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Agências físicas perdem espaço, mas é preciso manter o emprego

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Bancos e fintechs apostam no meio digital, mas modelo físico ainda é importante, assim como é fundamental o respeito a seus trabalhadores

As transformações tecnológicas atingem em cheio os bancos, cada vez menos inclinados a investir em agências físicas e mais propensos ao mundo digital. A agência física, até então sinônimo de abrangência nacional para medir o tamanho de um banco, já é tratada como ´patinho feio´ em campanhas publicitárias de bancos digitais e fintechs, como destaca o jornal Valor Econômico em sua edição desta terça, 4.

Embora ainda importantes as agências físicas já são vistas como um custo desnecessário e um modelo ultrapassado. “Têm um custo alto, inclusive por conta das legislações municipais a respeito de segurança. Mas ainda são importantes na captação de negócios, especialmente no interior e em cidades menores”, declarou ao jornal um executivo de instituição financeira tradicional, lembrando o caso de Barão de Cocais, em MG, onde a possiblidade de rompimento de barragem da Vale fez com que o atendimento nas agências bancárias fosse temporariamente suspenso, causando paralisação na economia da região.

De acordo com levantamento da Deloitte feito para a Febraban o Brasil tinha no ano passado 21,6 mil agências tradicionais, em comparação com 23,4 mil em 2016 (queda de 7,7%). Desse total, 52% na região Sudeste e só 5%, na Norte. Para a segurança dessas agências, segundo a Febraban, o setor emprega 68 mil vigilantes e gasta R$ 9 bilhões ao ano. A agência física, assim, passou a ser uma ´desvantagem competitiva´: os custos de um banco digital seriam cerca de 80% menores do que os de um banco tradicional.

Segundo dados da Deloitte, das 78,9 bilhões de transações bancárias de 2018, 40% foram realizadas pelo celular (10% em 2014), e o aparelho telefônico já responde por 8 vezes mais transações do que as agências de banco. O internet banking respondeu por 20% das transações (37% em 2014) e, as agências por apenas 5%.

“Há uma tendência que observamos no setor bancários de fechamento das agências físicas, e isso tem se acelerado”, aponta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, lembrando que não há como deter o avanço tecnológico em todos os setores produtivos. “No entanto, os bancos devem requalificar e realocar seus funcionários, e não simplesmente descarta-los nesse processo de mudanças”, acrescenta, lembrando que a luta do Sindicato é pela manutenção do emprego.

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