Precisamos voltar a ter esperança de um brasil soberano, aponta presidente do Sindicato
Os diretores do Sindicato se reuniram nos últimos dias 10 e 11 para discutir e planejar as ações da entidade no próximo ano, que será marcado por grandes dificuldades para os trabalhadores brasileiros. Foram debatidos temas como o Ramo Financeiro, a Campanha Nacional e as eleições 2022. Especialistas do Dieese e representantes da CUT também participaram do evento, ampliando a abordagem dos assuntos. Ao final ocorreu a solenidade oficial de posse da nova gestão. Acompanhe, na entrevista com o presidente do Sindicato, Gheorge Vitti, o que ficou definido para o novo ano e participe das iniciativas junto à entidade, pois só com muita organização e luta será possível reagir e impedir perdas de direitos como bancário e cidadão.
Como foi o encontro para o planejamento de 2022 no Sindicato?
Gheorge - O planejamento foi um momento importante para nos dedicarmos a pensar o novo ano: cenários e ações que podem ser desenvolvidas para podermos, enquanto bancários/trabalhadores e sociedade, voltar a ter esperança de um Brasil soberano, com bancos e empresas com empregos e distribuição de riquezas, além novamente haver inclusão social.
Quais as propostas para os temas centrais debatidos que tratam especificamente da categoria bancária?
Gheorge - As propostas centrais são: para o Ramo Financeiro, mapear e avançar na representação do Ramo, vez que, por falta de regulamentação do Bacen, tem crescido de forma desordenada. Também avançar na representação do Ramo para podermos juntos melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores e trabalhadoras, seja em relação a direitos ou nas condições de trabalho.
Já sobre a Campanha Nacional, 2022 será o ano em que teremos que fazer uma nova CCT, e será importantíssimo dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras dentro dessa nova configuração de trabalho, presencial e teletrabalho, para a manutenção e ampliação dos direitos. Envolver a sociedade é imprescindível, pois os bancos são concessões públicas e os clientes e usuários podem fazer a diferença. Hoje assistimos que os bancos, além de fechar agências e demitir trabalhadores, têm dificultado o acesso às agências e não cumprem seu papel social (que segundo o art. 192 da Constituição Federal seria de intermediação do crédito), além de desrespeitarem o Código do Consumidor em relação à opção de a pessoa ser atendida por uma máquina ou um ser humano.
Também prosseguimos com a defesa das empresas públicas, como Caixa e Banco do Brasil, pois são agentes fomentadores da economia urbana e rural, além da cobrança de contrações via concursos.
E sobre a conjuntura do País, o que se planeja?
Gheorge – Discutimos as eleições de 2022 e destacamos que o ano que vem é decisivo para a classe trabalhadora. Desde o golpe de 2016 na presidenta Dilma, os trabalhadores vêm sofrendo retrocessos através das reformas Trabalhista, da Previdência, e por medidas do governo ou do Congresso Nacional. Para que possamos estancar essa sangria e novamente ter esperança, avançando enquanto sociedade, é fundamental nos envolvermos com este tema. Fazendo reflexões e passando nossas propostas sobre o Ramo Financeiro e outras que possam gerar políticas públicas inclusivas, com desenvolvimento social e econômico, além de dialogar sobre a defesa da nossa soberania, democracia e empresas públicas.
Como será possível concretizar esse planejamento para 2022?
Gheorge – Creio que será possível de forma coletiva, envolvendo não apenas os bancários, mas toda a sociedade.