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[caption id="attachment_8537" align="alignright" width="300"]158212033 Proposta foi construída pelo coletivo de imprensa[/caption]

"Exploração não tem perdão". Esse é mote da mídia da Campanha Nacional dos Bancários 2015, que foi apresentada neste domingo (2), durante a plenária final da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece em São Paulo. A proposta foi construída pelo coletivo de imprensa, que reuniu dirigentes sindicais e profissionais de comunicação de federações, sindicatos, Fenae e da Contraf-CUT. Ao todo foram realizadas quatro reuniões.

Ao explicar a mídia, o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Gerson Pereira, lembrou que foram levadas em conta questões como terceirização, o assédio, a discriminação entre outros problemas que atentam contra os direitos da categoria bancária. O diretor da entidade destacou ainda que o material, com suas diversões possibilidades de utilização (outdoor, camisetas, cartazes, selos entre outros), será disponibilizado para as entidades sindicais na próxima quarta-feira, 5 de agosto, no site da Confederação(www.contrafcut.org.br).

"Saímos com um material que representa o anseio dos trabalhadores de todo o Brasil, pois o trabalho final é resultado de todas as participações que tivemos durante as quatro reuniões. Todos os sindicatos podem ter certeza de que terão um material de muito conteúdo e qualidade. E com diversas possibilidades de ações para pressionar os banqueiros a atenderem nossas reivindicações", destaca Gerson Pereira.

Eixos

A proposta da mídia da campanha 2015 prevê a utilização de sete eixos que foram denominados de 7 pecados do capital: assédio, discriminação, ganância, irresponsabilidade, mentira, ostentação e terceirização. 
"A ideia é mostrar que os banqueiros são exploradores da categoria bancária. E o lucro exorbitante que os bancos obtêm é o resultado da exploração dos trabalhadores. A mobilização da categoria bancária é fundamental para reverter essa situação", acrescenta o secretário de Imprensa da Contraf-CUT.

Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

[caption id="attachment_8534" align="alignright" width="300"]158117260 Delegados definem reivindicações de saúde e segurança[/caption]

Delegados do grupo dois discutiram reivindicações de saúde, segurança e condições de trabalho, as quais foram apontadas pelas conferências regionais e estaduais realizadas em todo o Brasil, antes da 17ª Conferência Nacional, que teve início nesta sexta-feira (31), em São Paulo. O debates sobre saúde neste sábado (1º) envolveram temas como combate ao assédio moral, metas abusivas, reabilitação profissional e acidentes de trabalho.

Os bancários decidiram, em votação no grupo, levar à plenária final deste domingo (2) a proposta de revogação e de uma nova redação para o artigo 81º da pauta, que trata de reabilitação profissional. De acordo com os delegados, os bancos têm implantado programas de readaptação que não levam em conta as demandas do trabalhador.

"Reabilitação profissional é uma atribuição pública do Estado, tarefa da Previdência, não do banco. Queremos garantir a participação dos bancários neste processo. Também adequar as tarefas para os trabalhadores que estão retornando ao local de trabalho, após o período de afastamento, e acompanhar todo o processo", explica Walcir Previtale, coordenador da mesa e secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.

Os bancários também discutiram a extensão integral de benefícios para funcionários afastados por problemas de saúde, ampliação da licença maternidade para pais de crianças adotadas, independente da idade, além da redução de jornada para mães que amamentam por um período maior, de 12 meses.
Segurança

O segundo grupo também tratou de segurança. Os bancários querem o fim da revista de funcionários, que ainda é praticada em muitas agências pelo País. Outra reivindicação é a extinção das tarifas bancárias para transferências de dinheiro, as chamadas de DOCs e TEDS. O objetivo é combater o crime de "saidinha bancária", já que muitas vítimas sacam grande quantias em espécie para evitar as tarifas. 

Os delegados da Conferência também pretendem garantir a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários. A abertura e o fechamento remoto das agências é outra reivindicação, assim como a instalação dos biombos nos caixas e melhor atendimento aos bancários e demais vítimas de assaltos.

"Todas as propostas passaram por unanimidade e vão direto para a nossa minuta. O que demonstra uma consonância sobre as reivindicações de segurança entre a base. Foi um debate muito importante", ressalta Gustavo Machado Tabatinga Júnior, secretário de políticas sindicais da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

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[caption id="attachment_8531" align="alignright" width="300"]1581165011 Debates giraram em torno de temas como piso, vales e PLR[/caption]

Dentro da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, delegados sindicais de todo o Ppaís analisaram neste sábado 1 questões da pauta específicas sobre remuneração. Os debates giraram em torno dos valores do piso, vales e da PLR que serão reivindicados dos bancos na Campanha Nacional 2015. A pauta final será votada na plenária de domingo 2.

O grupo chegou a consenso no valor do vale alimentação e da décima terceira cesta a ser reivindicado, de R$ 788. Vale refeição terá de subir para R$ 34,26 ao dia. Os representantes dos trabalhadores defenderam também piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66), PLR de três salários mais R$ 7.196,84 de parcela fixa adicional e o 14º salário.

O grupo de remuneração foi um dos quatro criados para debater a pauta completa. Os outros foram saúde e segurança, emprego e estratégia. As questões específicas discutidas estes grupos e os pontos que não chegaram a um consenso serão colocados em votação no dia seguinte.

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[caption id="attachment_8528" align="alignright" width="300"]1581161115 Questões de interesse de toda a sociedade também foram debatidas[/caption]

O grupo que discutiu Estratégia e Mobilização na 17ª Conferência Nacional dos Bancários abordou temas como terceirização, correspondentes bancários, a luta pela defesa do emprego no HSBC , papel social dos bancos e organização do sistema financeiro, entre outros. Tratou tanto de questões específicas dos bancos públicos e privados, como de assuntos de interesse mais amplo da sociedade.
"A dinâmica foi muito boa, muitas propostas foram construídas por consenso, o que fortalece a nossa unidade para negociar com os banqueiros", afirmou Ernesto Shuji Izumi, secretário Formação Sindical da Contraf-CUT, um dos coordenadores da mesa.

Entre as decisões, uma fortalece a participação feminina nas conferências nacionais. O grupo aprovou proposta de que, em caso de não cumprimento da resolução que determina cota mínima de 30% de mulheres, a delegação será reduzida em sua representação. 

Nas lutas gerais da sociedade, o grupo aprovou: a luta pela reforma política, fim do financiamento privado (pelo financiamento público de campanha), reforma tributária, democratização da mídia, defesa da Petrobras (não à quebra do sistema de partilha), defesa de democracia e dos direitos, redução da taxa de juros com crescimento e desenvolvimento econômico, auditoria da dívida pública e contra a criminalização dos movimentos sociais.

"Fortalecemos a nossa organização para dizer não ao retrocesso. Foi com nossa unidade que conseguimos avançar nos últimos trinta anos e é partir dela que poderemos alcançar novas conquistas. Não só nas reivindicações da categoria, como também na luta de toda a sociedade", afirmou Carlos Eduardo Bezerra Marques, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, que também coordenou a mesa.

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[caption id="attachment_8525" align="alignright" width="300"]1581152935 Debates se deram com tranquilidade e divergências solucionadas[/caption] Em grupo específico sobre Emprego, delegados da 17ª Conferência Nacional dos Bancários discutiram propostas a serem incluídas na pauta de reivindicações da categoria, que será negociada com a federação dos bancos (Fenaban).

Os debates se deram com tranquilidade e as divergências foram solucionadas com diálogo e construção de consensos. Entre os principais pontos aprovados estão a inclusão de artigo em que se reivindica a garantia dos empregos de todos os trabalhadores abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) durante a vigência da mesma e a ratificação do Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Outro item importante da pauta é a determinação de no mínimo 15 funcionários por agência bancária, sendo que desses pelo menos dois desempenhem a função de caixa.

Entre vários outros pontos do tema, os trabalhadores reivindicarão a redução da jornada de trabalho para 5 horas diárias e 25 horas semanais, com intervalo de 15 minutos para descanso. Também se condiciona a ampliação do período de atendimento bancário ao público à criação de outros turnos de trabalho. Foi consenso ainda a proibição de funcionamento de agências, inclusive das agências de negócios, aos sábados, domingos e feriados.

"As questões relativas ao emprego serão o tema central da Campanha Nacional 2015. Com os bancos lucrando cada vez mais, não há razão para tantas demissões e fechamento de postos de trabalho", avalia Ivone Maria da Silva, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da mesa.

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[caption id="attachment_8522" align="alignright" width="300"]158112749 Dados do CIAB-Febraban também foram mostrados[/caption] Os resultados da Consulta Nacional dos Bancários e um resumo dos debates do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (Ciab Febraban), realizada em junho desta ano, foram mostrados no segundo dia da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, na manhã deste sábado (1), no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, em São Paulo.

O resultado da Consulta Nacional dos Bancários 2015 aponta as principais reivindicações dos trabalhadores. Com mais de 48 mil participantes, o número de bancários que responderam a pesquisa aumentou 36% em comparação a 2014. Eles representam 57 sindicatos de todo o País. Destes, 68% são sindicalizados, sendo 46% mulheres e 54% homens. A grande maioria, 64%, tem entre 21 e 40 anos e os brancos representam 72%, contra 4% de negros que participaram.

As reivindicações apontadas como prioritárias na questão de remuneração foram: aumento real (40%) e PLR maior (57%). Já sobre emprego, os bancários querem mais contratações e o fim das demissões, além da rejeição às terceirizações. Índices de reajuste entre 10,0% e 15% foram aprovados por 55%. 

O combate ao assédio moral e as metas abusivas são os principais problemas relacionados à saúde dos trabalhadores. Os bancários consideram este tema como um dos mais importantes, já que quase nove mil afirmaram ter se afastado por motivo de doença nos últimos 12 meses e 9.678 declararam ter feito uso de medicamento controlado no mesmo período.

Sobre segurança, os bancários reivindicam adicional de risco de 30% nas agências, postos e tesouraria, além de monitoramento por câmeras em tempo real. E somente 5% disseram que não participam de mobilizações da campanha nacional.

Questões políticas também fizeram parte do questionário: 73% consideraram importante a regulamentação do sistema financeiro, 66% se mostraram a favor da realização de uma greve geral contra a terceirização e 70% apoiam a democratização da mídia. Além disso, 74% são a favor da reforma política.

CIAB FEBRABAN 2015

Ao contrário da consulta Nacional, os dados do Ciab preocupam a categoria. Um dos destaques foi o saldo de emprego dos bancos. De janeiro de 2012 a maio de 2015, o setor bancário fechou 22 mil e 363 postos de trabalho, o que representa uma média de 545 empregos a menos, durante 41 meses. Dois pontos explicam a redução: terceirização via correspondentes bancários e meios digitais e automação de processos.

A análise fica ainda mais negativa para a categoria com as tendências apresentadas no evento dos banqueiros. A representatividade das agências nas operações caiu pela metade entre 2010 e 2014. Hoje, apenas 7% das transações são realizadas nas agências. O volume de transações também diminuiu em agências, caixas eletrônicos e contact Center. Em 2010, eram 46%, contra 31% em 2014. Já em internet e mobile bank subiu de 35%, em 2010, para 50%, em 2014.

Segundo os banqueiros, o processo está apenas no começo. Eles acreditam que a penetração bancária pela internet - que já atinge 55% e, pelo smartphone,é de 41%, no momento -, alcançará em dez anos os números de países desenvolvidos - entre 80 e 85% pela internet e 75 e 80% pelo smartphone.

O número de agências cresce abaixo da demanda por serviços bancários. Se, em 2010, eram 30 agências para cada 100 mil adultos bancarizados, em 2014 são 28. A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária aponta para um novo modelo de agência. "As quedas consecutivas do número de transações poderiam apontar uma tendência de extinção das agências no longo prazo. Porém, nota-se que a maioria dos clientes ainda preza por um ponto de relacionamento para operações mais complexas, tais como investimentos de alto volume e contratação de crédito. Isso gera uma mudança no perfil do tipo de relacionamento oferecido, que deve ser focado cada vez menos em transações e ganhar um caráter cada vez mais consultivo."

O texto diz ainda que, ao mesmo tempo, a mudança requer o recrutamento de funcionários com perfil adequado a cada modelo de agência. Os bancos deverão desenvolver capacitações de venda e de conhecimento de produtos nas equipes de funcionários nas agências, adequando os modelos de carreira e treinamentos ao perfil de "funcionário digital". "Em meio a essas mudanças, faz-se necessário padronizar e melhorar processos e ferramentas na agência para permitir a inteligência de venda. Por fim, é fundamental revisar o modelo de gestão de vendas, ajustando os planos de metas e recompensas levando em conta o papel de geração de receitas."

 Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

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