Principais desafios são ampliar doações para atendimento a crianças e jovens carentes, entre eles os moradores da Vila Moraes, em São Bernardo
O Sindicato dos Bancários do ABC sempre apoiou as ações do Centro Cultural Afro-Brasileiro Francisco Solano Trindade, uma entidade sediada em São Bernardo mantida pelos trabalhadores na Volkswagen desde 1998 e que se dedica a apoiar crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade a partir de uma proposta pedagógica fundamentada na cultura afro-brasileira. E, agora, passa também a compor sua gestão, com a posse de Carina Leone, atual secretária de esporte e cultura da entidade que assume o cargo de diretora no Centro.
“Fazer parte desta diretoria será um grande aprendizado, venho para somar e fazer a diferença na comunidade. O Sindicato dos Bancários do ABC sempre foi um sindicato cidadão e vamos continuar fazendo a luta”, afirma Carina. A posse da nova diretoria do Solano aconteceu nesta segunda, 13 de setembro. O novo presidente é Charles Aurélio Jesus de Lima, o Tuiuiu, integrante da Comissão de Fábrica na montadora alemã, que sucede a Nelson Rodrigues Rocha. Além dos integrantes da nova gestão, a solenidade de posse contou com a presença do presidente do nosso Sindicato, Gheorge Vitti, de representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e de famílias atendidas pelo projeto.
Desafios - De acordo com Tuiuiu o grande desafio será ampliar o atendimento às famílias da Vila Moraes, em São Bernardo. “No local não tem saneamento, o acesso é muito ruim. Durante a pandemia tivemos uma forte atuação na comunidade para poder atender as crianças e adolescentes. A missão é levar cidadania e esperança às 500 famílias que vivem lá”, afirmou.
Levantamento realizado com 313 famílias que ali residem revelou que 45% vivem com R$ 500 por mês, que a mesma porcentagem não tem ninguém trabalhando e que 66% têm criança ou adolescente em casa. Atualmente o centro atende 114 crianças dessa comunidade. Além das iniciativas em várias frentes, o Centro mantém uma horta comunitária para ajudar a alimentar os moradores.
Mas, segundo o novo presidente, como houve redução no número de trabalhadores, caíram também as doações feitas ao projeto “Uma Hora para o Futuro”, que mantém a entidade. É preciso, portanto, dialogar com a sociedade sobre o papel do projeto social, envolvendo a comunidade e destacando a importância da participação. “Olhar para a sociedade no entorno também é uma missão do movimento sindical”, afirmou.
O Solano Trindade resultou de articulação e mobilização entre o Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, o IG Metall da Alemanha e representantes do Movimento Negro. Ele leva esse nome em homenagem ao poeta, poeta, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante do movimento negro brasileiro. Para muitos críticos, Solano Trindade foi o grande criador da poesia “assumidamente negra”, em livros como Poemas de uma Vida Simples”, de 1944; “Seis Tempos de Poesia” (1958) e “Cantares ao meu Povo” (1961). Ele morreu no Rio de Janeiro, em 20 de fevereiro de 1974.