Iniciativa objetiva maior aproximação com a população, seja nos centros comerciais ou nos bairros, para dialogar sobre o futuro do Brasil e o que é preciso para sair da crise
Por todo o País, sindicatos, federações e confederações filiados à CUT estão formando Comitês de Luta em Defesa da Classe Trabalhadora, pela Vida e Democracia. A criação dos comitês - cujo objetivo é dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras sobre a causa dos problemas enfrentados pela maioria dos brasileiros e o que é preciso fazer para reconstruir o País - se amplia, e a cada dia novos grupos são formados.
No estado São Paulo o Sindicato dos Bancários do ABC é mais um exemplo dessa mobilização nacional para reconstruir o País e devolver dignidade à população com emprego decente, direitos, combate à inflação e à fome. Os bancários do ABC Paulista criaram o primeiro Comitê de Luta itinerante para poder atuar em todas as cidades da região: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
O calendário do Comitê itinerante já está definido e começará na próxima semana pelos centros comerciais das cidades, uma por dia, segundo o presidente do Sindicato, Gheorge Vitti. “Depois, as tendas, o carro de som e toda a estrutura organizada para o Comitê passará pelos bairros das sete cidades”, acrescenta o dirigente.
“Pensamos em percorrer as sete cidades da região não fincando só nas regiões de centro, mas indo às periferias para aproximar o Comitê ainda mais da população”, explica Gheorge.
Além do diálogo de conscientização com os trabalhadores, o Sindicato está colhendo assinaturas para um abaixo-assinado em defesa de empresas públicas, entre elas os bancos como a Caixa e o Banco do Brasil e outras empresas estratégicas, caso da Petrobras, Correios, Eletrobras.
“Essas empresas são fundamentais para o desenvolvimento, para a economia e para as políticas sociais no Brasil”, diz o presidente do Sindicato. Ele explica que os bancos públicos tiveram papel decisivo durante a pandemia, viabilizando programas sociais. Já a Petrobras, diz, “é uma estatal que deve estar sob o total controle do Estado e com uma política diferente da atual, que tem feito os preços dos combustíveis chegarem a níveis nunca vistos, penalizando a classe trabalhadora, que sente os efeitos dos aumentos não só na gasolina diesel e no gás de cozinha, mas, também, em todos os outros preços de produtos”.
Gheorge se refere ao Preço Internacional da Petrobras (PPI), criada no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB) e mantida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A PPI atrela o preço do barril de petróleo à cotação do dólar. Por conta dos reajustes de combustíveis determinados pela Petrobras, em 12 meses – de abril do ano passado (antes da guerra Rússia e Ucrânia) a abril deste ano - a gasolina subiu 30,12%; o diesel 52,53%; o etanol 30,55% e o gás de cozinha 32,45%.
Receptividade - Os brasileiros estão cada vez mais conscientes sobre a realidade que vivem e sabem que a culpa é do governo Bolsonaro que, com seu ministro da Economia, Paulo Guedes, implantou uma política econômica que não prioriza a classe trabalhadora nem o povo mais pobre do País. O resultado é desemprego e inflação recordes, retirada de direitos e a democracia na corda bamba.
“Temos tido experiências com panfletagens e outras atividades que nos mostram que o povo está mais acordado agora sobre o País. As pessoas estão vendo que quando vão no mercado o preço está alto, quando vão se locomover, seja no carro ou no transporte público, também está mais caro”, afirma o presidente do Sindicato.
“As pessoas começaram a entender que o golpe contra Dilma foi um grande engodo e a eleição de Bolsonaro foi um retrocesso que aprofundou a crise no País” - Gheorge Vitti
Por isso, ele diz, a tarefa de lutar é de todos e todas. E, para isso, os movimentos sociais participarão do Comitê itinerante do sindicato. “A gente vai contar com movimentos sociais de cada local, valorizando, inclusive, esses atores; ou seja, o movimento artístico e cultural, os militantes, os ativistas de direitos sociais e direitos humanos, enfim, todos os movimentos de cada região”.
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Solidariedade - Os Comitês em Defesa da Vida formados pela CUT têm caráter solidário. O Comitê Itinerante não será diferente. “A ideia é sempre aproveitar essas iniciativas para continuar fazendo as campanhas solidárias. Muita gente ainda passa fome no Brasil, revirando lixo, pedindo comida nos faróis… Toda iniciativa em que a gente possa trazer algum nível de esperança para continuar lutando, com comida no prato, é importante”, diz Gheorge.
O dirigente reforça que a luta que está sendo travada para reconstruir o Brasil é de cada brasileiro e cada brasileira. “Pode ser na garagem, em casa, até mesmo virtual. O importante é se engajar nessa batalha com a percepção do lado da história que estamos vivendo”, diz ele, se referindo, entre outras coisas, à consciência de cada trabalhador e trabalhadora, vítimas da política nefasta de Bolsonaro.
Fonte: CUT nacional, com edição