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Tragédia de Brumadinho deve se tornar maior acidente de trabalho do Brasil

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Reforma trabalhista vai piorar pagamento de indenizações a vítimas; trabalhadores vivem momento difícil no País e devem se organizar para exigir segurança e respeito e não perder ainda mais direitos 

BrumadinhoA sexta 25 de janeiro marcou o que pode se tornar o maior acidente de trabalho no Brasil, a tragédia que atingiu a cidade mineira de Brumadinho com o rompimento da barragem administrada pela empresa Vale. Até o fechamento a manhã dessa terça, 29, eram 65 mortes confirmadas e 279 pessoas desaparecidas.

A tragédia na Vale, privatizada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, acontece num momento especialmente difícil para os trabalhadores brasileiros. Num momento em que direitos são retirados e até mesmo discussões de interesse mundial, como o meio ambiente (altamente impactado por todas as ações humanas, inclusive a extrativista), são menosprezadas pelo novo governo.

Muitas das vítimas do acidente são de empresas terceirizadas, que prestam serviço para a Vale, e suas famílias terão de ser indenizadas igualmente. Mas mesmo para os funcionários da mineradora essas indenizações já serão menores do que as daqueles que não trabalhavam na empresa. Isso porque, com a aprovação da reforma trabalhista, diminuiu a indenização para vítimas de acidentes de trabalho: o valor foi reduzido para 50 vezes o salário do funcionário atingido.

“É terrível assistir, na prática, o quanto essa reforma trabalhista foi danosa para a classe trabalhadora”, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. Ele lembra ainda, a liberação da terceirização indiscriminada, também aprovada pelo Congresso, e o fim do Ministério do Trabalho com o governo Bolsonaro. “São muitas ações que vão contra os trabalhadores. Sem o Ministério do Trabalho também se acabam as fiscalizações que eram feitas pela Pasta com relação à saúde e segurança dos trabalhadores; essas e outras ações ficam perdidas em outros ministérios, só reforçando a defesa do capital, e não dos seres humanos. Por isso não podemos nos intimidar ou recuar; temos de nos organizar para garantir direitos e avançar no caminho de um trabalho digno, com segurança e respeito”, avalia.

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