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Desemprego bate recorde e atinge mais de 13 milhões de trabalhadores

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Também bateram recorde o total de desalentados, pessoas que tentaram muito, não conseguiram e deixaram de procurar emprego; e o de subutilizados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam

No trimestre de maio a julho deste ano, a taxa de desemprego subiu para 13,8%, atingindo 13,1 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. É a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta quarta-freira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Em relação ao trimestre anterior (fevereiro a abril), que foi de 12,6%, o índice aumentou 1.2 ponto percentual. Já em comparação com o mesmo trimestre de 2019 (11,8%) são 2 pontos percentuais a mais, ou 561 mil pessoas desempregadas a mais no mercado.

Também bateram recorde o total de desalentados, pessoas que tentaram muito, não conseguiram e deixaram de procurar emprego; e o de subutilizados, pessoas que trabalham menos horas do que gostariam.

 O contingente de desalentados é 5,8 milhões de trabalhadores e trabalhadoras – só no trimestre móvel encerrado em junho, mais 913 mil pessoas entraram no desalento.

A pandemia do novo coronavírus com as necessárias medidas para conter a expansão do vírus, como a quarentena, dificultou a busca por emprego e, com uma flexibilização cada vez maior da quarentena, a tendência é que as pessoas voltem a buscar trabalho, avalia a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.

“Além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades econômicas estavam suspensas ou, ainda, por questões de saúde pessoal”, afirma.

Talvez por isso, o total de trabalhadores subutilizados também bateu recorde e chegou a 32,9 milhões, alta de 14,7% (14,2 milhões de pessoas) em relação a abril.

Na comparação com julho de 2019, a alta foi de 17% (4,8 milhões de pessoas). A taxa composta de subutilização ficou em 30,1%, outra marca inédita.

A população ocupada - pessoas que possuem alguma profissão, remunerada ou não, por conta própria ou como empregador - recuou para 82 milhões, o menor contingente da série. Essa população caiu 8,1% (menos 7,2 milhões pessoas) em relação ao trimestre anterior, e 12,3% (menos 11,6 milhões) frente ao período de maio a julho de 2019. O nível de ocupação também foi o mais baixo da série, atingindo 47,1%, caindo 4,5 pontos frente ao trimestre anterior e 7,6 pontos contra o mesmo trimestre de 2019.

Outro indicador que está no menor patamar na série histórica é a força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), que chegou a 95,2 milhões de pessoas, com queda de 6,8% (ou 6,9 milhões) frente ao trimestre anterior, e de 10,4% (ou 11 milhões de pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2019.

Já a população fora da força de trabalho atingiu o recorde da série e chegou a 79 milhões de pessoas - mais 8 milhões em relação ao trimestre anterior e mais 14,1 milhões frente ao mesmo trimestre de 2019. Entretanto, o aumento foi menor do que no trimestre encerrado em junho, quando o ganho foi de 10 milhões de pessoas.

Comércio, Alojamento e alimentação e Indústria têm redução da ocupação em julho

Na comparação com o trimestre terminado em abril, a população ocupada diminuiu em oito dos 10 grupamentos de atividades analisados pela PNAD Contínua e ficou estável em dois. A ocupação em Alojamento e alimentação caiu 23,2%, com menos 1,1 milhão de pessoas empregadas. Também houve queda na Indústria (- 8%), o que representou cerca de 916 mil pessoas a menos.

Construção (queda de 9,5%, ou menos 559 mil pessoas) e Comércio (9,7%, ou menos 1,6 milhão de pessoas) apresentaram quedas menores do que em junho, quando registraram reduções de 16,6% e 10,9%, respectivamente. “Essa queda menor pode indicar um retorno de trabalhadores nesses setores, que foram beneficiados com a flexibilização da quarentena. Por exemplo, algumas obras interrompidas já voltaram e o comércio informal também”, explica a analista.

Informalidade diminui e trabalho doméstico chega ao menor nível da série

A taxa de informalidade chegou a 37,4% da população ocupada (o equivalente a 30,7 milhões de trabalhadores informais). No trimestre anterior, a taxa fora de 38,8% e, no mesmo trimestre de 2019, de 41,3%.

Também atingindo o menor patamar da série histórica da PNAD Contínua, o número de trabalhadores domésticos chegou a 4,6 milhões de pessoas, queda de 16,8% (ou 931 mil pessoas) frente ao trimestre anterior, e de 26,9% (ou 1,7 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2019. “A trajetória ainda é de queda”, explica a especialista, “mas a redução é menor do que a do trimestre encerrado em junho, quando foi de 21% frente ao trimestre anterior”, finaliza Beringuy.

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