Bancos têm plena condição de oferecer aumento real e garantias, mas só apresentaram repasse da inflação
A categoria bancária do ABC realizou na noite de quarta, 8, assembleia para avaliar a contraproposta econômica apresentada pelos bancos na sexta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários. A proposta foi rejeitada pelos bancários, já que está muito abaixo do índice reivindicado, não contempla outras questões fundamentais para a categoria e fica muito aquém da capacidade dos bancos, que estão no topo dos setores lucrativos da economia brasileira. Os trabalhadores e trabalhadoras aprovaram a participação no DIA DO BASTA, sexta-feira, 10, com paralisações parciais até o meio dia e utilização de uma peça de roupa vermelha, para demonstrar toda a indignação. Também será realizada assembleia de rua, com intervenções lúdicas.
A proposta dos bancos foi de um acordo de quatro anos, com reposição da inflação a cada data-base da categoria (1º de setembro). Para este ano o reajuste seria de 3,90% (projeção do INPC entre 1º de setembro de 2017 e 31 de agosto de 2018) nos salários, pisos e demais verbas, como PLR, VA, VR e auxílio-creche/babá. Os bancos também querem alterar cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria para, segundo eles, ´garantir segurança jurídica´, mas sequer apresentaram a redação destas modificações.
“Os bancários seguiram a orientação do Comando e rejeitaram essa proposta. É evidente que os bancos podem oferecer muito mais, pois só no ano passado os cinco maiores lucraram, juntos, quase R$ 78 bilhões, um aumento de 33,5%. Para esse setor não houve nem há crise”, destaca o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira.
A categoria bancária reivindica reajuste salarial com 5% de aumento real, repasse da inflação, PLR de três salários mais R$ 8.546,64, piso salarial do Dieese (R$ 3.747,10), vales alimentação, refeição, 13º, cesta e auxílio-creche/babá e 14º salário.
As assembleias ocorreram por todo o País, já que a campanha nacional é unificada. Bancários da Caixa e BB também recusaram as propostas apresentadas por esses bancos (veja mais no nosso site). Uma série de atividades de mobilização deve ser iniciada na região e por todo o País para garantir avanço e uma nova proposta dos banqueiros. A próxima negociação com a Fenaban ocorre em 17 de agosto.
Clique aqui para ver o álbum de fotos da Assembleia (crédito: Dino Santos)