Reforma não combate privilégios e prejudica os trabalhadores, principalmente os mais pobres
A Câmara aprovou na noite desta terça-feira (10), em primeiro turno, o texto principal da proposta da reforma por 379 votos a favor e 131 contra. Eram necessários pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados). O texto será agora submetido ao segundo turno de votação.
“Essa reforma absurda acaba de vez com a aposentadoria e com os direitos dos trabalhadores, principalmente os mais pobres, pois privilegia o poder econômico”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato.
Além de prejudicar o trabalhador a aprovação da reforma está custando caro aos brasileiros. Bolsonaro jogou pesado e com muito dinheiro dos cofres públicos para garantir os votos favoráveis. Somente em julho e às vésperas da votação, o governo liberou mais de R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares distribuídas cirurgicamente para beneficiar os deputados aliados, segundo apuração da ONG Contas abertas e dados oficiais. O presidente também gastou R$ 40 milhões em propaganda enganosa e maciça veiculada nos horários nobres de rádio e televisão para convencer a população de que essa proposta é necessária.
O segundo turno da votação do texto principal pode ocorrer até o final desta semana, de acordo com o presidente da Câmara. O Congresso entra em recesso em 18 de julho. Entre cada turno é preciso um intervalo de cinco sessões do plenário. Mas esse prazo pode ser derrubado, caso seja aprovado um requerimento pedindo isso. Depois, se aprovado, o texto vai para análise do Senado.
O Sindicato em conjunto com a CUT e demais centrais sindicais, com o apoio das Frentes (Brasil Popular e Povo Sem Medo) e movimentos sociais, fizeram duas greves gerais com quase 100 milhões de trabalhadores, manifestações gigantescas, e diversas formas de enfrentamento para barrar a reforma da Previdência. “A nossa mobilização contra essa reforma deve aumentar. É necessário continuar pressionando os parlamentares, principalmente os senadores e mostrar para a população o absurdo que esse governo está fazendo com os trabalhadores”, finaliza Belmiro.