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Cenário econômico é crítico: Brasil precisa priorizar trabalhadores, e não mercado

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Políticas para gerar emprego e renda, crédito produtivo e aumento do consumo interno são fundamentais, destaca presidente do Sindicato

 

BrasileconomiaO Brasil vai se despedindo de 2021 com um cenário econômico crítico, e as perspectivas, infelizmente, são de piora para o novo ano.

Na semana passada o Comitê de Política Monetária subiu a taxa básica, a Selic, de 2% (desde março de 2021) para, após vários outros aumentos no ano, 9,25%, o maior patamar desde julho de 2017.

A Selic é vista por alguns setores como o principal instrumento para controlar a inflação, mas seu aumento acaba de fato por inibir o investimento na produção e aumentar a especulação financeira. E a inflação já vem alta, chegando a 10,74% no período de 12 meses até novembro.

Os salários, porém, não acompanharam esse crescimento inflacionário, causando um grande achatamento na maioria das categorias.

O rendimento dos trabalhadores caiu 4% no trimestre de julho a setembro de 2021 em relação ao trimestre de abril a junho de 2021.

A categoria bancária é exceção e conquistou o repasse da inflação e aumento real. Isso ocorreu graças ao acordo de dois anos firmado pelo movimento sindical.

Além de menor renda para a maioria dos trabalhadores brasileiros, somados ao desemprego os indicadores apontam para um 2022 com grandes dificuldades.
Hoje o desemprego atinge 13,5 milhões e, se for considerada toda a mão de obra subutilizada, falta emprego para 30,7 milhões.

E isso sem contar os informais, aqueles sem nenhum direito garantido: de acordo com o IBGE, a taxa de informalidade subiu de 40% no trimestre anterior para 40,6% da população ocupada, atingindo 38 milhões.

Social x mercado - “Temos que compreender esse cenário pela lógica coletiva social e não somente de mercado”, aponta o presidente do Sindicato, Gheorge Vitti.

Ele lembra estamos assistindo a milhares de pequenas e médias empresas fecharem, enquanto empresas grandes (como a Ford, por exemplo) estão deixando o Brasil; ou seja, há uma financeirização da economia em detrimento do incentivo produtivo.

“Nós, enquanto bancários e agentes de intermediação financeira, sabemos da nossa importância e principalmente sobre como os bancos podem atuar, interagir com a sociedade. Também é fundamental para podermos avançar no desenvolvimento econômico e social. Só assim conseguiremos trazer de volta o crédito produtivo, para que se possa haver geração de emprego e renda”, aponta, destacando ainda a necessidade de se aumentar o mercado de consumo interno para que o trabalhador faça parte da economia, micro e macro.

Para Gheorge os aumentos de juros e Selic só ampliam o grau do mercado especulativo no País, e não de investimento real. “Somente fortalecendo o mercado interno e as empresas públicas e privadas é que poderemos afastar esse tipo de especulação do Brasil e do brasileiro”, destaca.

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