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Número de bancários doentes dispara em oito anos; transtorno mental cresce 61,5%

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Quando o trabalho se torna insano

insanoA categoria bancária já liderou as estatísticas de afastamento por Lesões por Esforços Repetitivos (LER), mas esse recorde hoje é ainda pior. São os transtornos mentais que, nos últimos anos, mais tiram o bancário do trabalho.
Dados obtidos no INSS pelo Seeb SP revelam que de 2009 a 2017 a quantidade de trabalhadores de bancos afastados por transtornos mentais cresceu 61,5% e o total de afastados aumentou 30%. No entanto o número absoluto de adoecidos pode ser ainda maior, devido à subnotificação.

“É um crescimento assustador. E entre os motivos certamente estão aqueles que o movimento sindical denuncia diariamente: sobrecarga de trabalho, pressão para o cumprimento de metas abusivas e assédio moral para aumentar o lucro cada vez maior das instituições financeiras”, aponta a secretária de Saúde do Sindicato, Adma Gomes.

O aumento no total de afastados foi muito maior do que o crescimento de trabalhadores bancários. Em 2009 a categoria bancária somava 462 mil trabalhadores. Oito anos depois passou para 467 mil, aumento de 1%. Já os bancos respondem por apenas 1% dos empregos no Brasil, mas foram os responsáveis por 5% do total de afastamentos por doença no País entre 2012 e 2017.

Estudo revelador - Pesquisa divulgada no ano passado pela Fenae revela que um em cada três empregados da Caixa diz ter apresentado problema de saúde em decorrência do trabalho nos últimos 12 meses. Entre esses 10,6% relataram depressão, e as doenças psicológicas ou por estresse representaram 60,5% dos casos. É um recorte que confirma a situação geral da categoria.

Dos que tiveram problemas 53% precisaram recorrer a algum medicamento. Os remédios mais usados foram os antidepressivos e ansiolíticos (35,3%), anti-inflamatórios (14,3%) e analgésicos (7,6%). Muita gente também falou sobre suicídio. Entre os entrevistados, 46,9% tiveram conhecimento de algum episódio entre empregados da Caixa. E mais da metade (51,7%) dos entrevistados conhece colegas que passaram por sofrimento contínuo em virtude do trabalho.

Descaso - Desde 2016, quando Michel Temer tomou o poder, o governo federal vem anulando auxílios previdenciários e aposentadorias. Entre os mais prejudicados estão aqueles que não apresentam sequelas aparentes, como é o caso das pessoas que sofrem de doenças psicossomáticas.

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