Entre eles está a atividade física e o controle do peso; políticas públicas são fundamentais para garantir atendimento
Outubro marca mais uma edição da campanha de prevenção ao câncer de mama. A cor rosa, característica do período, já se estampa em prédios de entidades e empresas e também no mundo virtual, como no caso do Sindicato. Pesquisa recente divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) revela que no Brasil, no ano passado, cerca de oito mil casos de câncer de mama tiveram relação direta com fatores comportamentais, como consumo de bebidas alcoólicas, excesso de peso, não ter amamentado e inatividade física.
O número representa 13,1% dos 64 mil casos novos de câncer de mama em mulheres com 30 anos e mais, em todo o País, de acordo com dados do INCA. Em 2019 o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama, sendo o principal tipo da doença que leva mulheres a óbito. Projeções do INCA até 2030 apontam para a estabilidade das taxas de mortalidade entre 30 e 69 anos, mas ainda são bem distantes dos 30% de redução estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030 é reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.
O secretário de Saúde do Sindicato, Itamar Batista, alerta ainda para a necessidade de políticas públicas que contemplem o atendimento precoce, com estrutura que inclua desde a consulta médica até a realização de exames específicos, como a ultrassonografia e a mamografia e, se necessário, o acompanhamento para tratar o câncer. “A prevenção é fundamental, assim como a adoção de hábitos saudáveis, mas é preciso que exista rapidez no atendimento às brasileiras”, destaca Itamar.
Em outro recorte do estudo, relativo a 2018, foi revelado que o gasto para tratamento da doença no SUS passou dos R$ 813 milhões. Os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou R$102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%). Para os pesquisadores do Inca é claro que ações de prevenção do câncer, em especial a promoção da atividade física, podem ser extremamente eficazes não somente para tornar a vida das pessoas mais saudável como para diminuir os gastos do SUS em oncologia.