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O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, se reuniu com o Banco do Brasil nesta quinta-feira (29), em Brasília, na terceira rodada de negociações específicas e concomitantes à mesa geral da Fenaban para discutir as reivindicações de remuneração, carreira e ascensão profissional. Na abertura, os dirigentes sindicais cobraram do BB explicações em relação às mudanças na empresa Cobra que estaria se preparando para receber grande volume de processamento de serviços de diversos departamentos do banco, como a CSI e CENOP, em flagrante aumento da terceirização. Recentemente, na reestruturação da DIRAO, o principal banco público do país deu o péssimo exemplo de ampliar a terceirização de importante setor de recuperação de ativos financeiros. Também foi questionada a postura de um diretor do banco, que esteve dias atrás fazendo palestra no interior de São Paulo e teria ameaçado os bancários dizendo que faltas de eventual greve seriam descontadas. A ameaça já seria absurda por se tratar de prática antissindical e por não haver previsão alguma de desconto no acordo coletivo nem na convenção coletiva em vigor. Entretanto, se um diretor do banco já está dizendo isso durante processo negocial com os bancários, ele estaria revelando aos trabalhadores que o banco não está tratando com seriedade a pauta de reivindicações e que o BB estaria apostando no conflito e na greve e não o contrário, como a empresa vive anunciando em seus boletins internos. Os bancários esperam outro comportamento da empresa nos próximos dias e que ela traga propostas efetivas para a solução dos problemas apresentados pelo funcionalismo porque os bancários negociam com seriedade. Além de questionar a postura indevida, foi cobrado mais uma vez que o banco mude o código de falta não abonada não justificada dos dias de luta realizados em 2013 contra o Plano de Funções e contra o PL 4330 da terceirização total. Carreira e remuneração As propostas de remuneração do funcionalismo do BB foram apresentadas e o resultado do banco neste primeiro semestre (R$ 10 bilhões) e nos anteriores mostra ser plenamente possível o seu atendimento, inclusive porque o banco está cobrindo com sobras sua folha de pagamento somente com receitas de tarifas: - piso de R$ 2.860; interstício de 6% entre os 12 níveis da tabela de antiguidade; 25 letras de mérito de R$ 217 possibilitando que o funcionalismo tenha uma boa perspectiva de incorporação de verbas salariais de caráter pessoal ao longo de uma vida dedicada ao banco. - inclusão de todos os escriturários e caixas na primeira faixa da Carreira de Mérito, pontuando 1,5 ponto por dia, para que a cada dois anos uma letra de mérito seja incorporada ao salário pessoal. - foram feitas diversas propostas para correção das mudanças no Plano de Funções implantado unilateralmente em janeiro de 2013. É necessário aumentar os Valores de Referência das funções (VRs), tanto as gratificadas de 6h quanto aquelas que o banco considera como de "confiança" e com jornada maior. - as gratificações de funções devem ter seus valores aumentados para que equivalham aos valores anteriores, pois independente da jornada que o banco determinou, as gratificações remuneravam as responsabilidades das funções e elas não mudaram. Os adicionais de função (AFG 256 e AFC 257) devem equivaler ao somatório anterior à implantação unilateral, ou seja, (ABF + ATFC + 25% de Grat. Sem). - pagamento de anuênio para o conjunto do funcionalismo, pois o BB retirou unilateralmente o direito em 1999, diferentemente do ocorrido no restante da categoria, que foi perguntada em plebiscito e para aqueles que aceitaram o fim do direito foi paga uma indenização. Ascensão profissional e comissionamento Outras reivindicações importantes foram apontadas e estão relacionadas ao tema Ascensão Profissional: - fim da trava de dois anos para a concorrência às funções comissionadas; - pagamento das substituições nas funções, tanto pelo caráter formativo e pelo fim do desvio de função quanto para a solução de diversos problemas em setores do banco como PSO e gerência média. Também é uma proposta dos bancários para o fim da perda de função e de vínculo com as unidades no caso de afastamentos por questões de saúde após 90 dias; - instituição de processo de seleção interna para o preenchimento das funções comissionadas, acabando com o subjetivismo e compadrio nas nomeações e estabelecendo regras claras e objetivas para todos. Também é necessário que todos tenham acesso aos certificados e cursos internos, e não somente os chamados "públicos alvo" definidos pelo banco porque a discriminação já começa nisso. A extensão do respeito aos 20 melhores pontuados no TAO para todas as áreas do banco - DG, táticas, negociais e estratégicas -, anunciado na semana passada, foi fruto do debate feito nas três mesas de ascensão entre o BB e a Contraf-CUT. É um avanço importante para onde não havia regra alguma, mas não resolve o problema. Queremos processo com provas e títulos e oportunidades iguais para todos no preenchimento de vagas comissionadas. - melhoria na cláusula de proteção contra descomissionamentos imotivados. Além de estabelecer um conceito mais claro para as avaliações satisfatórias e insatisfatórias, é necessária a inclusão dos primeiros gestores das unidades na cláusula, porque de 2012 adiante pioraram absurdamente o assédio e as ameaças aos gestores com a implantação do Novo Sinergia BB e a falta de gestão coerente das metas, onde metas individuais e diárias ameaçam a vida profissional de milhares de comissionados que percorreram longo caminho até a posição que ocupam na carreira e estão sendo "convidados" ou forçados a sofrer reduções salariais. A questão de moralizar a ascensão profissional e dar maior segurança ao trabalhador no BB foi reafirmada, assim como as entidades sindicais já haviam feito nas três mesas sobre o tema no primeiro semestre. Tudo que o funcionário quer é ser respeitado, saber como se programar para crescer na carreira, ser bem remunerado e trabalhar mais feliz no atendimento à população brasileira. Será que é pedir muito ao banco e ao governo?. Condições de trabalho Também foram reforçadas as demandas apresentadas nas mesas anteriores e que têm relação direta com os eixos debatidos com o banco sobre remuneração, saúde e previdência, fim do assédio moral e das metas abusivas, fim das reestruturações e terceirizações, mudanças nas PSO, SAC, CABB e demais departamentos do banco e que se somam às principais reivindicações do funcionalismo no BB: - a contratação de mais cinco mil bancários dos concursos em aberto, com a revisão urgente das dotações insuficientes das unidades de trabalho; - fim da exploração dos estagiários como interposição fraudulenta de mão de obra e revisão dos valores das bolsas recebidas por eles. A reivindicação é que o BB cumpra a Convenção Coletiva de Trabalho que prevê valores baseados no piso da categoria, adequadas às jornadas do estágio; - fim das metas diárias, proibição do envio de torpedos, emails e demais formas de assédio e ameaças na cobrança de metas, e fim das metas individuais inclusive na nova GDP; - aumento na dotação das PSO e nomeação dos milhares de caixas substitutos, pagamento das substituições dos gerentes de serviços, solução para os delegados sindicais eleitos que atuam nos caixas e estão vinculados aos prefixos das plataformas, criação de gratificação de caixa líder ou de supervisor de caixa. Além de avançar na pontuação do mérito dos caixas e retroagir ao histórico de cada um; - solução imediata, com definição de prazo, para a inclusão de todos os funcionários de bancos incorporados nos direitos da Cassi e da Previ. Também foram citadas várias discriminações no dia a dia e nos locais de trabalho no uso de direitos coletivos do ACT pelo fato de alguns funcionários terem origem em bancos incorporados; - fim da perda de função e vínculo com a unidade de trabalho para as pessoas que se afastarem por motivo de doenças, sejam elas ocupacionais, acidente de trabalho ou por outras origens; - melhoria no plano odontológico e extensão para os aposentados; - criação de direito novo de complemento de aposentadoria na Previ relacionado à pagamentos de PLR e auxílio alimentação. Bancários devem intensificar mobilização A Fenaban se comprometeu a apresentar proposta global na próxima quinta-feira, dia 5 de setembro. Foi cobrado que o BB faça o mesmo com relação à pauta de reivindicações específicas. "Está na mão do banco resolver os problemas apresentados pelos bancários e justificar seu discurso de responsabilidade sócio ambiental e de grande referência no setor bancário brasileiro", destaca William. O diretor da Contraf-CUT alerta que a falta de propostas que atendam às expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às reivindicações específicas quanto às demandas gerais na mesa da Fenaban, deve ser respondida com mobilização. Chamamos cada bancário e bancária a participar ativamente das atividades dos sindicatos não só por aumento real e PLR digna, mas também por melhores condições de trabalho e pelo atendimento da pauta específica dos trabalhadores do BB. Vem pra luta. Calendário de luta Agosto 30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora Setembro 3 - Quarta rodada de negociação específica entre Comando e Caixa 3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara 5 - Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban Fonte: Contraf-CUT

A Caixa Econômica Federal não apresentou nesta quinta-feira (29) qualquer contraproposta para solucionar demandas em relação à contratação de pessoal, carreira e isonomia de direitos entre novos e antigos empregados, durante a terceira rodada de negociação da pauta específica da Campanha 2013 com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), realizada em Brasília.
Desde a primeira rodada, em 9 de agosto,a categoria aprosentou propostas detalhadas para cada reivindicação da pauta específica e tinha a expectativa de que os negociadores da Caixa trouxessem soluções para itens como isonomia, contratação de mais empregados, Saúde Caixa, condições de trabalho, carreira, jornada/Sipon, segurança bancária e questões relativas à Funcef, entre as quais a incorporação do REB pelo Novo Plano e a extensão do auxílio e da cesta-alimentação a todos os aposentados e pensionistas. A Caixa se limitou a afirmar que irá esperar os resultados da negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban na próxima quinta-feira, dia 5 de setembro, para só depois apresentar uma proposta global aos trabalhadores da empresa. Desta forma, o resultado da negociação da quinta-feira foi mesmo frustrante, sobretudo por não registrar nenhum avanço para os empregados. No início da reunião, a Caixa comunicou ao Comando Nacional que o acordo aditivo à convenção coletiva fica prorrogado até a data de 30 de setembro, com a expectativa de que, até lá, a campanha deste ano esteja concluída. Contratação de pessoal Os primeiros pontos discutidos foram relacionados à contratação de pessoal. Os dirigentes sindicais voltaram a cobrar maior rapidez no processo de convocação de concursados para melhorar as condições de trabalho, principalmente na rede de agências. Foi lembrado, por outro lado, que a empresa continua insistindo com a política de abrir unidades sem estrutura adequada e com número insuficiente de trabalhadores, situação essa que vem sobrecarregando o pessoal lotado nas unidades. Os dirigentes sindicais criticaram o fato de o nível de contratações não vir acompanhando o ritmo de abertura de novas agências em todo o país, estrangulando a saúde dos trabalhadores. Para resolver situações esdrúxulas provocadas pela carência de pessoal, o Comando Nacional propôs na mesa de negociação, entre outras medidas, a contratação de novos empregados, chegando ao quantitativo de 120 mil bancários até o final de 2014. Foi reivindicada ainda quantidade mínima de 20 empregados por agência, além de reposição de empregado no caso de afastamento por mais de seis meses, sem prejuízo deste no seu retorno. Foram feitas também duas outras cobranças: a contratação permanente para reposição de empregados aposentados, demitidos ou afastados e o fim das discriminações no estágio probatório, tendo em vista que muitos empregados são desligados compulsoriamente tão logo esse processo esteja concluído. A empresa, no entanto, negou o atendimento dessas reivindicações. Alegou, para isso, a necessidade de respeitar os limites impostos pelo controlador. Até o fim de 2013, a autorização é para que o quantitativo de empregados chegue a 103 mil, podendo alcançar o patamar de 105 mil até dezembro de 2014. Para 2015, a meta é de 112 mil trabalhadores, no máximo. Hoje, chega a 99.024 o número total de empregados. No tocante à reposição de empregados em unidades com carência de mão de obra, a Caixa argumentou que esse trabalho já está sendo feito, principalmente nas agências em estado de maturação, cujo tempo é de dois anos por unidade. Nesse caso, segundo a empresa, o redimensionamento ocorre seis meses depois de abertura da agência. A Caixa informou ainda que, hoje, é de 9,1 a média de empregado nas unidades que estão sendo abertas. Isonomia O Comando Nacional cobrou equiparação de direitos de todos os empregados em relação à licença-prêmio e ao Adicional por Tempo de Serviço (ATS). Ambas as reivindicações foram consideradas complexas pela Caixa, que alegou duas razões para não atendê-las: dificuldades orçamentárias e resistência por parte do controlador. Há hoje, segundo o banco, apenas 28 mil empregados que ainda usufruem do benefício do ATS. Houve protesto contra a recusa da Caixa. O Comando Nacional argumentou que a tabela salarial na empresa está muito distante da remuneração global. Para fazer frente a essa defasagem, os empregados estão correndo atrás de novas saídas. Nesse caso, a Caixa precisa urgentemente encerrar o ciclo vicioso dos anos 90.
Carreira/PSI Os representantes dos trabalhadores cobraram ajustes no formato do Processo Seletivo Interno (PSI). Há o reconhecimento sobre a importância desse instrumento para o encarreiramento, mas a reivindicação é de que haja transparência nos critérios e universalização das participações. Uma das reivindicações mais urgentes é a criação de Comitê de Acompanhamento dos PSIs e do Banco de Oportunidades (Bancop), com participação dos empregados e um membro da Gipes. Dois outros itens reivindicados foram a criação de função gratificada de assistente no Atendimento Social, para quem trabalha no setor social da empresa, e criação de banco de reserva de avaliadores de penhor, na medida de 50% das funções existentes. Foi cobrada ainda a valorização da função de avaliadores de penhor, com revisão do piso do mercado. Os dirigentes sindicais criticaram o fato de a Caixa não deixar claro para os trabalhadores os critérios utilizados para descomissionar. Ocorre que essa medida vem sendo adotada de forma unilateral, deixando a cargo do gestor a retirada da função. O Comando Nacional cobrou também atenção especial para a área de tecnologia, com criação de cargos e funções específicas de TI com remuneração compatível com o mercado e outros órgãos públicos, além de implantação da proposta de carreira de TI que mantenha a possibilidade de seis horas nas funções técnica e técnico-gerencial. Ainda nesse quesito, outra reivindicação é a migração para as novas funções sem PSI. A empresa informou que continua desenvolvendo uma proposta de reestruturação da carreira de TI, mas não estabeleceu um prazo para a conclusão desse trabalho. Eleições para representante no Conselho de Administração O banco informou ainda aos dirigentes sindicais que serão feitas as alterações necessárias no estatuto da Caixa, com publicação do edital do calendário eleitoral em novo formato, o que significará a efetivação do fim das restrições para participação de qualquer empregado na escolha do representante dos trabalhadores no Conselho de Administração. Nesse sentido, segundo os negociadores da empresa, a nova redação do estatuto assegurará a exclusão do requisito da experiência gerencial para as candidaturas de conselheiro representante, que impedia a participação de 80% do quadro dos empregados. Com isso, ficará permitida a inscrição de qualquer bancário. Não ficou estabelecido, porém, nenhum prazo para que isto ocorra, ficando a discussão sobre o assunto para os próximos dias. Por outro lado, o movimento sindical bancário ficou de indicar os nomes de seus representantes para compor a comissão eleitoral para o Conselho de Administração. Avaliação O Comando Nacional avalia que a ausência de proposta decente, para o desfecho das negociações específicas da Campanha 2013, deve ser respondida com mobilização. Isto é visto como fundamental para que sejam atendidas as expectativas dos trabalhadores, tanto em relação às suas reivindicações específicas como quanto aos itens gerais tratados na mesa da Fenaban. Os empregados estão dispostos a seguir com a luta na campanha deste ano, não só por aumento real e PLR digna, mas também por valorização do piso, isonomia, contratação de pessoal, saúde e condições de trabalho, Funcef/Prevhab, tíquete dos aposentados, respeito à jornada de seis horas, Sipon e por medidas efetivas de segurança bancária. O momento é de mostrar a força dos trabalhadores. Nova rodada Os temas pertinentes à Funcef, jornada e Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon) serão tratados em nova rodada de negociação na próxima terça-feira, dia 3 de setembro, às 15h, em Brasília. Calendário de luta Agosto 30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora Setembro 3 - Quarta rodada de negociação específica entre Comando e Caixa 3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara - Quarta rodada de negociação entre o Comando e a Fenaban Fonte: Contraf-CUT com Fenae

Passeata percorre centro financeiro de Santo André

A Caravana da Federação dos Bancários do Estado de São Paulo (FETEC), invadiu as ruas do Centro de Santo André na manhã desta quinta-feira (29/8). A iniciativa, que teve como objetivo divulgar e mobilizar a categoria para a Campanha Nacional dos Bancários 2013, contou com a participação da diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC e de outras cidades do Estado, além da animação da Bateria da Escola de Samba Palmares e da ARCA (Associação Ribeirãopirense de Cidadãos Artistas). Durante o trajeto, os bancários percorreram as ruas Correia Dias, Senador Fláquer, Luiz Pinto Fláquer e Xavier de Toledo. E acompanhando a manifestação, que parou em frente às agências bancárias, alguns diretores entregavam informativos e conversaram com os clientes e funcionários, enquanto outros discursavam sobre as reivindicações da categoria e atual situação nos bancos. “Os bancários de todo o Estado estão nas ruas neste mês com a Caravana da Fetec divulgando a Campanha Nacional. É importante que todos saibam desta nossa luta, que contempla reivindicações não só para a categoria, como melhores condições de trabalho, mas também aos usuários dos bancos a partir de mais contratações nas agências, proporcionando melhor atendimento”, ressaltou Eric Nilson, presidente do Sindicato. Nilson também lembrou que no dia 5 de setembro será apresentada pela Fenaban uma "proposta global" para a pauta geral de reivindicações dos bancários. “Estamos aguardando este momento, pois já se passaram três negociações, todas com respostas negativas. Os bancos deverão atender nossas reivindicações contidas na minuta, já que todos os pontos levantados são fundamentais”, pontuou. Entre as reivindicações da categoria estão: Reajuste Salarial - 11,93% (5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%); PLR - 3 salários + R$ 5.553,15; Verbas - Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional); Piso R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese); Saúde e Condições de Trabalho -Melhores condições com o fim das metas individuais e abusivas e do assédio moral que adoece os bancários;Emprego - Fim das demissões em massa, ampliação das contratações, aumento da inclusão bancária, combate ao PL 4330, que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada); Carreira - Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; Auxílio-educação - Pagamento para graduação e Pós-Graduação; Segurança - Mais segurança e proibição do porte das chaves de cofres e agências por bancários; Igualdade de oportunidades -Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes; Pauta geral - Fim do fator previdenciário, contra o PL 4330, pela reforma política, reforma tributária, pela democratização dos meios de comunicação, mais investimentos para a Saúde, para a Educação e transporte público de qualidade, além da regulamentação do Sistema Financeiro Nacional. Calendário de luta Agosto 30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora Setembro 3 e 4 - Mobilização em Brasília para pressionar deputados contra PL 4330 na CCJC da Câmara – Apresentação de contra-proposta por parte da Fenaban

Foi realizada nos dias 26 e 27 a última rodada de negociações entre os bancários e a Fenaban. Nesta rodada foi apresentado aos banqueiros as  reivindicações sobre remuneração da pauta geral e os bancos informaram que apresentarão no próximo dia 5, uma proposta global para as demandas da categoria.

"Nós deixamos claro para os banqueiros que a categoria tem a expectativa de que, além do aumento real, valorização do piso e melhoria da PLR, a proposta contemple as reivindicações sobre emprego, saúde e condições de trabalho, segurança bancária e igualdade de oportunidades", disse Eric Nilson, presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional.

As principais reivindicações dos bancários sobre remuneração são:

* Reajuste salarial de 11,93% (reposição da inflação mais 5% de aumento real).

* PLR de três salários mais R$ 5.553,12 fixos.

* Piso salarial de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).

* Auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá, 13º auxílio-refeição e 13ª cesta-alimentação: R$ 678,00 (salário mínimo nacional).

A exemplo das rodadas anteriores, os bancos não apresentaram nesta segunda-feira 26 nenhuma proposta para as reivindicações sobre remuneração apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários, entre elas aumento real de salário, valorização do piso, Plano de Cargos e Salários (PCS), adiantamento do 13º, salário do substituto e vale-cultura. A discussão sobre remuneração prossegue nesta terça 27, às 9h30, incluindo a PLR e os auxílios refeição, creche, cesta alimentação e educacional.

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, abriu a terceira rodada de negociações, relatando os casos da morte de um bancário e uma vigilante durante assalto ao posto do Santander em Angra dos Reis (RJ) e o ataque a agência do Bradesco em Campo Grande. E reivindicou que os problemas com falta de segurança sejam solucionados ainda nessa campanha.

Em seguida o Comando Nacional cobrou resposta para as reivindicações feitas nas rodadas anteriores sobre saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Mas os negociadores da Fenaban ficaram em silêncio.

Ao entrar no tema de remuneração, o Comando Nacional primeiro fez uma rápida análise de conjuntura do sistema financeiro, apresentando dados e fazendo avaliação sobre os lucros crescentes do sistema financeiro, a rentabilidade, a evolução do emprego e dos salários e a concentração de renda no setor, que é ainda maior que no resto da sociedade.

Os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre. Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas fecham postos de trabalho e reduzem a média salarial da categoria com o mecanismo perverso da rotatividade, apesar do aumento da produtividade dos bancários. Por isso os trabalhadores exigem remuneração decente, que passa por aumento real de salário, valorização do piso e melhoria da PLR.

Produtividade cresce e salário médio cai

O Comando Nacional apresentou estudo do Dieese feito a partir dos balanços dos bancos mostrando que, enquanto o número de bancários por agência diminuiu 5% (de 24,15 para 22,95) entre junho de 2012 e junho de 2013, em razão do enxugamento de postos de trabalho, no mesmo período o lucro líquido por bancário aumentou 19,4%, a carteira de crédito por empregado cresceu 19,8% e o número de conta-corrente por trabalhador passou de 285 para 304 (crescimento de 6,9%).

Mas apesar do aumento da produtividade e dos ganhos reais da categoria com mobilizações e greves, que entre 2004 e 2011 foi de 13,94% no salário e 31,70% no piso, a remuneração média (salário mais verbas fixas) dos bancários diminuiu nesse período. Segundo dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Trabalho e Emprego, a remuneração média da categoria em 2004, deflacionado pelo INPC, era de R$ 4.817,12 . Em 2011 (último ano disponível pela Rais), o valor médio salarial do bancário caiu para R$ 4.743,59 - uma redução de 1,5% no poder de compra dos salários.

A luta é para desconcentrar renda

O Comando Nacional também apresentou aos representantes dos banqueiros estudo do Dieese com base no Relatório Social da Febraban mostrando que a distribuição do valor adicionado nos bancos entre acionistas, governo e trabalhadores vem se alterando desde 1999, aumentando a fatia do capital e reduzindo a participação do trabalho. Veja aqui o estudo comparativo.

A concentração de renda pode ainda ser medida por outro ângulo. Segundo trabalho do Dieese com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico.

No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes.

Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos.

Os bancos questionaram os dados apresentados pelo Comando Nacional. Disseram, por exemplo, que a produtividade cresce por causa das novas tecnologias e não em razão do aumento do trabalho bancário. Os dirigentes sindicais retrucaram que os dados são fornecidos pelos próprios bancos ao Caged do Ministério do Trabalho e Emprego, reclamando da falta de transparência das instituições financeiras. Foi definido fazer uma reunião com técnicos do Dieese e dos bancos para discutir os dados até a próxima semana.

Reajuste de 11,93% e piso do Dieese

Os representantes dos bancários defenderam o reajuste de 11,93%, que inclui a inflação do período mais 5% de aumento real, argumentando sobre a importância de recompor o poder de compra do salário e valorizar o piso salarial, conforme o salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21), diante dos lucros crescentes dos bancos e do aumento da produtividade. "Dissemos que essa é a prioridade das prioridades", destaca Carlos Cordeiro.

Os negociadores da Fenaban primeiro disseram que o reajuste sobre o piso esse ano será o mesmo que sobre as demais verbas, mas diante da argumentação do Comando afirmaram que levarão a demanda para os bancos.

PCS

A reivindicação dos bancários é que as empresas tenham critérios objetivos e transparentes para a ascensão profissional, o que inclui reajuste anual de 1% todas as verbas de natureza salarial e a partir do quinto ano completo de serviço o reajuste será de 2%.

Os bancários também reivindicam dos bancos a movimentação horizontal e/ou vertical de pelo menos um nível na tabela salarial a cada cinco anos na mesma função. E para os cargos das carreiras administrativas, operacional e técnica querem que o preenchimento seja feito por meio de seleção interna.

Os representantes da Fenaban disseram que a reivindicação é uma maneira disfarçada de pedir anuênio e não querem discutir PCS, afirmando que isso é "interferência insuportável" para os bancos. Entretanto, as instituições públicas têm planos de cargos de salários.

Em relação ao adiantamento do 13º salário, os negociadores dos bancos assumiram o compromisso de consultar os patrões.

Salário do substituto

A reivindicação é que nas substituições, mesmo em caráter provisório, seja garantido ao substituto o mesmo salário do substituído. Os representantes patronais rejeitaram a demanda, afirmando ser justo que o bancário trabalhe substituindo chefias porque assim está sendo avaliado para futuras promoções.

Vale-cultura

O objetivo é incentivar a diversidade cultural, conforme prevê a Lei 12.761/2012, exigindo que os bancos concedam todo mês aos trabalhadores um vale-cultura de R$ 100,00 para compra de ingressos para peças teatrais, cinema, shows, musicais, bem como para outros espetáculos artísticos.

Eles disseram não ter posição ainda sobre o tema, que é preciso aguardar a regulamentação da lei, mas que levarão a proposta aos banqueiros e depois voltarão a discutir a proposta.

PLR e auxílios

A terceira rodada de negociações prossegue nesta terça-feira, discutindo as demais reivindicações sobre remuneração, incluindo PLR, auxílio-refeição, cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação, auxílio-creche/babá e auxílio educacional.

Veja os salários e as reivindicações de 2013

Como é hoje Como fica
Salário: - 11,93% (inflação + 5% de aumento real)
Piso Portaria: 966,74 (1.058,96 pós 90 dias) 2.860,21 (mínimo Dieese)
Piso Escriturário: 1.385,55 (1.519,00 pós 90 dias) 2.860,21
Piso Caixa: 1.385,55 (2.056,89 pós 90 dias, incluído gratificação de caixa) 3.861,28 (mínimo Dieese + gratificação de caixa)
1º Comissionado: - 4.862,36
1º Gerente: - 6.435,47
PLR - Regra Básica: 90% do salário + 1.540,00 3 salários-base + 5.553,15
Auxílio-refeição: 493,58 (mês) - 21,46 (dia) 678,00 (mês) - 29,48 (dia)
Cesta-alimentação: 367,92 678,00
Auxílio-creche/babá: 306,21 678,00

Calendário de luta

Agosto

27 - Continuidade da terceira rodada de negociações entre Comando e Fenaban 28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização 29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB 29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa 30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora

Setembro

3 - Previsão de votação do PL 4330 da terceirização na CCJC da Câmara

Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, realiza nesta segunda e terça-feiras, 26 e 27, a terceira rodada de negociação da Campanha 2013 com a Fenaban, que tratará do tema remuneração. Os bancários reivindicam reajuste de 11,93% (5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%), PLR de três salários mais R$ 5.553,15 fixos, piso salarial de R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese) e R$ 678 ao mês (salário mínimo nacional) dos vales alimentação e refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá. Nas duas rodadas anteriores, os bancos rejeitaram as reivindicações sobre saúde, condições de trabalho, segurança, emprego e igualdade de oportunidades. Os seis maiores bancos apresentaram lucro líquido de R$ 29,6 bilhões no primeiro semestre. Eles têm a maior rentabilidade do sistema financeiro mundial, mas fecham postos de trabalho e reduzem a média salarial da categoria com o mecanismo perverso da rotatividade, apesar do aumento da produtividade dos bancários. Os trabalhadores exigem remuneração decente, que passa por aumento real de salário, valorização do piso e melhoria da PLR. Desconcentrar renda Para Cordeiro, trata-se de uma luta por desconcentração de renda. "Apesar de ser a sexta maior economia do planeta, o Brasil ocupa ainda o vergonhoso 12º lugar no ranking dos países mais desiguais do mundo. E no sistema financeiro a concentração de renda é ainda maior", afirma o presidente da Contraf-CUT. Segundo estudo do Dieese com base no Censo de 2010, os 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Ou seja, um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha durante 3,3 anos para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico. No sistema financeiro a concentração é ainda maior. No Banco Itaú, por exemplo, os executivos da Diretoria recebem em média R$ 9,05 milhões por ano, o que representa 234,27 vezes o que ganha o bancário do piso. No Santander, os diretores embolsam R$ 5,6 milhões, o que significa 145,64 vezes o salário do caixa. E no Bradesco, que paga R$ 5 milhões anuais a seus executivos, a diferença é de 129,57 vezes. Ou seja, para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem que trabalhar 16 anos e o caixa do Bradesco 9 anos. Veja como ficam os salários e demais verbas com as reivindicações de 2013
Como é hoje Como fica
Salário: - 11,93% (inflação + 5% de aumento real)
Piso Portaria: 966,74 (1.058,96 pós 90 dias) 2.860,21 (mínimo Dieese)
Piso Escriturário: 1.385,55 (1.519,00 pós 90 dias) 2.860,21
Piso Caixa: 1.385,55 (2.056,89 pós 90 dias, incluído gratificação de caixa) 3.861,28 (mínimo Dieese + gratificação de caixa)
1º Comissionado: - 4.862,36
1º Gerente: - 6.435,47
PLR - Regra Básica: 90% do salário + 1.540,00 3 salários-base + 5.553,15
Auxílio-refeição: 493,58 (mês) - 21,46 (dia) 678,00 (mês) - 29,48 (dia)
Cesta-alimentação: 367,92 678,00
Auxílio-creche/babá: 306,21 678,00
A negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban começa nesta segunda-feira às 14h e continua durante toda a terça-feira. Calendário de luta Agosto 26 e 27 - Terceira rodada de negociações entre Comando e Fenaban 28 - Dia do Bancário, com atos de comemoração e de mobilização 29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e BB 29 - Terceira rodada de negociação específica entre Comando e Caixa 30 - Dia Nacional de Mobilização e Paralisação das centrais sindicais pela pauta da classe trabalhadora Setembro 3 - Previsão de votação do PL 4330 da terceirização na CCJC da Câmara Fonte: Contraf-CUT