Aumentar tempo de contribuição não combate privilégios
A reforma da previdência aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados no último dia 10 vai aumentar a desigualdade socioeconômica no Brasil. Esta constatação foi feita por vários economistas de diversos países, que afirmam ainda, que o aumento do tempo de contribuição não significa combater privilégios, mas sim, aumenta significativamente as desigualdades.
O trabalhador brasileiro começa a trabalhar cedo e não conseguem contribuir o tempo mínimo para garantir ao menos a aposentadoria parcial. A reforma acaba com a regra atual de somar o tempo de contribuição com a idade do trabalhador para considerar o valor do benefício – 86 para mulheres (com 30 anos de contribuição) e 96 para homens (35 anos de contribuição). E transforma a aposentadoria por idade no principal critério, ao adotar 65 anos para os homens e 62 para as mulheres.
A votação em 2º turno no Plenário da Câmara dos Deputados será após o recesso legislativo no início de agosto, depois seguirá para análise e votação no Senado. O Senado pode, ainda, aprovar um texto diferente. Se isso acontecer, ele volta para a Câmara. “A mobilização dos trabalhadores deve ser intensificada pois a grande maioria não conseguirá se aposentar com essas alterações, principalmente a questão de manter a idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato.
Além de aumentar a desigualdade a reforma da Previdência não promoverá crescimento econômico, nem geração de empregos. A análise é do ex-ministro da Previdência, Ricardo Berzoini, que explica: “a reforma da Previdência vai retirar dinheiro de circulação, porque os trabalhadores, aposentados e pensionistas terão menor renda para consumir”.
Para o ex-ministro, ainda que o governo volte a investir, o que ele acha muito difícil, não haverá recuperação econômica, pois quem tinha padrão de consumo maior, agora com salários e aposentadoria menores, não vai ter poder de compra e, consequentemente, haverá uma queda da renda interna do país.
Mobilização
Para repetir as grandes mobilizações que a CUT, demais centrais, UNE e movimentos sociais vêm fazendo desde abril contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 06/2019 e cortes na educação, a CUT decidiu se somar à mobilização da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) no dia 13 de agosto, Dia Nacional de Mobilização, Paralisações, Assembleias e Greves Contra a Reforma da Previdência, em Defesa da Educação Pública e por Empregos.