Bancos descumprem compromisso e mandam milhares para a fila do desemprego; Sindicato promove protestos nas cidades da região e internet
Desde o início deste mês de outubro o Sindicato vem promovendo manifestações contra as demissões nos bancos nas cidades do Grande ABC. As ações denunciam a irresponsabilidade das instituições financeiras, que se comprometeram a não promover cortes durante a pandemia, mas já dispensaram mais de 12 mil trabalhadores neste ano.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, foram 12.794 demissões contra 11.405 contratações, um saldo negativo de 1.389 postos de trabalho. No levantamento do Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que também aumentou o ritmo das demissões na categoria, em plena pandemia de covid-19.
Os protestos são realizados também por vários outros sindicatos bancários do País. Eles integram campanha nacional contra as demissões organizada pela Contraf-CUT, que ganha espaço nas ruas e nas mídias, especialmente com a realização de tuitaços. Esse compromisso de não demitir no período foi assumido pela Fenaban durante a mesa de negociações no primeiro semestre, logo no início da pandemia no Brasil.
O primeiro banco a puxar a fila das demissões foi o Santander, que não esperou muito e começou a demitir ainda no primeiro semestre. O Itaú passou a demitir funcionários já no segundo semestre, o mesmo acontecendo com o Banco Mercantil do Brasil. A mais recente adesão à lista dos descumpridores do acordo foi a do Bradesco, que combinou uma campanha publicitária para alardear que estava se preparando para o futuro, mas começou a promover cortes.
“Os bancos não deixaram de lucrar, mesmo durante a pandemia. Por isso, nada justifica que agora deixem milhares de brasileiros a mais na fila do desemprego”, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira. Em 2019 os lucros nos bancos bateram recordes. Os cinco maiores do País (Itaú, Santander e Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica) somaram lucros de R$ 108 bilhões no ano passado, uma alta de 30%,3% em 12 meses. O Itaú registrou, em 2019, um lucro de R$ 28,3 bilhões; o Bradesco, R$ 25,8 bilhões e, o Santander, R$ 14,5 bilhões. E são esses três bancos que agora batem recordes de demissões.
Só neste ano o lucro dos cinco maiores bancos chegou a R$ 30 bilhões no primeiro semestre. Mas o número pode estar subestimado devido ao recurso fiscal usados pelos bancos, de reservar parte dos resultados como provisionamento, um dinheiro de reserva para se proteger em caso de possíveis calotes dos clientes.
Todos podem e devem participar da campanha contra as demissões, tuitando, comentando, compartilhando. Acesse o site do Sindicato e acompanhe as ações que vêm sendo realizadas, nas ruas e no mundo virtual.