Para Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT, privatização dos Correios é parte do ataque geral às empresas públicas
A proposta do governo Bolsonaro de privatizar os Correios deve ser votada esta semana na Câmara dos Deputados. O projeto de lei 591 prevê a venda integral da empresa. “Essa proposta de privatizar os Correios vai representar mais exclusão social. Atualmente, os Correios tem um serviço de entrega de mercadorias para locais distantes do interior do país que vai ficar muito mais caro caso uma empresa privada assuma os Correios. São milhões de pessoas que dependem de um serviço público essencial”, alertou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
O governo Bolsonaro pretende entregar para a iniciativa privada uma empresa lucrativa e de destacada importância social. No ano passado, os Correios apresentou lucro líquido de R$ 1,53 bilhão o melhor resultado nos últimos 10 anos. O patrimônio líquido obteve crescimento de 84% em relação ao ano de 2019, totalizando, aproximadamente R$ 950 milhões. Além de inviabilizar a entrega de mercadorias para locais distantes a um custo acessível, a privatização dos Correios deve causar o fechamento de agências em muitas localidades e também o desemprego.
A privatização está tramitando em caráter de urgência, um sinal de que o governo quer aprovar o mais rápido possível propostas impopulares antes do ano que vem, um ano eleitoral. “Bolsonaro não está passando a boiada somente sobre o meio ambiente. É um ataque geral, à democracia, aos direitos trabalhistas e também contra as empresas públicas, incluídos aí os bancos públicos, ferramentas essenciais para o desenvolvimento do país”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.
Fonte: Contraf-CUT