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Banco faturou R$ 16 bilhões entre janeiro e setembro, período em que demitiu mais de 1,7 mil; Bradesco, BB, Santander e BTG Pactual também estão entre os 20 primeiros em ranking da consultoria Economatica
 
 
O Itaú é a empresa brasileira que mais lucrou em 2016. Levantamento da consultoria Economatica aponta que o banco faturou R$ 16,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Bradesco (3ª), BB (6ª), Santander (8ª) e BTG Pactual (12º) também figuram entre as 20 empresas com melhores resultados no período.E assim como os demais bancos, que integram o setor com maiores lucros no Brasil, o Itaú segue demitindo: eliminou mais de 1,7 mil postos de trabalho nos nove primeiros meses deste ano. No geral, entre janeiro e outubro, já são 10.009 bancários a menos no setor financeiro. O corte de postos de trabalho no setor financeiro sobrecarrega bancários e leva estes trabalhadores ao adoecimento. Somente em 2013 (ano com as estatísticas mais recentes), 18.671 bancários foram afastados em todo o Brasil. Do total de auxílios-doença concedidos pelo INSS 52,7% tiveram como causas principais transtornos mentais e doenças do sistema nervoso.

Leia artigo de Rita Serrano sobre o ano que se encerra e os desafios para os empregados da Caixa Por Rita Serrano Apesar das tantas dificuldades, 2016 não pode ser encarado como um ano de derrotas. As lutas iniciais pelas mudanças no PLS 555 resultaram em avanços que impediram a transformação das empresas públicas em sociedades anônimas. Uma grande campanha – “Se é público, é para todos” – foi lançada em junho e se espalhou pelo País, com adesões em praticamente todas as regiões brasileiras e até na Argentina. Foram realizados centenas de encontros e debates para apresentação do tema e defesa dos bens, serviços e empresas públicas. Não se pode esquecer, também, que os empregados da Caixa têm expertise em defender o banco e, quando isso ocorre, saem vitoriosos. Foi assim na década de 1990, foi assim no ano passado, em duas ocasiões, e agora isso novamente ocorre. E são muitos os desafios. No ano em que um projeto de governo neoliberal voltou a dar as cartas, foram e continuam sendo muitos os ataques aos bancos públicos, reforçando a necessidade de organização para reagir. Nesse 2016 em que o FGTS se tornou cinquentão e as Loterias Caixa chegaram aos 54 anos não houve motivos para comemorações. Sobre o fundo, pairam ameaças de descentralização da gestão, com direcionamento aos bancos privados. E ainda o desvio de seus recursos para o BNDES via FI-FGTS que, por sua vez, vai financiar projetos do Programa de Parcerias de Investimentos, retomando, na prática, o projeto privatista de FHC. O governo também oficializou a venda da Lotex, a Loteria Instantânea da Caixa, e a anunciou a privatização de operações em seguros e cartões. As medidas abrem o caminho para que a Caixa deixe de ser 100% pública e não cumpra mais seu importante papel social, porque além do corte em programas, como o de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), sem os recursos do FGTS obras de infraestrutura, saneamento e mobilidade urbana perdem seu principal aporte. Se abocanhar os recursos do fundo, nenhum banco privado terá como prioridade essa destinação. Especificamente para os empregados da Caixa há também, a exemplo do ocorrido no Banco do Brasil, o risco de que uma “reestruturação” elimine postos, funções, feche agências e resulte em demissões. É uma perspectiva sombria e que pode se tornar real a qualquer momento. Nesse momento é fundamental que os empregados do banco entendam a importância de se organizarem em defesa da Caixa 100% Pública e, mais ainda, que saibam da necessidade de um legítimo representante no Conselho de Administração da Caixa. Votar nesse conselheiro é um direito recente conquistado com muita luta, mas também sob risco nesse governo. A história tem nos provado que, quando atuamos juntos, unidos, conquistamos. Para 2017 será esse espírito de ousadia e coragem que deverá nos mover. Afinal, a vida é feita de desafios, e mais do que nunca nosso mote deve ser temer jamais.   Rita Serrano é coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, diretora do Sindicato dos Bancários do ABC (SP) e da Contraf-CUT. Mestra em Administração, é suplente na representação dos empregados no Conselho de Administração da Caixa e atualmente concorre ao cargo de titular pela Chapa 1.

Na última reunião do GT, representantes do banco insistiram em impor a versão 33 do RH 184; CEE/Caixa destaca a importância de a categoria se mobilizar
A Caixa Econômica Federal vetou avanços em uma proposta final contra descomissionamentos arbitrários. É que na última reunião do Grupo de Trabalho que trata do tema, realizada na segunda, 19, em Brasília (DF), o banco tentou mais uma vez impor unilateralmente a nova versão 33 do RH 184, insistindo na tese do “justo motivo” para continuar com a prática. O que foi apresentado pelo banco, portanto, não contempla a proposta construída a partir das reivindicações da categoria, colhidas em uma ampla consulta nacional. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) protestou contra a postura intransigente da empresa. A avaliação é de que não dá para fechar acordo com base na insistência da Caixa em fazer trabalho por demanda e em querer oficializar a quebra de caixa, tema que em nenhum momento foi objeto de debate. Outra arbitrariedade que o banco insiste em manter é a dispensa de função gratificada ou cargo comissionado da gestante a qualquer tempo, inclusive durante a licença-maternidade. O único avanço registrado foi no que diz respeito à questão de que o apontamento deve ser aplicado em dois momentos, com intervalo entre eles de, no mínimo, 60 dias dentro do período de 730 dias, observada a recorrência dos fatos que levaram ao primeiro apontamento. Foi acatada apenas, portanto, a sugestão que estabelece a perda da função já numa análise preliminar, só podendo ocorrer após apuração de processo contra o empregado, com base em uma segunda opinião. Pela proposta, porém, fica mantido o julgamento subjetivo, e não está assegurado o valor da função e tampouco a incorporação da remuneração proporcional no caso dos empregados com mais de 10 anos de função. A avaliação semestral conforme os quesitos exigidos nos editais dos processos seletivos internos, respeitando as especificidades de cada área, diferenciando funções técnicas das demais, também não foi contemplada. Os representantes dos empregados criticaram ainda a insistência da Caixa com o modelo do MO 21182, considerado extremamente cartorial. Já em relação aos casos de descomissionamento arbitrário, avaliam que o momento é propício para discutir critérios que combatam as arbitrariedades perpetradas pela chefia, vez que esse debate tem a ver com a própria organização do trabalho. Nesta terça-feira a CEE/Caixa estará reunida em Brasília para discutir o tema e avaliar os próximos passos do movimento.  

Fonte: Contraf-CUT / Fenae, com edição

Foto da home: Augusto Coelho

 

agradecimentosRita Serrano e Orency Francisco, da Chapa 1, receberam 6120 votos As eleições para representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa serão realizadas em segundo turno no próximo mês de janeiro. O pleito será disputado pelas chapas 1 e 25, que receberam respectivamente 6120 e 6718 votos.Participaram 27947 eleitores.
A chapa 1 é composta por Rita Serrano (titular) e Orency Francisco (suplente). Para Rita, é importante manter a mobilização para enfrentar agora o segundo turno do processo. “A receptividade tem sido muito boa em todas as unidades por que passamos em campanha, e vamos intensificar esses encontros”, afirma a candidata, que é atualmente suplente no CA e coordena o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas. A Chapa 1 tem o apoio das entidades associativas e sindicais mais representativas do País. O segundo turno acontece de 16 a 20 de janeiro. Para acompanhar a campanha e saber mais sobre os candidatos e suas propostas acesse o facebook cachapa1

bradesco1Na manhã desta quarta-feira 14, o Coletivo Estadual Bradesco realizou sua última reunião do ano para fazer uma retrospectiva e avaliação de 2016, além de dar início na organização de seu plano de lutas de 2017.

Como prioridade, os representantes dos trabalhadores trataram do tema emprego, já que ocorreu 4,7 mil cortes de postos de trabalho, nos nove primeiros meses de 2016. “Onde existem problemas nos mobilizamos e realizamos ações sindicais, com a finalidade de garantir o emprego dos trabalhadores e um atendimento justo para os clientes. Entre as principais atividades fizemos os Dias Nacionais de Luta – que mobilizou os sindicatos filiados à FETEC-CUT/SP e também outras federações. Realizamos também a ‘Campanha de Valorização dos Funcionários do Bradesco’, com o mote: Mantenha Acesa a Chama do Emprego que dialogava com a campanha publicitária do banco como um dos principais patrocinadores dos jogos Olímpicos Rio 2016. Esta campanha questionou diretamente o Bradesco quanto à intensidade de demissões”, afirma Gheorge Vitti, coordenador nacional da COE (Comissão de Organização dos Empregados) e diretor do Sindicato. “O banco se isenta da responsabilidade das demissões culpando a crise, porém, teve altos lucros no período”, reforça Vitti. O Bradesco apresentou lucro líquido ajustado de R$ 12,736 bilhões nos nove primeiros meses de 2016.

Também foi apresentada na reunião a “Pauta Específica de Reivindicações do Bradesco e HSBC, atualmente unificada” e os principais avanços decorrentes das negociações com o banco durante o ano. “Estamos na luta para que não haja retrocessos quanto a direitos já conquistados pelos trabalhadores de ambos os bancos”, explica Maria de Lourdes, a Malu, coordenadora do Coletivo Estadual Bradesco e dirigente da FETEC-CUT/SP. Além disso, os dirigentes falaram sobre as negociações. “Foram levadas aos representantes do banco todas as reivindicações que trazem melhorias nas condições de trabalho e vida dos bancários. O Bradesco considera que não existem falhas de gestão, mas nossa consulta e diálogo permanentes com os trabalhadores nos mostra que os bancários estão insatisfeitos com o excesso de trabalho na rotina diária, quantidade de metas impostas, falta de perspectivas e ainda demissões”, reforça Malu. bradesco2 Num ano em que a conjuntura política foi totalmente desfavorável para os trabalhadores é importante ressaltar que obtivemos conquistas importantes como a ampliação da licença paternidade para 20 dias, acordado na CCT da categoria. “Nossa unidade nacional garantiu avanços e é fundamental para que tenhamos novas e importantes conquistas”, finaliza Malu.

Funções serão acumuladas e saúde dos funcionários que permanecerem no banco será ainda mais comprometida, avalia presidente do Sindicato
 
O Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada do Banco do Brasil foi aderido por 9.409 trabalhadores. Com isso, o banco terá R$ 1,4 bilhão em pagamento de incentivos até o final deste ano. A informação foi divulgada pela instituição bancária nesta segunda-feira (12/12), de acordo com o balanço das adesões finalizadas na última sexta (09/12).
Segundo o banco foi oferecido incentivo de desligamento correspondente ao valor de 12 salários, além de indenização pelo tempo de serviço, que varia de um a três salários, a depender do tempo de banco (entre 15 e 30 anos completos). Para aderir era preciso já estar aposentado pela Previdência Social ou ter 50 anos de idade e, no mínimo, 15 anos de trabalho no banco. A medida faz parte do plano de reestruturação anunciada pelo BB em novembro, que também inclui o fechamento de agências, ampliação do atendimento digital e redução de jornada de trabalho. No Grande ABC serão oito as  agências fechadas, e outras 10 transformadas em postos de atendimento. A estimativa do banco é reduzir R$ 2,3 bilhões nas despesas com pessoal em 2017. Para o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, esse pacote de ações do Banco do Brasil precarizará o trabalho dos funcionários que permanecerem em atuação. “As funções serão acumuladas e a saúde destes funcionários será ainda mais comprometida, além da extinção de alguns postos de trabalho e a dificuldade das pessoas desempregadas em conseguir uma recolocação no mercado de trabalho. São diversas as consequências e estamos atentos a isso, tentando o diálogo com o banco”, disse. Fonte: ABCD Maior, com edição

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