O 25º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil aprovou neste domingo 8, em São Paulo, ao final de três dias de discussões, a pauta de reivindicações específicas da Campanha Nacional dos Bancários de 2014. Participaram do encontro, realizado no Hotel Holiday Inn, 306 delegados de todo o país, dos quais 216 homens e 90 mulheres.
O Congresso foi muito produtivo nos debates e conseguiu construir o maior número de propostas por consenso dos últimos anos em torno dos quatro eixos debatidos, que são remuneração e condições de trabalho, saúde e previdência, organização do movimento e Banco do Brasil e o Sistema Financeiro Nacional.
Veja a seguir algumas das principais reivindicações aprovadas:
Remuneração e condições de trabalhoOs delegados aprovaram a intensificação da luta pelo PCR, por mais contratações e por melhores condições de trabalho, sem assédio moral.
O PCR deve valorizar o funcionalismo, estipulando como piso o salário mínimo do Dieese e o interstício na tabela de antiguidade de 6%, um valor maior das letras de mérito e com um tempo menor para adquirir os méritos (um ano e meio por letra).
Saúde e previdênciaEsses dois temas trouxeram muito consenso entre as diversas forças do movimento, quase não havendo divergências quanto à prevenção e preservação da saúde dos trabalhadores.
Em relação à Cassi, os delegados aprovaram a defesa do princípio da solidariedade e da prioridade na prevenção e na qualidade de vida, em vez do modelo curativo.
Também aprovaram o fortalecimento do programa Estratégia de Saúde da Família e a Cassi para todos os funcionários, sem discriminação dos bancários oriundos dos bancos incorporados.
Sobre a Previ, o 25º Congresso reiterou a campanha pelo fim do voto de minerva no Conselho Deliberativo, pela volta da consulta ao corpo social, pela eleição do diretor de Participações e pela redução da Parcela Previ, além de exigir que o banco acate a adesão dos funcionários oriundos dos bancos incorporados.
Organização do movimentoOs delegados presentes ao 25º Congresso reafirmaram a estratégia de campanha nacional unificada, com negociação de mesa única na Fenaban e mesas concomitantes para discutir as questões específicas do BB, além do modelo construído pela categoria de comissões de empregados que assessoram a Contraf-CUT nas negociações específicas com os bancos.
Também apoiaram o fortalecimento dos fóruns da categoria (sindicatos, federações, Contraf-CUT, Comissão de Empresa e Comando Nacional dos Bancários), a mobilização e a unidade nacional da categoria.
BB e sistema financeiro nacionalCom dados trazidos pelo Dieese e pelo Caref Rafael Matos, os delegados fizeram um amplo debate sobre a importância do fortalecimento do BB como banco público voltado para o financiamento da produção e do desenvolvimento econômico e social do país.
Defenderam ainda a internacionalização do BB e a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que trata do Sistema Financeiro Nacional.
Delegados aprovam apoio à reeleição de DilmaO 25º Congresso também aprovou resolução de apoio à reeleição da presidenta Dilma Roussef, por avaliar que ela representa a melhor opção para os trabalhadores dentre os dois projetos que estarão em disputa na eleição de outubro.
O outro projeto representa o retorno ao governo das forças conservadoras e neoliberais, as mesmas que na década de 1990 privatizaram empresas públicas, retiraram direitos, congelaram salários e fizeram demissões em massa no BB e na Caixa, enfraquecendo seu papel de bancos públicos voltados para o fomento do desenvolvimento econômico e social.
Além de dar o apoio, os bancários vão cobrar da presidenta Dilma Roussef que mude a gestão do Banco do Brasil, hoje mais voltado para o mercado tal qual o Itaú e o Bradesco, distante do seu papel de banco público, e fortaleça o seu papel de banco público. Também vão exigir da presidenta que o BB melhore as condições de trabalho e respeite mais seus trabalhadores.
Liberdade sindical aos bancários nos EUAO 25º Congresso aprovou ainda uma moção para que o BB assine acordo de neutralidade que permita a seus funcionários nos Estados Unidos o início de processo de organização sindical e de sindicalização.
Os bancários norte-americanos não possuem sindicato e a Contraf-CUT está trabalhando em parceria com a central sindical CWA, do setor de serviços e telecomunicações, para que os funcionários do BB criem a sua entidade sindical naquele país.
Rede de Comunicação dos Bancários Fonte: Contraf-CUT