O Itaú continua a registrar ganhos gigantescos e a liderar o ranking dos maiores bancos privados do País. De acordo com análise do Dieese, o lucro líquido recorrente do banco foi de R$ 11,942 bilhões no primeiro semestre de 2015, alta de 25,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio anual fechou em 24,7%, com crescimento de 1,6 ponto percentual em doze meses. Mas o progresso nos rendimentos não se reflete na geração de empregos. Ao contrário, o banco continua demitindo.
O número de empregados da holding no semestre foi de 85.028 e teve redução de 2,7%, o que representa o corte de 2.392 postos de trabalho em doze meses. A rede de atendimento do Itaú também encolheu. O banco fechou 43 agências no período, mas criou 44 "agências digitais", sem ponto físico, somente virtual. Também foram fechados 23 postos de atendimento (PAs). Por outro lado, o Itaú criou 721 novos correspondentes bancários de janeiro a junho deste ano.
Clique aqui para ver os destaques apurados pelo Dieese
Carteira de crédito
O Dieese identificou que a carteira de crédito do banco cresceu 9,3% em doze meses, atingindo um montante de R$ 566,6 bilhões (no trimestre houve queda de 2,1%). As operações com pessoas físicas cresceram 8,6% em relação ao mesmo período de 2014, chegando a R$ 187,3 bilhões, tendo permanecido estável em relação ao primeiro trimestre. Houve ampliação dos segmentos de menor risco, como o consignado (52,3%) e o imobiliário (20,8%). Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 295,4 bilhões, com elevação de 6,0% em doze meses, e queda de 3,0% no trimestre.
Inadimplência
O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,1 ponto percentual, ficando em 3,3% no 1º trimestre. Apesar de a inadimplência estar baixa e em queda, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD's) subiram 26,2%, totalizando R$ 11,0 bilhões.
Efeito Selic
O crescimento do resultado com títulos e valores mobiliários foi diretamente influenciado pelos sucessivos aumentos na taxa Selic, que subiu para 14,25% ao ano. O aumento nos índices de preços também é outro fator que fez o resultado do Itaú quase dobrar, registrando 95% de crescimento em doze meses, totalizando R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2015.
Receita X despesas de pessoal
As receitas com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 12,2% em relação a junho de 2014 e somaram R$ 14,9 bilhões, enquanto as despesas de pessoal subiram 9,5%, chegando a R$ 8,7 bilhões. Diante disso, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 171,6%, representando 4,2 pontos percentuais a mais que em junho de 2014.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese
Bancos
HSBC e Bradesco dizem para Contraf-CUT que não haverá demissão em massa
Representantes da Contraf-CUT, dos sindicatos dos bancários de São Paulo e de Curitiba e da Fetec-PR se reuniram nesta terça-feira (4) com a direção dos bancos Bradesco e HSBC para garantir a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores, após aquisição do banco inglês.
O encontro serviu para os dirigentes sindicais conhecerem detalhes da negociação, como o fato de o comando das operações só serem transferidos em janeiro de 2016. "A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando os desligamentos dos dois bancos", afirmou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
"O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos e mais oportunidades", completou o presidente da Contraf-CUT. "Isso ajuda a negociação pela manutenção dos empregos nos dois bancos".
Os representantes do Bradesco disseram que em todos os negócios deste tipo comandado pelo banco houve total transparência nos diálogos com o movimento Sindical. Os dois bancos dizem que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. Até que saia a aprovação da venda, que pode durar até seis meses pelos órgãos responsáveis, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é de manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores.
Fusões aumentam concentração do sistema bancário
O número total de empregados do HSBC no País, em dezembro de 2014, era de 20.165 trabalhadores e o número de agências bancárias no Brasil era de 853 unidades. O setor bancário brasileiro já vive um oligopólio. Em 2014, os seis maiores bancos (BB, Itaú-Unibanco, Bradesco, CEF, Santander e HSBC) passaram a concentrar 82,5% do Ativo Total do Sistema Bancário Brasileiro. Em 1999 esse mesmo índice era de 59%. Com relação às operações de crédito observa-se a mesma tendência: enquanto em 1999 os seis maiores bancos possuíam pouco mais de 60% do total de operações de crédito do setor, em 2014 essa participação chegou a 84%.
Os cinco maiores bancos, antes da aquisição, concentravam 80% dos ativos, 84% do crédito, 87% dos depósitos à vista, 95% dos depósitos de poupança e 87% das agências. Depois da aquisição do HSBC, concentram 83% dos ativos, 86% do crédito, 92% dos depósitos à vista, 96% da poupança e 91% das agências.
Fonte: Contraf-CUT
Bancários do HSBC e Bradesco debatem venda e defesa do emprego

Representantes das comissões de organizações dos funcionários (COE) do HSBC e do Bradesco e representantes das federações se reuniram nesta quarta-feira (5), às 10h, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para discutir os impactos do anúncio da aquisição do HSBC pelo Bradesco e a organização e as lutas dos bancários dos dois bancos a partir disso.
Ontem a Contraf-CUT, o Bradesco e o HSBC se reuniram para discutir como ficará a questão dos empregos a partir desta venda. A reunião foi solicitada pela Contraf-CUT que quer garantias de que a mudança não signifique corte de postos de trabalho e demissões em nenhum dos dois bancos. O resultado desta reunião também será analisado pelos bancários.
Bradesco anuncia compra da operação brasileira do HSBC
Foi confirmada nesta segunda-feira, 03, a venda da unidade brasileira para o Bradesco por US 5,2 bilhões. De acordo com o comunicado, HSBC e Bradesco chegaram a um acordo na sexta-feira, 31 e, neste final de semana foram acertados os detalhes. O valor ficou acima do esperado pelo mercado que projetava uma proposta de até US$ 4 bilhões. O valor da compra ainda está sujeito a ajustes e o negócio deve passar por aprovação regulatória que deve ocorrer até o segundo trimestre de 2016.
Essa venda preocupa os trabalhadores do HSBC que temem demissões. São mais de 20 mil funcionários em todo o Brasil. “Durante todo esse processo, desde o anúncio da intenção de venda do banco, os trabalhadores se mobilizaram para a manutenção do emprego e, agora, mais que nunca, devemos intensificar essa luta cobrando do Bradesco a garantia de emprego para os funcionários do HSBC e, também, do próprio Bradesco”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato e funcionário do HSBC. “A maior preocupação do banco tem que ser com os funcionários pois são eles que geram os lucros e esse processo de venda não pode prejudicar os trabalhadores”, conclui Belmiro.
O maior interesse do Bradesco está na clientela de alta renda do HSBC, sexta maior instituição financeira do país em ativos. O banco tem cerda de 10 milhões de clientes, uma rede de 853 agências e receitas da ordem de R$ 10,6 bilhões.
Junto com o anúncio da venda ao Bradesco, o HSBC divulgou seu balanço global que apresentou lucro líquido de R$ 4,36 bilhões, queda de 3,96% comparado ao mesmo período do ano passado.
Assine o abaixo-assinado pela manutenção do emprego
Atividade coleta assinaturas em agências e no centro de Santo André
O Sindicato promoveu nesta segunda, 27, atividade em defesa do emprego no HSBC. Os diretores sindicais levaram abaixo-assinado que reivindica a manutenção do emprego a agências da região central de Santo André. Também montaram posto fixo para coleta de assinaturas na rua Oliveira Lima. O abaixo assinado também pode ser acessado pelo site do Sindicato (www.bancariosabc.org.br). A ideia é que todos participem para evitar a ocorrência de demissões com a venda do banco. As últimas notícias informam que o HSBC deverá ser vendido para o Bradesco, mas até o fechamento desta edição o anúncio não havia sido feito oficialmente. O presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, lembra que várias ações vêm sendo promovidas para garantia do emprego no banco inglês. “Além das manifestações e abaixo assinado já foram realizados encontros com representantes da política e economia nacional e com entidades internacionais que apoiam nossa luta”, destaca. Você também pode tirar cópias do abaixo-assinado clicando aqui.