Projeto é referência histórica na defesa de crianças e adolescentes e nesta pandemia socorre centenas de famílias
O Projeto Meninos e Meninas de Rua, em São Bernardo, é referência nacional na defesa das crianças em situação de vulnerabilidade. No entanto, uma semana após o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completar 30 anos, está prestes a perder sua sede na cidade, que ocupa desde 1989. A ameaça de despejo, que vem da Prefeitura, não é nova, mas agora torna-se ainda mais drástica e injusta por conta da pandemia do coronavírus.
O Meninos e Meninas de Rua, originado pela mobilização de professores e estudantes do então Instituto Metodista nos anos 1980, tornou-se uma das organizações à frente do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Teve expressiva participação na criação do ECA e nas mobilizações para inserir os direitos da criança e dos adolescentes nas constituições federal, estadual (São Paulo) e na Lei Orgânica de São Bernardo.
Mas, em 2019, a Prefeitura comunicou que havia retirado a concessão de uso do imóvel. Após negociações, foi informado que o processo de desocupação seria transparente e uma ordem de despejo não pegaria o projeto de surpresa, o que agora acontece: o prazo para saída é o próximo dia 24 de julho.
Como resposta, os representantes do Meninos e Meninas de Rua buscam a solidariedade da sociedade para que seja suspensa a desocupação e um novo decreto permita a continuidade no endereço, além de reivindicarem uma reunião com o prefeito Orlando Morando. E para isso, basta assinar a petição disponível em http://chng.it/wjF2hJTh
“A Prefeitura está querendo colocar na rua um projeto essencial para crianças e adolescentes, não só do município como também do País. Durante a pandemia estamos socorrendo mensalmente cerca de 300 famílias empobrecidas da comunidade, através de cestas básicas que arrecadamos. Muitas dessas pessoas estão tendo condições de se alimentar nessa crise apenas porque o Projeto Meninos e Meninas de Rua está presente cumprindo um papel essencial de segurança alimentar”, destaca a petição.
Participe: ajude a proteger os mais vulneráveis, e não permita que um projeto tão valoroso seja desrespeitado dessa forma pelo Poder Público, que deveria, afinal, ser o representante dos interesses da comunidade.