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Banco recorre à Justiça, buscando barrar paralisação legítima contra demissões em Santo André

fotopmA paralisação dos bancários do Santander em Santo André contra as demissões chega hoje (25) ao quinto dia. E o banco, que poderia simplesmente negociar, resolveu apelar para a Justiça, tentando intimidar os trabalhadores e o Sindicato.

O Santander obteve ontem liminar que determina multa de R$ 10 mil/dia por agência parada ao Sindicato caso o protesto tenha continuidade com “a prática de atos que impeçam o livre acesso de quaisquer pessoas - empregados e terceiros - às agências (...)”. A entidade vai recorrer da decisão.

“É inaceitável, pois o protesto é legítimo. São 27 demissões só neste mês. Ao punir o Sindicato, todos os bancários estão sendo penalizados, pois é o dinheiro deles que mantém o Sindicato”, aponta o diretor sindical João Pires. Ele afirma ainda que o banco expôs funcionário de outra cidade para tentar caracterizar impedimento à agência de Santo André. “Não existe impedimento. O fato é que não há ninguém trabalhando, e o Sindicato mantém plantão para esclarecer a população no local sobre o que está ocorrendo”, explica.

A paralisação em Santo André segue por tempo indeterminado, até que o Santander decida abrir negociações para discutir as demissões, que ocorrem principalmente no setor de atendimento.

Protesto contra demissões chega ao terceiro dia Agências do Santander na região central de Santo André continuam fechadas nesta terça, 23, em protesto às demissões que se concentram principalmente na área de atendimento – foram 27 dispensas apenas nesse mês. É o terceiro dia de paralisações e não há data prevista de término. Por conta dessas manifestações, a atividade da campanha salarial em São Bernardo, realizada nesta terça pelo Sindicato dos Bancários do ABC, não atinge as agências do banco naquela cidade. Para mais informações sobre as paralisações no Santander e a campanha 2016 acesse o site do Sindicato: www.bancariosabc.org.br

Dispensas atingem principalmente trabalhadores doentes; paralisações são por tempo indeterminado Agências do Santander na região central de Santo André permanecem fechadas nesta sexta, 19, em decorrência de atividade promovida pelo Sindicato dos Bancários do ABC. O fechamento é um protesto às demissões que vêm ocorrendo na região, especialmente na área de atendimento (caixas), que está sendo desmontada pelo banco. De acordo com o diretor sindical Ageu Moreira, as demissões por si só são inaceitáveis, mas, nesse momento, chocam ainda mais porque resultam de uma seleção cruel. “Entre as características dos demitidos estão principalmente pessoas adoentadas, com tendinite, traumas pós-assalto... Problemas de saúde em geral, além do caso de uma trabalhadora que acaba de retornar da licença-maternidade”, revela. O Sindicato também denuncia o fato à sociedade, com faixas nas agências e nos semáforos. Negociação - Durante a paralisação de hoje, o banco entrou em contato com o Sindicato, mas não apresentou qualquer garantia de que as demissões serão revistas ou que será feito remanejamento de cargos para evitar novas dispensas, como reivindica a entidade. Esse remanejamento evitaria novos cortes - recentemente, por exemplo, o Santander perdeu as contas da Prefeitura de São Caetano (que poderão ser assumidas pela Caixa), e há o temor de mais demissões. “Queremos dialogar com o banco e garantir o emprego. Caso isso não ocorra, a paralisação segue por tempo indeterminado e pode atingir novos locais”, adianta Ageu. Ele destaca, ainda, que os bancários demitidos que têm problemas de saúde ou acabaram de retornar ao trabalho após licença devem procurar o Sindicato, pois existe a possibilidade de encaminhamentos legais para tentar reverter as dispensas ou, caso não seja possível, entrar com um processo jurídico contra o banco.

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$3,466 bilhões no primeiro semestre de 2016, crescimento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro obtido no Brasil representou 19% do lucro global da Instituição, que foi de € 2,911 bilhões. A carteira de clientes cresceu 1,6 milhão em um ano. Mas mesmo apresentando este bom resultado, em um período em que a recessão se aprofunda no país, o banco cortou 1.368 postos de trabalho, sendo 1.265 apenas neste último trimestre.

Os resultados do balanço demonstram que o Santander tem plenas condições de atender às reivindicações que estão sendo colocadas por seus empregados mas, ao contrário disso, vem apresentando uma postura intransigente e desrespeitosa.

O banco teve um bom desempenho, mas no lugar de contratar mais e melhorar as condições de trabalho, demite e reduz postos de trabalho.  Ao mesmo tempo, o Santander se nega a apresentar proposta para o Acordo Aditivo ao Contrato Coletivo de Trabalho, o que tem causado revolta e indignação. O banco não reconhece que são os funcionários, com seu trabalho, que constroem o lucro que o banco apresenta.

Segundo a análise feita pelo Dieese, outro dado, que chama a atenção para o bom desempenho do Santander, é que a receita com prestação de serviços mais tarifas bancárias cresceu 11,9% em doze meses e passou a cobrir as despesas de pessoal em 152,33%. As despesas com pessoal cresceram 11%.

Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, o lucro do Santander é uma demonstração de que os bancos são o setor da economia menos afetado pela crise e por isso têm plenas condições de atender ás reivindicações da categoria na Campanha Nacional 2016:  “Os bancos não têm do que reclamar, no momento em que todo o país sofre com a recessão, eles continuam lucrando e muito.  Não podem usar a crise econômica como desculpa para demitir e não valorizar o trabalho dos seus funcionários”, destacou.

Veja aqui a íntegra da análise do balanço do Santander feita pelo Dieese

Na manhã desta terça-feira, 26, o banco Santander teve suas atividades paralisadas nas agências de cinco cidades da Região  - Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá - devido ao pouco caso que está fazendo na mesa de negociação para a renovação de acordo específico dos funcionários.

"Já faz mais de dois meses desde a entrega da minuta de reivindicação e a direçao do banco só apresentou propostas com retrocesso: limite de concessão de bolsas (concede com meritocracia) de estudo e a retirada de benefícios têm sido a tônica da conversa", disse Eric Nilson Lopes, funcionário do Santander, diretor do Sindicato e secretário-geral da Fetec-SP - Federação dos Bancários da CUT.

Para agravar a situação, está sendo exigido dos caixas que exerçam a nova função de Agente Comercial, desvirtuando assim a tarefa que é inerente ao cargo de pagar e receber para a venda de produtos no balcão.

"A paralisação foi de retardamento por uma hora no atendimento, no entanto caso permaneça esse impasse, continuaremos com as paralisações", alerta Eric.

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Na manhã desta quarta, 20, a expectativa dos representantes sindicais era grande quanto a uma resposta por parte do Banco às reivindicações dos trabalhadores para fechamento do Acordo Aditivo. "Até por que já faz mais de dois meses desde a entrega da minuta e já chegamos na sexta rodada de negociação", aponta Ageu Ribeiro, diretor do Sindicato e integrante da COE - Comissão de Organização dos Empregados do Santander.

Um Acordo Possível

A COE avalia que as reivindicações não contêm nenhum absurdo contratual. As metas, por exemplo. O que se reivindica é que sejam factíveis e mais humanas e que não se mude a regra do jogo durante uma campanha, um desafio. Reivindica-se também  uma PPRS mais justa e não simplesmente corrigida pelo índice da Fenaban como quer o banco. Ampliação da Bolsas de Estudo sem restrições e sem meritocracia assim como  empréstimo de férias são cláusulas também facilmente negociáveis e com despesas residuais para a instituição.

Tentativa de extinção de benefício 

Além de nada apresentar e deixando todos frustrados, a direção do Santander foi cobrada durante a reunião  pela retirada do beneficio de dois salários para quem completa 25 de casa. "Orientamos aos trabalhadores elegíveis que procurem o Sindicato para podermos tomar providências caso o Banco se mantenha intransigente", orienta Eric Nilson, Secretario-Geral da Fetec e um dos idealizadores na construção do benefício.
Agente Comercial: projeto tem de ser combatido
A implantação do novo cargo já está em pleno andamento em várias agências e, embora estivesse de fora da pauta do Aditivo, foi questionado o projeto durante as negociações. O banco não deu sinal que irá parar, pelo contrário, já está  exigindo dos caixas o curso de CPA10. "Não vamos aceitar este absurdo que estão fazendo com o pessoal de seis horas", avisa Ageu. "Vamos envidar todos os esforços para tentar barrar esse projeto que significa o desaparecimento da função de caixa", denuncia.

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