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Lula se reúne com sindicalistas e fala sobre valorização do salário mínimo e mudanças no IR

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Presidente ressalta importância da pressão dos sindicatos para alterar tabela do imposto de renda, que penaliza os que ganham menos, e cria grupo para tratar da valorização do mínimo 

 

Lulasindicalistas1901Em encontro com sindicalistas e centrais sindicais do País, o presidente Lula anunciou ontem (18) a criação de um grupo de discussão para tratar de uma política permanente de valorização do salário mínimo, afirmando que reajustar o mínimo é a melhor forma de fazer distribuição de renda. Dois outros grupos deverão ser criados: para debater a valorização da negociação coletiva e para construir uma proposta de regulamentação para trabalhadores por aplicativos.

Lula também afirmou que pretende implementar a isenção no imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. No entanto, destacou que a medida precisa de lei e que será necessária pressão dos sindicatos. “Nesse país, quem paga Imposto de Renda de verdade é que tem holerite de pagamento porque é descontado na folha e a gente não tem como não pagar”, afirmou. O evento também contou com a presença dos ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Casa Civil, Rui Costa.

Segundo o presidente, o pobre que ganha R$ 3.000, paga, proporcionalmente, mais do que alguém que ganha R$ 100 mil.“Quem ganha muito, paga pouco. Recebe como lucro, como dividendo para pagar pouco imposto de renda em relação a quem trabalha o mês inteiro e faz 30 horas extras”, disse.

Todas as pessoas que tiveram renda tributável (salário, bônus na empresa etc) maior que R$ 28.559,70 em 2022 (em média, R$ 2.380 por mês) têm de declarar o IRPF. A regra vale mesmo os trabalhadores e trabalhadoras e aposentados e pensionistas que têm alíquotas do imposto já descontadas direto da folha de pagamento, o que contribui para onerar ainda mais os rendimentos.

A correção da tabela, uma reivindicação da CUT e demais centrais, reduziria o imposto pago pelos mais pobres e contribuiria para melhorar o poder de compra. A última correção da tabela do IR foi em 2015, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou lei que estabeleceu uma porcentagem de correção diferente para cada faixa de renda, que variaram de 4,5% a 6,5%.

Mas, segundo cálculos da Unafisco Nacional com base no índice de inflação de setembro do ano passado, a tabela do IRPF acumula uma defasagem de 144% desde 1996. A defasagem é calculada a partir do índice da inflação, que, por sua vez, corrige
os salários dos trabalhadores.

"É muito bom poder voltar a discutir grandes temas do mundo do trabalho com o governo federal, o que foi impossível durante os anos Bolsonaro. Vamos debater ações e iniciativas para reconstruir nosso País, para garantir e ampliar nossos direitos como trabalhadores e cidadãos, com muita pressão para obter conquistas. Essa é a nossa democracia, que sempre defenderemos", afirma o presidente do nosso Sindicato, Gheorge Vitti. Redação, com informações da CUT

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