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Ainda nesta tarde, foram assinados os acordos aditivos específicos com o Banco do Brasil, com a Caixa, com o BNB, com HSBC e com o Itaú.

[caption id="attachment_9483" align="alignright" width="567"]IMG-20151104-WA0016 Belmiro Moreira, presidente do Sindicato, assina Convenção Coletiva de Trabalho 2015/2016[/caption]

A Contraf-CUT, federações e sindicatos assinaram com a Fenaban nesta terça-feira (3), em São Paulo, a 24ª Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), resultado de 21 dias de paralisação que garantiu reposição integral da inflação e aumento real. Ainda nesta tarde, foram assinados os acordos aditivos específicos com o Banco do Brasil, com a Caixa, com o BNB, com HSBC e com o Itaú.

"Apesar de que nesse ano enfrentamos uma conjuntura absolutamente desfavorável, a união dos bancários fez com que o Acordo Coletivo de Trabalho que assinamos ontem trouxe avanços para os bancários de bancos públicos e privados de todo o país. Isso só foi possível porque a categoria se mobilizou e demonstrou união nos protestos contra os descasos dos banqueiros”, disse Belmiro Moreira, presidente do Sindicato.

Os sindicatos do Brasil assinaram um acordo, no qual foi evitado que o salário fosse reduzido e os bancários conseguiram manter um ciclo de ganho real. A  pedida era 5,7% de aumento real, não conquistado, mas o que seria para a categoria se o reajuste tivesse sido os 5,5% apresentados inicialmente pelos banqueiros, um desastre. A unidade e a determinação evitaram este desastre. Foi uma luta heroica para manter o acúmulo de conquistas para a campanha do ano que vem. Para isso, nos organizamos e a próxima será melhor, como a última foi mais heroica que a anterior.

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As conquistas dos bancários na Campanha 2015

Reajuste: 10%.

Pisos: Reajuste de 10%.

- Piso de portaria após 90 dias: R$ 1.377,62

- Piso de escriturário após 90 dias: R$ 1.976,10

- Piso de caixa após 90 dias: R$ 2.669,45 (que inclui R$ 470,75 de gratificação de caixa e R$ 222,60 de outras verbas de caixa).

PLR regra básica: 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79, limitado a R$10.845,92. Se o total apurado ficar abaixo de 5% do lucro líquido, será utilizado multiplicador até atingir esse percentual ou 2,2 salários (o que ocorrer primeiro), limitado a R$ 23.861,00.

PLR parcela adicional: 2,2% do lucro líquido distribuídos linearmente, limitado a R$ 4.043,58.

Antecipação da PLR até 10 dias após assinatura da Convenção Coletiva: na regra básica, 54 % do salário mais fixo de R$ 1.213,07 limitado a R$ 6.507,55. Da parcela adicional, 2,2 % do lucro líquido do primeiro semestre, limitado a R$2.021,79.  O pagamento do restante será feito até 01 de março de 2016.

Auxílio-refeição: de R$ 26 para R$29,64 por dia.

Cesta-alimentação: de R$ 431,16 para R$ 491,52

13ª cesta-alimentação: de R$431,16 para R$491,52

Auxílio-creche/babá: de R$ 358,82 para R$ 394,70 (para filhos até 71 meses). E de R$ 306,96 para R$ 337,66 (para filhos até 83 meses).

Requalificação profissional: de R$ 1.227,00 para R$1.349,70

Saúde – A Fenaban apresentou um termo de entendimento a ser assinado entre os cinco maiores bancos e o movimento sindical para tratar de ajustes na gestão de pessoas das instituições para prevenir os riscos de conflitos no ambiente de trabalho.

Fonte: Contraf-CUT

A campanha nacional 2015 da categoria bancária foi marcada por uma forte greve em todo o Brasil, com duração de 21 dias (14 úteis). No Grande ABC, participaram do movimento 6.115 trabalhadores, com 353 agências fechadas, um resultado extremamente positivo se considerado que a região tem, no total, cerca de 7 mil bancários em 400 agências. Para o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, essa participação expressiva reflete um amplo trabalho de mobilização da entidade iniciado bem antes da greve, e foi fundamental para evitar retrocessos. Mas ainda há muita luta pela frente, especialmente para garantir e manter o emprego no setor. Leia, abaixo, a íntegra da entrevista do presidente do Sindicato ao NB: Notícias Bancárias: Qual é sua avaliação da campanha 2015? Belmiro: A campanha foi muito positiva, nacionalmente, porque vivemos um momento em que muitas categorias têm dificuldade em conquistar até mesmo o repasse da inflação. Há setores que realmente enfrentam crise, mas esse não é o caso do financeiro, embora essa desculpa tenha sido usada. Os banqueiros tentaram reduzir nosso patamar de conquistas, mas os bancários reagiram e eles tiveram que recuar. NB: O que aconteceria se nesse ano não fosse conquistado aumento real? Belmiro: Além da perda evidente no poder de compra, isso significaria que em 2016 teríamos que iniciar a campanha já num patamar menor, com mais dificuldade para conquistar o mínimo possível. Não ter o repasse da inflação nem nada de aumento real significaria retroceder a um tempo em que os salários estavam sempre defasados. Além disso, seria quebrada uma cultura que já temos há 11 anos, de sempre garantir aumento real. Um ciclo que não podemos permitir que seja interrompido. NB: E no caso específico do Grande ABC, qual sua avaliação? Belmiro: Fico feliz com o resultado da paralisação na região, e quero agradecer a participação de cada bancário. Envolvemos mais de seis mil trabalhadores na greve, mas é importante lembrar que nossa mobilização começou muito antes, com reuniões nas agências para abordar a campanha salarial. Fizemos paralisações rápidas para realizar esses encontros, que foram fundamentais para dar estrutura à categoria quando a greve chegou. Uma greve que, é preciso destacar, não foi escolha dos bancários, mas sim dos banqueiros, que se mantiveram intransigentes durante a negociação. É verdade que o percentual de nosso aumento real não é o que desejamos, mas conseguimos manter o repasse. NB: E agora que a campanha acabou o que os bancários do ABC podem esperar do Sindicato? Belmiro: Bem, há ainda negociações específicas em alguns bancos, como por exemplo a luta pela bolsa-educação no Bradesco. E uma luta mais ampla, na qual estamos engajados desde o início dessa gestão no Sindicato, que é pela a garantia e manutenção do emprego. A categoria bancária corre o risco do desemprego especialmente pela questão das novas plataformas digitais e, além disso, já existe hoje uma grande rotatividade. Os banqueiros lucram muito, não perdem, e precisam ter responsabilidade social. Do ponto de vista macro, insistimos que é preciso mudar a política econômica, pois a taxa de juros alta retém o crédito, inclusive para as micro e pequenas empresas. O País precisa de uma economia forte, mas tendo sempre como premissa que quem faz sua riqueza são os trabalhadores, que não podem ser prejudicados.        

A Contraf-CUT assinou, na tarde desta terça-feira (3), em São Paulo, o Termo de Entendimento com o HSBC referente ao acordo da Campanha Nacional 2015, que garante o pagamento de gratificação especial no valor de R$ 3 mil.

A coordenação do Comando Nacional dos Bancários conseguiu garantir em negociação com o banco, o pagamento da gratificação de R$ 3 mil diante de um quadro em que o banco está saindo do Brasil e, além disso, ofereceu uma PLR aos trabalhadores pequena, em torno de R$ 250.

O banco, que vai encerrar suas atividades no Brasil, vai cumprir o acordo com a Fenaban e vai pagar a PLR para seus funcionários. Os bancários conseguiram ainda, apesar do lucro muito baixo da instituição financeira, além da participação do resultado – mesmo que pequena, negociar uma gratificação de R$ 3 mil. Isso é um ganho extraordinário da unidade dos trabalhadores do HSBC.

A união dos trabalhadores conseguiu arrancar uma gratificação nos moldes do ano passado graças à forte luta dos sindicatos e da Contraf-CUT, foi possível arrancar uma gratificação de 3 mil reais. Lamentavelmente, ao longo dos anos, quando chegava no período de pagamento de PLR e PPR, o HSBC sempre supervalorizava seu provisionamento ao apresentar o seu balanço, diferente do restante dos outros bancos. Desta maneira os altos executivos do banco sempre recebiam grandes bônus na participação dos lucros da instituição e o restante dos trabalhadores deixavam de receber. Por isso, mais uma vez, a forte mobilização garantiu esta conquista. O principal viés agora, durante o processo de encerramento das atividades no Brasil, é a luta pela garantia de empregos.

Em até dez dias após a data de hoje (3), da assinatura do termo, o pagamento da gratificação deve vir junto com a antecipação da Participação nos Lucros Resultados. O valor será pago a todos os funcionários entre os níveis 13 e 24, excetuados os níveis de gestão que têm direito a PPR. Segundo o HSBC, 71% dos bancários receberão os R$ 3 mil.

Clique aqui e veja a íntegra do Termo de Entendimento do HSBC.

A assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho do Itaú que foi assinada pela Contraf-CUT nesta terça-feira (3), em São Paulo, garantiu aos funcionários da instituição financeira o PCR (Programa Complementar de Resultado) no valor de R$ 2.285,00. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco, no final de 2015, seja maior que 23%, o PCR subirá, em 2016, para R$ 2.395,00.

Em até dez dias após a assinatura será realizado o pagamento do PCR junto com a antecipação da PLR, da renovação da Convenção Coletiva de Trabalho. O valor será alterado em 2016 conforme o índice de reajuste salarial da categoria.

O PCR significa para os funcionários do Itaú uma importante conquista obtida desde 2003. Os bancários conseguiram um bom acordo diante de uma forte campanha realizada pelos trabalhadores do banco.

Vale destacar que o Programa Complementar de Resultados não tem desconto da PLR conquistada na Campanha 2015, como ocorre com outros programas próprios de remuneração, como o Agir.

Bolsas de Estudo - Outro avanço importante foi o reajuste das bolsas de estudos do Itaú. Os valores serão de R$ 365,00 cada, em 2016, e de R$ 390,00 em 2017 do total de 5 mil bolsas de estudo. Os valores podem ser utilizados, além da primeira graduação, para pós ou segunda graduação

Projeção do Dieese aponta incremento nacional de R$ 11,2 bilhões

economiaO impacto na economia do Grande ABC com o reajuste salarial (10%), tíquetes (14%) e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da categoria bancária deve chegar a R$ 134,9 milhões. A projeção foi feita pelos técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

Para o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, esse resultado é expressivo e só vem confirmar que a luta dos bancários por um reajuste que contemplasse a inflação e aumento real mantém às conquistas da categoria. “Se tivéssemos aceitado os 5,5% iniciais oferecido pela Fenaban os salários seriam arrochados e o impacto na economia seria recessivo, pois o setor financeiro é altamente lucrativo. Os bancos restringem o crédito e especulam com a alta taxa de juros (Selic) e cobram tarifas abusivas. Nesse momento em que o fim de ano se aproxima, a injeção do ganho real mais a PLR dos bancários ajuda a fomentar a economia, aumentando o consumo, o setor de serviços e comércio ganham com isso e, consequentemente, a economia também, pois com esses setores em alta, aumentam as contratações gerando emprego e renda aos trabalhadores”, aponta.

O estudo do Dieese também fez a análise por item: só os 10% aplicados nos salários devem representar R$ 44,5 milhões para a economia da região; a PLR, R$ 77 milhões em 12 meses (sendo R$ 34,2 milhões relativos à antecipação da primeira parcela) e R$ 11,8 milhões anuais com os 14% aplicados nos tíquetes refeição e alimentação.

Nacional – Os reajustes conquistados significam um incremento anual de cerca de R$ 11,2 bilhões na economia brasileira, segundo a projeção do Dieese. Desse montante, R$ 6,04 bilhões são referentes ao pagamento da PLR, sendo que R$ 2,4 bilhões já devem ser distribuídos na antecipação.

As diferenças salariais anuais devem injetar R$ 4,240 bilhões na economia do País, sem contar os reflexos em FGTS e aposentadorias. E as diferenças nos auxílios refeição e alimentação um impacto anual de R$ 894 milhões na economia.

 

Para Roberto von der Osten, unidade nacional, mobilização e luta marcaram a maior greve da categoria Considerada uma grande vitória política dos trabalhadores, o reajuste de 10% e outras conquistas dos bancários não vieram por livre e espontânea vontade dos patrões. A pressão popular dos trabalhadores, na maior greve nacional da categoria, foi fundamental para mudar os rumos das negociações da Campanha Nacional 2015. A Federação Nacional do Bancos (Fenaban) usou o argumento da crise econômica que o País vive ultimamente na primeira rodada de negociação. A entidade que representa os banqueiros ofereceu 5,5 % de reajuste salarial. “Nada além deste reajuste, que na verdade seria uma perda salarial de 4,15%, já que a inflação do período negociado foi de 9,88%”, explicou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, o Betão . “Numa assembleia unificada no começo do mês de setembro, todos os sindicatos rejeitaram esta proposta e pediram uma nova negociação que fosse coerente com o lucro dos bancos, 36 bilhões no primeiro semestre deste ano”, explicou. A reivindicação da categoria era a reposição da inflação mais 5,7% de aumento real. “Era pouco comparando com o lucro”, complementou Betão, como é chamado o presidente. Com o silêncio e o descaso da Fenaban, os trabalhadores decidiram fazer a greve. Para saber mais detalhes sobre esta luta, o Portal da CUT fez uma entrevista especial com o presidente da Contraf-CUT. Confira: Como foram as negociações com a Fenaban? Fizemos rodadas bem difíceis de negociação com a Fenaban e os representantes dos bancos públicos. Conseguimos elevar primeiro para 7,5% sem abono, depois com 8,75% e depois na quinta rodada foi que conseguimos avançar para 10% de reajuste no salário e 14% nos benefícios, como vale alimentação e refeição. Conseguimos negociar com os bancos que os 21 dias de greve, será feita uma recompensação de uma hora a mais de trabalho até 15 de dezembro deste ano, a partir da data de assinatura da convenção. E o Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 90% do salário. Além da parte financeira, considerado um outro grande avanço, foi o acordo com os maiores bancos públicos e privados, de um programa que vai tratar sobre a saúde do trabalhador. A categoria tem o maior número de adoecimento por transtorno mental. A causa está ligada ao assédio moral para o cumprimento de metas abusivas. Qual foi a avaliação da greve feita pelo Comando Nacional dos Bancários? A avaliação é de que a greve foi muito vitoriosa, porque ela começou com a adesão de um pouco mais de 6mil agencias paradas e na outra semana passou de 12 mil. Na última greve em 2014 o maior número chegou a 10 mil. No 21º e último dia desta greve o número de adesões a greve chegou a 13.089 mil agências e 42 centros administrativos, lugares que trabalham até 3 mil pessoas em cada unidade em várias regiões do país, desde o campo até a cidade. Foi a maior número alcançado até hoje. Por que você acha que teve essa grande adesão? A pressão popular dos trabalhadores e da sociedade foi fundamental para esta greve ser do tamanho que foi. Mas foi com muito trabalho de base e o uso da nossa comunicação que a categoria percebeu este 4,15 % de redução de salário e os prejuízos da greve começaram a rondar a economia. A campanha unificada “Exploração não tem perdão" foi fundamental no processo de informação para dentro e fora da categoria. A campanha explicava as explorações que o banco faz, tanto para os clientes, orientando-os sobre os lucros que a instituição financeira ganha em cima dos juros abusivos, quanto para o trabalhador e para sociedade, explicando a exploração do uso do dinheiro deles estrategicamente em busca de mais lucros.Fora as tarifas bancárias que foram inventadas para ter mais ganho, de 2013 a 2015 as tarifas subiram mais de 169%. O grande protagonismo desta grande vitória foi a estratégia de diálogo que fortaleceu a pressão popular. O que significa esta vitória para a categoria? Foi uma vitória da luta, uma vitória da unidade nacional. A campanha no Brasil inteiro teve a mesma identidade. Todos os sindicatos do Brasil entraram em greve no mesmo dia, na mesma hora e 90%deles saíram no mesmo dia, na mesma hora. Todos eles cumpriram o mesmo calendário, a mesma negociação. Foi uma vitória indubitável, tenho orgulho muito grande da nossa categoria. Uma vitória da luta, da coragem de homens e mulheres, na madrugada, nas chuvas fortes do Sul, do sol forte do Nordeste. Todos fazendo seu trabalho, construindo a nossa greve, acreditando no sindicato, acreditando no comando. A gente queria 5,7% de aumento real e não conseguimos, mas a proposta inicial era de perda salarial e nós não deixamos isso acontecer. Não foi uma grande vitória econômica, a gente queria mais, mas foi uma grande luta. Qual a mensagem que a Contraf deixa para as outras categorias em campanha salarial? A força da nossa campanha é a unidade. Mostramos que a organização nacional da categoria, transparência e democracia é possível, mas os trabalhadores precisam participar muito do sindicato. O comando, os sindicatos, têm o papel de avaliar e orientar, mas quem decide são as assembleias, os trabalhadores. Fonte: CUT