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20160229055548O Sindicato paralisou hoje (29/02), 10 agências do HSBC no ABC em resposta ao anúncio que o banco fez na semana passada de que não fará o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR 2015), nem do Programa Próprio de Remuneração (PPR Administrativo). A informação foi veiculada em um comunicado interno e a justificava para o não pagamento foi resumida a “considerando o resultado do Grupo HSBC no Brasil”.

Nesta mesma semana o HSBC anunciou lucro global de US$ 13,52 bilhões em 2015, uma queda de 1,2% no lucro líquido e um prejuízo inesperado no quarto trimestre (US$ 858 milhões). Apesar da redução no volume de negócios (2,36%), o presidente do banco, Douglas Flint, chamou o desempenho do grupo de “globalmente satisfatório”.

“Esse anúncio feito pelo banco, além de surpreender os bancários causou revolta, pois aguardavam os resultados com uma expectativa favorável, até porque, em agosto do ano passado, um comunicado do banco anunciou o crescimento de 247% do lucro do HSBC no Brasil”, explica Belmiro Moreira, presidente do Sindicato e funcionário do banco.

A notícia do não-pagamento sem a divulgação dos resultados do HSBC no Brasil em 2015 gerou insatisfação e revolta nos bancários. “Não é justo essa atitude do banco de não pagamento da PLR e da PPR, pois os resultados do bando foram conquistados graças aos bancários”, finaliza Belmiro.

As dez agências paralisadas ficarão fechadas o dia todo.

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[caption id="attachment_10046" align="alignright" width="427"]07-08-2015 atividade hsbc (85) Sindicato realiza atividade em defesa do emprego no HSBC[/caption]

Desde fevereiro de 2015, quando o presidente mundial do HSBC, Stuart Gulliver, anunciou que o banco poderia sair do Brasil, a Contraf-CUT, federações e sindicatos têm atuado na defesa do emprego dos 21 mil trabalhadores do banco inglês. Em 12 meses de trabalho incansável, as entidades realizaram diversas ações sindicais, buscaram apoio político de autoridades e do governo e também atuaram juridicamente, com o respaldo do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Durante todo o processo de venda do HSBC o foco era e, continua sendo, o emprego. Os bancos vendem produtos e serviços numa sociedade capitalista onde eles próprios são mercadoria. Não é tão raro assim um banco comprar outro banco. A preocupação é que em cada episódio destes, empregos são sacrificados. Famílias são penalizadas. O trabalhador paga a conta.

Ao longo desse período, apesar das incertezas, a luta do Sindicato conseguiu manter milhares de bancários em seus empregos, com um acordo de não demissão injustificada durante análise do processo pelo Cade e o Banco Central. Além disso, a participação do Sindicato como terceiro interessado na análise da venda que vem sendo feita pelo Conselho de Administração é uma atuação inédita, que permitirá que os interesses dos trabalhadores sejam levados em conta, pela primeira vez, durante o processo.

Embora o Banco Central já tenha aprovado a venda, conforme anunciado pela imprensa em 5 de janeiro, para que a transação seja concluída é preciso ainda aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ainda sem data definida. O Cade tem uma grande responsabilidade nas mãos nesse momento. Em suas análises do passado ele se posicionava em relação aos empregos envolvidos no processo; e o Sindicato considera ser essa a análise devida, correta e honesta com a sociedade e os trabalhadores.

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Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) incluiu Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, como parte interessada no processo que avalia compra do banco pelo Bradesco  O Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região foi aceito como terceira parte interessada no processo em trâmite no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que avalia a compra do HSBC pelo Bradesco. A inclusão da representação dos trabalhadores na avaliação do negócio havia sido solicitada pela Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC. A entidade poderá acrescentar ao processo informações e dados que contribuam para a decisão do órgão em aprovar, ou não, o negócio. Além disso, pode também manifestar-se caso constate atos que antecipem a compra como, por exemplo, a unificação de agências. “É fundamental que os trabalhadores tenham voz junto ao Cade, porque lutamos para que os empregos sejam preservados e a isonomia de direitos garantida”, afirma o presidente Sindicato Belmiro Moreira, também funcionário do banco. O HBSC tem cerca de 25 mil empregados diretos e indiretos no Brasil, sendo 7,1 mil em Curitiba e região, onde mantém as sedes administrativas. Só na capital paranaense calcula-se que o impacto econômico com o fim das operações do banco seja de R$ 80 milhões. A decisão do Cade sobre a aquisição do HSBC pelo Bradesco deve sair até o final do primeiro semestre de 2016. Fonte: Seeb SP

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