Programas foram implementados sem participação de trabalhadores e causam transtornos no dia a dia
O Sindicato vai enviar uma consulta aos bancários do Itaú com questões sobre os programas Ação Gerencial Itaú para Resultado (AGIR) e o Score de Qualidade de Venda (SQV). O envio será via e-mail e WhatsApp e também pode ser acessado clicando aqui.
A decisão de realizar o estudo foi tomada em julho passado, após reunião da A COE (Comissão Organizada dos Empregados dos bancários do Itaú-Unibanco).
A COE atua junto com a Contraf-CUT e seus sindicatos, e sempre cobra do banco que abra o diálogo e negociações sobre os dois programas. Com a atuação da COE vários avanços já foram conquistados para os bancários - como exemplo, a redução da cobrança de metas de 12 para 11 meses no AGIR.
O Itaú-Unibanco foi um dos pioneiros na utilização de ferramentas de Gestão Organizacional fundamentadas em avaliações por resultados e qualidade. O AGIR é a maior ferramenta desse tipo dentro da instituição. Mais recentemente, o banco lançou um Programa de Qualidade Total denominado SQV, que serve, segundo a empresa, para avaliar o comportamento das vendas realizadas pelos bancários.
Só que, assim como o AGIR, o SQV foi implementado sem participação alguma dos trabalhadores e trabalhadoras, o que faz com que esses programas entrem em conflito com o trabalho real; ou seja, o dia a dia dos funcionários. “E isso vem ocasionando transtornos decorrentes de avaliações e penalizações injustas; demissões injustificadas e até mesmo adoecimentos” aponta Adma Gomes, secretária de Saúde e Condições de Trabalho e coordenadora do GT de Saúde da COE Itaú-Unibanco
Na reunião da COE de 24 de julho desse ano uma das pautas foi o SQV. O objetivo era entender por que tantos trabalhadores estão sendo penalizados após a implantação do sistema, muitas vezes sem ao menos saber o motivo da punição. Os trabalhadores também questionaram a falta de transparência e reclamaram de problemas de saúde que podem ser gerados pelo programa de avaliação de qualidade dos serviços implantado pelo banco, devido à pressão para o cumprimento de metas e pelo risco de demissão. E foi então que surgiu a ideia da pesquisa.
“Não somos contrários a inibição de vendas casadas e fraudulentas aos clientes. No entanto, acreditamos que um programa que não leva em consideração os sujeitos que estão na ponta do processo de atendimento ao cliente, as metas implementadas e o trabalho real, chegando a ponto de entrar em conflito com os mesmos, acaba ocasionando transtornos, injustiças e adoecimentos, consequências essas já relatadas pelos bancários”, aponta Adma, lembrando que a pesquisa será um importante subsídio para um conhecimento aprofundado dos problemas que essa ferramenta vem gerando e na busca de soluções.