Com o fim da ultratividade, CCT só é válida até 31 de agosto; negociação nesta quarta, 1, debaterá cláusulas econômicas: lucros cada vez mais altos dos bancos deixam claro que podem sim dar aumento real e PLR maior
A nova lei trabalhista acabou com a ultratividade, princípio que garantia a validade de um acordo até a assinatura de outro. E essa é mais uma preocupação da categoria na Campanha 2018. Por isso, os bancários cobraram da Fenaban que assinasse um pré-acordo garantindo a ultratividade da CCT após 31 de agosto, quando acaba a validade. A resposta foi que, até o final do calendário de negociações, já haveria uma proposta final, mas quatro rodadas já ocorreram e os bancos não deram respostas concretas à maioria das reivindicações.
A última mesa agendada é para esta quarta, 1º de agosto, e debaterá cláusulas econômicas. A categoria deve estar mobilizada para defender todos os direitos contidos na CCT; sua validade a todos, independentemente da remuneração do bancário; garantia dos empregos e valorização com aumento real e PLR maior. Afinal, todos sabem que os bancos têm lucros cada vez maiores, mesmo na crise. E nada mais justo que repasse parte desse desempenho com aumento real nos salários e demais verbas e PLR maior.
Basta checar alguns números para comprovar na ponta do lápis que os bancos podem oferecer aumento real. Em 2017, os cinco maiores (Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa) lucraram, juntos, R$ 77,4 bilhões, crescimento de 33,5% em relação a 2016. Só no primeiro trimestre deste ano os mesmos cinco já atingiram R$ 20,6 bi em lucro, 20,4% a mais do que no mesmo período de 2017.
BB e Caixa - Paralelamente às rodadas de negociação com a federação dos bancos que discutem a pauta geral da categoria para renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)-, os representantes dos bancários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal realizam mesas de negociação com as direções dos respectivos bancos para debater pautas específicas dos trabalhadores de cada uma das instituições financeiras e a renovação dos respectivos acordos coletivos aditivos à CCT.
A quarta mesa com a Caixa será no dia 2 de agosto, e voltarão a ser debatidos os temas relacionados ao Saúde Caixa, o fim do descomissionamento de gestantes, garantias contra as ameaças da nova lei trabalhista, PLR e PLR Social. A quarta mesa com o Banco do Brasil será no dia seguinte, 3 de agosto.
Fonte: SP Bancários, com edição