Índice tem ganho real de 0,5% acima do INPC acumulado entre setembro de 2020 a agosto de 2021, que ficou em 10,42%
Os bancários terão reajuste de 10,97% nos salários, vales refeição e alimentação e demais direitos econômicos estabelecidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Isso representa ganho de real de 0,5% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado entre setembro de 2020 e agosto de 2021, que ficou em 10,42%.
“O reajuste representa mais uma prova do acerto do acordo de dois anos negociado pelo Comando Nacional dos Bancários com Fenaban em 2020. Seremos das poucas categorias a ter reajuste com aumento real neste ano. E no caso dos trabalhadores de bancos públicos talvez sejam os únicos entre as empresas públicas a conquistar aumento acima da inflação”, aponta o presidente do Sindicato, Gheorge Vitti.
Já a presidenta da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, lembra que o reajuste é motivo de comemoração para a categoria, porque “o governo Bolsonaro fez reviver o mostro da inflação e, infelizmente, a grande maioria dos trabalhadores terá perdas salariais. E isso não deveria acontecer, ainda mais numa conjuntura de crise e de carestia na qual estamos vivendo”.
Segundo dados do Ministério do Trabalho compilados pelo DIEESE até julho de 2021 apenas 17,5% dos reajustes foram acima do INPC, 32,2% iguais ao INPC e 50,3% abaixo do INPC – veja tabela abaixo.
Cálculo do reajuste dos bancários
O economista Gustavo Cavarzan, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), alerta que algumas pessoas podem achar que existe erro na porcentagem de reajuste. “O cálculo não é feito com a simples soma de 10,42% mais 0,5%. Existe uma fórmula de cálculo composto para se calcular o ganho real”, explicou.
Para se chegar ao índice de reajuste deve-se somar 10,42%+1 e 0,5%+1 e multiplicar os resultados, depois se subtrair 1 e se multiplicar por 100 para se se chegar à porcentagem. A fórmula é a seguinte: (1+10,42%) x (1+0,5%) -1.
Histórico de aumento
A categoria vem obtendo aumento real no decorrer da história. Desde 2004 o ganho real acumulado é de 21,94%. Considerando os pisos salariais o ganho real é ainda maior, chegando a 43,56% neste mesmo período. “Isso ocorre porque, em muitos anos, os pisos tiveram reajuste diferenciado, acima do reajuste geral dos salários”, explicou o economista.
Redação, com informações da Contraf-CUT