Fala durou 32 minutos, foi agressiva e com cunho ideológico
Antes que os 32 minutos de discurso do presidente Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU terminassem, no último dia 24, a internet já estava dominada pela hashtag #Bolsonaro EnvergonhaoBrasil. Com uma fala agressiva, de cunho ideológico, ele chocou brasileiros e estrangeiros de diferentes correntes políticas e setores, que se revezaram na redes sociais para demonstrar contrariedade.
Com palavras sob medida para manter coesa sua base ainda fiel no Brasil (hoje apenas 30% da população), o ultradireitista desafiou críticos no cenário doméstico e mundial, pregou contra o “socialismo” e reivindicou o golpe de 1964 como uma vitória contra a influência comunista cubana. Indiferente a boicotes globais ao agronegócio brasileiro, defendeu sua política para a Amazônia e criticou a destinação de terras aos povos indígenas - tudo isso, é bom lembrar, em meio à crise de imagem causada pelas queimadas recordes na floresta. Para Roberto Abdenur, ex-embaixador brasileiro em Washington, o discurso só não piorou a imagem do Brasil porque ela “já está no chão”.