Modelo defendido por Bolsonaro e Guedes levou povo chileno às ruas
O plenário do Senado Federal aprovou no dia 22 de outubro, em segundo turno, por 60 votos a 19, a Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, a reforma da Previdência. Ela foi concebida sob a orientação do ministro da Economia Paulo Guedes, cujo ideário se sustenta em condições análogas à previdência do Chile, país que hoje vive grandes confrontos sociais pelo empobrecimento de sua população.
Um dos principais pilares e inspiração do texto da reforma, a capitalização foi implementada no Chile a partir da era do ditador Augusto Pinochet. No Brasil foi retirada da proposta na Câmara, mas a oposição acredita que novas investidas serão feitas para tentar trazer essa ideia ao debate no Legislativo e literalmente privatizar o sistema previdenciário brasileiro, entregando a seguridade ao capital privado; ou seja, os bancos.
“A aprovação dessa reforma é um marco muito negativo na vida dos trabalhadores brasileiros. Piora o tempo para aposentadoria, o valor dos benefícios, e acaba com direitos que propiciavam melhores condições previdenciárias e da seguridade social. É fundamental que todos fiquem conscientes dos votos que a aprovaram, e nunca mais elejam essas pessoas como seus representantes”, destaca o diretor de Comunicação do Sindicato, Otoni Lima.
ALÍQUOTAS - A partir de 1º de fevereiro de 2020 servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada com salários mais altos pagarão mais à Previdência. As novas alíquotas progressivas para a Previdência vão de 7,5% a 14% e, em casos especiais, de servidores que ingressaram na carreira até 2013 e têm direito à aposentadoria com valor maior que o teto do INSS (hoje em R$ 5.839,45), continuam avançando até chegar a 22%. Quem ganha até R$ 2,5 mil mensais terá desconto menor.
ALÍQUOTAS POR FAIXA SALARIAL (%)
SETOR PRIVADO
Até 1 salário mínimo - 7,5
R$ 998,01 a R$ 2.000 - 7,5 a 8,25
R$ 2.000,01 a R$ 3.000 - 8,25 a 9,5
R$ 3.000,01 a R$ 5.839,45 - 9,5 a 11,68