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´Lucrão´ para poucos, demissão para muitos

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Esse é o modus operandi dos bancos no Brasil: trabalho dos bancários resultou em crescimento de 20,4% nos ganhos dos cinco maiores, mas mais de 17 mil perderam seus empregos

Muito trabalho, resultados excelentes e, no final de tudo, demissão. Assim atuam os bancos no Brasil. De acordo com a Pesquisa de Emprego Bancário (PEB) do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada no último dia 2 pela subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as instituições financeiras fecharam 17.711 postos de trabalho no Brasil entre janeiro e novembro de 2017. O saldo negativo foi 53,7% superior em relação ao mesmo período em 2016.

O balanço dos cinco maiores bancos, no entanto, aponta que entre janeiro e setembro de 2017, o lucro de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander foi da ordem de R$ 54,1bilhões, aumento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2016. Mas esses mesmos bancos extinguiram milhares de postos de trabalho e fecharam agências em 2017. Ou seja, poucos seguem ganhando muito à custa dos trabalhadores. Os banqueiros apoiaram o golpe e tiveram como prêmio o desmonte na legislação trabalhista, facilitando a vida dos maus empregadores. 

Maiores impactos – São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados mais impactados pelos cortes, com fechamento de 5.186, 2.965 e 1.969 postos, respectivamente. Apenas a Paraíba apresentou saldo positivo no emprego bancário, com 74 postos abertos no período. O Acre teve o saldo zerado e os demais estados apresentaram saldo negativo no período.

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os “Bancos múltiplos com carteira comercial”, categoria que engloba instituições como, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, foi responsável pelo fechamento de 10.541 postos entre janeiro e novembro de 2017. A Caixa respondeu pelo fechamento de 6.878 postos no mesmo período, em função de novo PADV implantado em julho de 2017.

Faixa etária – A extinção de postos de trabalho nos bancos atingiu, principalmente, trabalhadores na faixa etária entre 50 a 64 anos, com fechamento de 15.101 postos de trabalho. Esse dado é indicativo do resultado dos PADVs, anunciados em julho pela Caixa e pelo Bradesco por se destinarem a bancários aposentados ou em vias de se aposentar. Os bancários mais jovens - faixa etária entre 18 a 24 anos – representam a maioria dos postos de trabalho criados (7.317 postos).

Desigualdade – As 11.412 mulheres admitidas nos bancos entre janeiro e novembro de 2017 receberam, em média, R$ 3.460,78. Esse valor correspondeu a 71,8% da remuneração média auferida pelos 11.763 homens contratados no período. Constata-se a diferença de remuneração entre homens e mulheres também nos desligamentos. As 21.071 mulheres desligadas dos bancos recebiam, em média, R$ 6.525,09, o que representou 76,9% da remuneração média dos 19.815 homens desligados dos bancos no período.

 

Fonte: Seeb SP, com edição

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