do Brasil, da Caixa e da Fenaban que foram aprovadas e do PCR do Itaú:

Fenaban

Banco do Brasil

Caixa Econômica Federal

PCR Itaú

HSBC

[caption id="attachment_9414" align="alignnone" width="785"]_MG_9135 Assembleia aprova proposta da Fenaban[/caption] [caption id="attachment_9416" align="alignnone" width="787"]bb Funcionários do Banco do Brasil aprovam propostas específicas[/caption] [caption id="attachment_9417" align="alignnone" width="787"]caixa Proposta específica da Caixa também é aprovada em Assembleia[/caption]

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