População negra sofre preconceito, está sujeita a mais violência e salários mais baixos
Amanhã (20) é dia da Consciência Negra, e para muito além do feriado na maioria das cidades do País está a reflexão sobre as condições dessa população e a necessidade de se buscar caminhos para a igualdade de oportunidades. Os jovens negros morrem mais vitimados pela violência; os adultos negros ganham menos na comparação com pessoas brancas e, no caso das jovens e adolescentes, a situação é ainda pior.
As mulheres pretas ou pardas continuam na base da desigualdade de renda no Brasil. No ano passado receberam, em média, menos da metade dos salários dos homens brancos (44,4%), que ocupam o topo da escala de remuneração no País. Atrás deles estão as mulheres brancas, que possuem rendimentos superiores não apenas aos das mulheres pretas ou pardas, como também aos dos homens pretos ou pardos, segundo dados da pesquisa Desigualdades Sociais por Cor ou Raça publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 13.
O estudo aponta ainda como a desigualdade está presente na distribuição de cargos gerenciais: somente 29,9% deles são exercidos por pessoas pretas e pardas. Quanto mais alto o salário, menor é o número de pessoas pretas e pardas que ocupam esses postos.
Censo - No caso dos bancários, edições anteriores do Censo da Diversidade já demonstraram esse abismo. No primeiro censo apenas 19,5% dos trabalhadores eram negros ou pardos e ganhavam, em média, 84,1% do salário dos brancos; no segundo houve avanço no número de empregados - 24,7% dos entrevistados assim se declararam. No entanto, não há ainda indicador específico que revele a situação das mulheres negras nas instituições bancárias.
Para participar desse terceiro censo ainda há tempo, já que a data final é 29 de novembro. E quanto mais gente responder à pesquisa, maior será a quantidade de dados disponíveis para elaboração de estratégias, políticas e reivindicações que propiciem a igualdade de oportunidades, inclusive para homens e mulheres negras. Acesse https://diversidade.febraban.org.br/.