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Presidente do Sindicato avalia negociação sobre emprego

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Tema foi debatido ontem, no segundo encontro com os bancos desta campanha nacional


Entrevistagheorge2806O Comando Nacional dos Bancários se reuniu ontem (27) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Foi a segunda reunião de negociação da Campanha Nacional 2022, e o tema central foi o emprego.

A categoria apresentou como reivindicações a garantia no emprego, o fim da terceirização, preparação funcionários para as mudanças tecnológicas e redução da jornada de trabalho para quatro dias.

Confira um pouco mais sobre o encontro e a importância do tema na entrevista com o presidente do nosso Sindicato, Gheorge Vitti.

O que foi discutido na negociação de ontem e qual sua avaliação sobre o resultado do encontro?

Gheorge - Abordamos a questão do emprego e várias implicações relacionadas ao tema. Entre os pontos centrais, garantir o emprego, fundamental para uma vida digna. E, a partir dessa premissa, criar formas de manter e gerar novos postos, sem demitir. Isso passa pelo fim da terceirização, hoje crescente no setor, pela requalificação dos bancários frente ao avanço tecnológico no dia a dia e pela redução da jornada de trabalho para quatro dias na semana.

Mas por que o tema do emprego ganha destaque nesse ano?

Gheorge - Desde 2013 houve uma redução de 77 mil postos de trabalho na nossa categoria. Ela foi causada, entre outras coisas, pela chegada de novas tecnologias, pelo fechamento de agências e por uma mudança na exigência do perfil dos bancários. Os bancos alegam que mudanças ocorreram por crescer a concorrência, mas entre 2013 e 2021, mesmo com novos concorrentes, não perderam mercado, pois houve aumento de 86% para 87% na participação nas operações de crédito. Também não perderam seus lucros com a pandemia, pelo contrário, bateram recordes. Ou seja: os bancos podem e devem manter e ampliar empregos, assumindo uma responsabilidade social com a sociedade brasileira.

Como a tecnologia pode ajudar a viabilizar a redução da jornada de trabalho para quatro dias na semana?

Gheorge - Nós tivemos a experiência do home office resultante da pandemia e começamos a aprender que a tecnologia também pode ser usada a nosso favor, não de forma excludente. Os bancários sempre foram vanguarda em muitas discussões e essa será mais uma. A tecnologia ajuda a aumentar a produção do trabalho, e pensando na continuidade do aumento da produtividade, propomos a redução de jornada para quatro dias. Essa redução poderia aumentar a satisfação e a produtividade dos trabalhadores e gerar novos postos.

A reforma trabalhista precarizou as condições de trabalho, com flexibilização e terceirização, e o quadro piorou ainda mais com a pandemia. Quais os passos para tentar reverter essa situação?

Gheorge - A reforma trabalhista foi uma tragédia para os trabalhadores brasileiros, que, pouco depois, depois viram as condições já precarizadas piorar ainda mais com a pandemia de covid-19. Direitos e empregos foram perdidos, a pobreza cresceu e a fome voltou com força ao País. Do ponto de vista da categoria, apresentamos propostas nascidas da consulta às bases e esperamos conquistas com a participação de todos. Do ponto de vista nacional precisamos mudar o rumo do Brasil, e isso passará necessariamente pelas eleições de outubro, quando temos que eleger aqueles comprometidos com os trabalhadores e o Brasil que queremos.

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