São sucessivos os casos de violência e mortes contra a juventude negra, pobre e periférica, sempre acompanhados de impunidade e omissão do poder público
A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) repudia veementemente o massacre de nove jovens na madrugada do último domingo (1º) na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da cidade de São Paulo.
A violenta ação da Polícia Militar (PM), que resultou nessas mortes, reforça os dados sobre o extermínio da juventude negra e periférica, já que a maioria das vítimas era negra.
Existe uma nítida perseguição das forças policiais aos bailes funks e seus frequentadores, sobretudo quando essas festas ocorrem nas periferias. O mesmo não se observa, ou não se tem registro, nas festas realizadas em bairros nobres.
São sucessivos os casos de violência e mortes contra a juventude negra, pobre e periférica, sempre acompanhados de impunidade e omissão do poder público. Lembramos a responsabilidade exercida pelo governo, seja por meio de orientações às instituições ou por meio de pronunciamentos públicos, a exemplo do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que constantemente faz discursos inflamados na área da segurança pública e sobre a atuação da polícia, incitando ações mais duras e violentas.
É urgente discutir uma nova política de segurança pública para o Estado, já que o direito à vida é o bem mais precioso de todo ser humano. É preciso apurar e condenar os responsáveis pelo massacre de todo um conjunto da população. Por isso, a CUT-SP vem a público manifestar a sua solidariedade aos familiares e amigos dos jovens, e cobrar justiça e respostas sobre o crime em Paraisópolis.
Direção da CUT São Paulo
São Paulo, 2 de dezembro de 2019