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O painel ‘Transformações no Sistema Financeiro e seus impactos no Mundo do Trabalho’ teve exposição dos professores Luiz Gonzaga Belluzzo e Ladislau Dowbor

Antes da abertura solene da 18ª Conferência Nacional dos Bancários 2016, que acontece em São Paulo, entre os dias 29 e 31 de julho, bancárias e bancários de todo o país participaram do Seminário ‘Sistema Financeiro e Sociedade’. Realizado pela Contraf-CUT, o Seminário conta com a presença de personalidades do cenário político e de movimentos sociais e sindicais.

Participaram da exposição do primeiro painel “Transformações no Sistema Financeiro e seus impactos no Mundo do Trabalho”, os professores e economistas, Luiz Gonzaga Belluzzo e Ladislau Dowbor.

                        

A derrocada do Capitalismo

O economista e professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo fez uma breve análise do mercado financeiro mundial, a partir da década de 1980, com destaque para o crescimento da China, maior exportadora mundial de manufaturas nos dias de hoje. Ao relatar os movimentos do capital financeiro nos últimos 40 anos, assim como a realocação dos investimentos produtivos e as mudanças decorrentes do fluxo de comércio, Belluzzo apontou os efeitos dessas transformações na vida das pessoas e falou da derrocada do Capitalismo.

“Estamos assistindo a uma transformação muito profunda e a questão que se coloca é: o que vai acontecer com a vida dos trabalhadores com a derrocada de um sistema econômico que já acabou?”, explicou. “O Capitalismo criou a possibilidade da abundância, mas sem que ela possa se realizar de fato dentro das atuais condições; criou uma riqueza material enorme, mas com um custo ecológico gigante e uma perda humana imensurável”, acrescentou.

Para o economista, diante disso, o que se discute no mundo inteiro atualmente é a redução da jornada de trabalho, a criação de uma renda básica de sobrevivência para as pessoas e a redefinição das relações sociais e econômicas. “E não adianta recorrer a fórmulas velhas. É preciso pensar como vai ser o Socialismo do século XXI. E terá que ser o Socialismo da liberdade, da diversidade e da igualdade”, concluiu.

                              

O Sistema Financeiro que herdamos

O professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUC SP, Ladislau Dowbor, falou sobre os impactos do atual modelo do sistema financeiro no Brasil.

Dowbor iniciou sua explanação citando o artigo 192 da Constituição Federal que estabelece que  o sistema financeiro nacional deve estar “estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade”.  No entanto, segundo o professor, o que se vê é exatamente o contrário. “É um absurdo o sistema financeiro que nós herdamos”, destaca.

Conforme ele, a economia brasileira está estagnando, porque o sistema de intermediação financeira trava os quatros motores da economia: as exportações, as demandas das famílias, investimentos empresariais e estatais.

Além de travar a demanda das famílias, os juros extorsivos cobrados pelos bancos no Brasil impedem que os empresários privados recorram ao crédito. “As taxas de juros são surrealistas. Enquanto na Europa os juros do crediário chegam a 13% ao ano, no Brasil é de 105% ao ano. As famílias estão pagando mais que o dobro quando compram a prazo”, avalia Dowbor.

O professor da PUC avalia que o Brasil não está estruturalmente ruim e que nos últimos anos teve avanços significativos, mas o país sofre com o ataque do sistema financeiro, que trava o sistema econômico. “Não tem economia que possa funcionar com esses juros extorsivos”, destacou.

Dowbor criticou também o rentismo. "Os bancos não investem. Hoje, o rentista se tornou o principal ‘chupador’ de riquezas do país, aquele que trava a economia e coloca a culpa nas costas do governo. Desde que o governo de Dilma Rousseff tentou reduzir esse dreno da economia, reduzindo as taxas de juros, começou a guerra e de 2014 pra cá, ela não teve um dia para governar".

Dowbor convocou a categoria bancária a se apropriar do debate sobre como resgatar o sistema financeiro para que efetivamente funcione como fomentador da economia.

                            

Seminário antecede a 18ª Conferência Nacional dos Bancários 2016

A mesa do primeiro painel, coordenada pelo secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza, estava composta pela secretária do presidente do Sindicato dos Bancários de Piauí, Arimateia Passos, da presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivania Pereira, da presidenta da Fetec/SC, Terezinha Rondom e presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará e secretária de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, Rosalina Amorim.

O secretário-geral da Contraf-CUT, Carlos de Souza, disse que o objetivo do Seminário é ampliar o debate sobre sistema financeiro tanto no campo acadêmico quanto político.  “Esse é um momento fundamental no processo de qualificação dos debates e organização da categoria bancária”, enfatizou.

O Seminário, que aconteceu no Hotel Holiday Inn – Parque Anhembi, em São Paulo, antecede a 18ª Conferência Nacional dos Bancários 2016, que acontecerá de 29 a 31 de julho.

No período da tarde acontece a exposição de outros dois painéis: “Novas Ofensivas aos Direitos dos Trabalhadores” e “O Brasil que Queremos”, com a presença do ex-presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

Encontro segue até domingo (31), em São Paulo. A minuta de reinvindicações dos bancários será entregue à Fenaban no dia 9 de agosto

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Para a construção e aprovação da pauta unificada de reinvindicações da Campanha Nacional 2016, que será entregue aos bancos no dia 9 agosto, a categoria bancária se reúne na 18ª Conferência Nacional dos Bancários, que começa nesta sexta-feira (29) e segue até domingo (31), no hotel Holiday Inn, no Parque Anhembi, em São Paulo. São esperados 695 bancários, entre delegados natos e eleitos por federações, além de observadores brasileiros e de outros países.

O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destaca a construção coletiva da pauta de reivindicações da categoria e lembra que os bancários debateram, por todo o país, em conferências regionais, as principais demandas, que serão apresentadas na 18ª Conferência Nacional dos Bancários.

“Sairemos dessa Conferência Nacional unificados, mobilizados e com uma minuta substancial que vamos entregar para a Fenaban no dia 9 de agosto. Neste dia, o Comando Nacional dos Bancários entrega também um calendário e propõe a marcação de rodadas de negociação, nas quais vamos apresentar as defesas dos nossos direitos, o pedido da inflação mais ganho real, e novas conquistas. Tenho certeza, de que neste ano em que os bancos continuam ganhando muito, nós faremos uma campanha vencedora, uma campanha em que os bancos vão reconhecer o valor dos seus trabalhadores e vão atender as nossas reivindicações”, afirmou Roberto von der Osten.

Entre os eixos para a Conferência Nacional dos Bancários estão emprego, saúde do trabalhador, segurança bancária, condições de trabalho, remuneração e estratégia para organização da luta e disputa da sociedade.

Seminário: “Sistema Financeiro e Sociedade”

Antes da abertura solene da Conferência, nesta sexta (29), os bancários participam do Seminário: “Sistema Financeiro e Sociedade”, com início às 9h. O evento contará com a presença de personalidades do cenário político e de movimentos sociais e sindicais, inclusive com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participarão da exposição de três painéis:

Das 9h às 12h - Painel 1 – “Transformações no Sistema Financeiro e seus impactos no Mundo do Trabalho”.

Das 13h às 15h - Painel 2 – “ Novas Ofensivas aos Direitos dos Trabalhadores”

Das 15h às 17h - Painel 3 -  Fórum da Resistência – “O Brasil que Queremos”

Após a apresentação dos painéis, haverá o lançamento dos livros: ‘O Brasil que queremos’ e ‘A resistência ao golpe’.

Entrega da minuta

Após a Conferência, os bancários já têm data marcada para consolidar a entrega da minuta de reivindicações da categoria ao bancos. Será no dia 9 de agosto, às 11h, na sede da Febnaban.

Programação 18ª Conferência Nacional dos Bancários 2016

Data: 29 a 31 de julho de 2016.

Local: Hotel Holiday Inn Parque Anhembi:  http://www.holidayanhembi.com.br/

Rua Prof. Milton Rodrigues, 100 - São Paulo/SP.

Quinta-feira, dia 28 de julho

A partir das 15h – Check- in no hotel

15h às 18h - Credenciamento

Sexta-feira, dia 29 de julho

8h30 às 18h – Credenciamento

9h às 18h - Seminário: “Sistema Financeiro e Sociedade”

19h – Votação do Regimento Interno da 18ª Conferência Nacional dos Bancários

19h30 – Abertura Solene

Sábado, dia 30 de julho

08h30 às 12h – Credenciamento

9h – Dieese – Análise dos Resultados dos Bancos e Apresentação da Sistematização da Consulta Nacional 2016

10h às 16h – Trabalho em Grupos:

Grupo 1 – Emprego.

Grupo 2 - Saúde do Trabalhador, Segurança Bancária e Condições de Trabalho.

Grupo 3 – Remuneração.

Grupo 4 – Estratégia para Organização da Luta e Disputa da Sociedade.

16h – Plenária das Correntes Políticas

Domingo, dia 31 de julho

9h30 às 10h - Apresentação da Campanha de Mídia

10h às 13h - Plenária Final e Encerramento

Fonte: Contraf-CUT

Bancários de São Paulo querem emprego e aumento real de 5%; Conferência Nacional acontece no fim do mês e define pauta unificada a ser entregue aos bancos

[caption id="attachment_11161" align="alignright" width="530"]DSC_0037 Delegados do ABC representando os bancários do ABC na Conferência Estadual[/caption]

Os bancários do estado de São Paulo já definiram suas prioridades para a Campanha Nacional Unificada 2016. A conferência estadual, realizada neste sábado 16, votou a pauta de reivindicações que será levada ao debate na Conferência Nacional, a ser realizada entre os dias 29 e 31 de julho, em São Paulo. A pauta final será entregue à federação dos bancos (Fenaban) no mês de agosto. A data base da categoria é 1º de setembro.

Entre as prioridades apontadas pela categoria no estado estão o índice de 14,5% (reajuste com inflação estimada mais aumento real de 5%), combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais empregos e fim das demissões nos bancos. Também definiram o piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24) e a PLR de três salários mais R$ 8.297,61 de parcela fixa adicional. E décimo quarto salário. Foi incluída uma cláusula para garantir melhores condições de trabalho nas agencias digitais, incluindo garantias em termos de emprego e jornada; fim da sobrecarga de trabalho e maior remuneração.

Na conferência estadual, participaram delegados eleitos em assembleias realizadas pelos sindicatos e nas conferências regionais preparatórias.

Durante a conferência foram apresentados os resultados das consultas realizadas nos sindicatos filiados à Fetec/CUT-SP (federação dos bancários da CUT). A pesquisa foi feita por 13 sindicatos, com 19.799 questionários.

Nas cláusulas econômicas, as maiores reivindicações foram por aumento real (81% das respostas), PLR maior (88%), fim das demissões, com mais contratações (73%) e melhores condições de trabalho sem assédio moral ou metas abusivas (60%). A categoria também defende os bancos públicos (87%), se coloca contra a terceirização ilimitada (90%), o aumento do tempo para se aposentar e mudanças que ameacem férias, jornada extra e 13º salário (73%).

Assembleia Geral ExtraordináriaAssembleia realizada nesta segunda-feira (11/7), na sede social do Sindicato, aprovou itens que serão sugeridos para acréscimo ou alteração na minuta da campanha nacional 2016. Essas sugestões serão agora apresentadas durante a conferência estadual da categoria bancária, que acontece no próximo sábado (16) em São Paulo.

Além da leitura e discussão dos itens, a assembleia também definiu os 29 delegados que participarão do evento estadual.

Consulta – Durante o mês de junho e início de julho os trabalhadores bancários foram consultados em todo o País para definição de prioridades nesta campanha nacional. Todos os sindicatos da base cutista participaram, colocando à disposição dos bancários (por via impressa e/ou site) o formulário da pesquisa.

Os dados estão sendo tabulados e o resultado indicará propostas para cláusulas econômicas, sociais, condições de trabalho, segurança, saúde e emprego, entre outros temas. O resultado da consulta no País será apresentado na conferência nacional.

Representantes dos trabalhadores de diversos setores discutem a unidade entre os ramos para as campanhas salariais com data-base no segundo semestre do ano
 
Os representantes dos sindicatos de diversas categorias do País se reuniram, na primeira quinzena de junho, para discutir a unidade entre os ramos para as campanhas salariais com data-base no segundo semestre do ano. Entre os setores estavam bancários, metalúrgicos, químicos, petroleiros, saúde, seguridade social, vestuário, transporte, construção, educação, agricultura familiar, comércio, serviços e aposentados. Para o secretário de Finanças da Contraf-CUT, Sérgio Takemoto, diante do cenário político atual, os trabalhadores devem intensificar ainda mais a luta. “O atual momento requer mobilização e unidade dos trabalhadores de diversas categorias pela defesa dos direitos da classe trabalhadora”.
“Caso as ameaças que pairam sobre nós se concretizem com mudanças na previdência, nas leis trabalhistas, terceirização, deterioração dos serviços de saúde e educação, os trabalhadores de todo o País precisam estar preparados para intensificar as mobilizações”, afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques. “Se mudar a lei de partilha do Pré-Sal a destinação de recursos para educação e saúde será reduzida consideravelmente, em um momento de desemprego”, lamentou. Com o objetivo de debater a manutenção dos direitos e preparar uma ofensiva contra qualquer iniciativa que ataque a classe trabalhadora, os sindicalistas decidiram encaminhar uma proposta de encontro nacional dos trabalhadores.  O presidente dos metalúrgicos do ABC defendeu ainda que os sindicatos da CUT participem dos fóruns de debate do governo interino que sejam de interesse da classe trabalhadora. “No nosso caso, não vamos deixar de debater o Programa Nacional de Renovação da Frota e o Programa de Proteção ao Emprego. Aliás, iremos lutar para que o PPE possa ser aperfeiçoado para fazer frente às ameaças de demissões na categoria”. O presidente da CUT, Vagner Freitas, reafirmou que é a organização da classe trabalhadora, por meio de cada ramo da Central, que vai fazer com que as campanhas salariais sejam vitoriosas. “Temos questões nacionais dos trabalhadores que precisam estar na luta para evitar qualquer retirada de direitos, defender os empregos e por mais avanços salariais. A mobilização será feita no diálogo e na construção conjunta com os trabalhadores”, concluiu. Fontes> Contraf-CUT, Seeb SP

Questionário que vai definir prioridades da pauta de reivindicações já está disponível Com o objetivo de colher as opiniões dos bancários para que, a partir das respostas, sejam elencadas as prioridades da categoria para pauta de reivindicações, a consulta dá inicio a Campanha Nacional dos Bancários 2016. O questionário pode ser acessado através do site (clique AQUI para acessar) ou ser solicitado com o diretor do Sindicato que visita sua agência. É muito importante que todos os trabalhadores bancários da Região participem, pois a consulta traz questões como o índice de reajuste mais justo e prioridades nas áreas de saúde, segurança e condições de trabalho. Não é necessário que o bancário se identifique. O resultado da consulta serão tabulados e os dados reunidos para aferição, permitindo assim um diagnóstico nacional. Com esses dados em mãos, a pauta de reivindicações será construída nos encontros estaduais e definida na Conferência Nacional, que ocorre em julho. “A participação dos bancários desde a origem da campanha, através dessa consulta fortalece a categoria permitindo, assim, um avanço nas conquistas a cada ano”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato. baner_consulta 2016