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[caption id="attachment_8519" align="alignright" width="300"]15731232622 A mesa contou com representantes das diversas centrais e tendências políticas[/caption] O presidente da Contraf-CUT, Roberto Von der Osten, reafirmou a importância da unidade da categoria, em discurso durante a abertura oficial da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, na noite desta sexta-feira (31), no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, na cidade de São Paulo. Fortalecer a unidade foi o desafio lançado por Roberto. A mesa da abertura contou com a presença de representantes das diversas centrais e tendências políticas e de federações e sindicatos de todo o País. 

"Os bancários e bancárias estão esperando muito da gente e eu tenho certeza que aqui [na conferência nacional] nós vamos construir nosso futuro. Vamos mobilizar os trabalhadores, porque nós temos base, não somos sindicalismo de fachada, todos aqui representam milhares de trabalhadores que confiam na nossa ação, e juntos nós somos muito maiores", afirmou o dirigente da Contraf-CUT.

Roberto enfatizou a importância da história da categoria. "Temos de honrar os bravos lutadores que há 30 anos construíram o modelo que estamos dando continuidade. São 23 convenções coletivas e 11 anos de ganho real. Nós teremos agora que construir nosso futuro. Temos que tirar dinheiro do banqueiro e distribuir para a sociedade. Temos que combater a desigualdade e distribuir oportunidades."

O presidente da Contraf-CUT lembrou do momento de atribulações pelo qual passa o Brasil atualmente. "O bancário sabiamente entendeu que estamos fazendo uma campanha em um momento muito difícil. Mas quando que nós dissemos que será fácil fazer campanha nacional? Campanha é difícil. Mas isso nunca nos desestimulou, pelo contrário. Nos estimula para a luta", disse. "Mas se tem um cenário difícil é porque tem uma crise política, que se transformou em uma crise econômica pelos derrotados [das eleições de 2014], que querem transformar em crise social", completou.

Roberto defendeu o governo federal, mas apontou erros, como o plano de ajuste fiscal e o aumento na taxa Selic. "São erros que vão na contramão do desenvolvimento, do crescimento e da inclusão, que nós conseguimos no governo Lula. Mas tem uma coisa que não vamos admitir, que é o golpe. Vamos nos juntar com as centrais para defender nossos direitos e enfrentar o ajuste fiscal."

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destacou que a defesa do emprego bancário é uma das prioridades da Campanha 2015. "Hoje 50% das operações bancárias são feitas pelos próprios clientes, mesmo assim, os bancos continuam cobrando tarifas exorbitantes e juros altos", disse.

Juvandia ressaltou ainda que a campanha é um momento importante para debater a terceirização, que ameaça empregos, direitos e a própria organização sindical dos trabalhadores. O projeto de lei da terceirização (originalmente PL 4330/2004) foi aprovado pela Câmara e agora tramita no Senado como PLC 30/2015.

"A campanha é também um momento importante para discutir reformas fundamentais para o País, como a política e a tributária e a democratização dos meios de comunicação, hoje nas mãos de apenas seis famílias. Não podemos deixar se fazer esses debates", defendeu. 

Em seu discurso, o presidente da CUT, Vagner Freitas, manifestou solidariedade à Juvandia Moreira e ao secretário-geral da central sindical, Sérgio Nobre, por serem "perseguidos pela mídia golpista", como ressaltou. "Essa sanha de acabar com os movimentos sociais e a esquerda é porque demonstramos que temos alternativas um milhão de vezes melhor do que eles. Estamos sendo julgados pelos nossos acertos, que eles não admitem. Perseguem a Petrobras porque estamos despertando o interesse internacional. Porque sabem que vamos consolidar a democracia para os trabalhadores com o pré-sal. Estamos questionando a ordem mundial por isso querem nos destruir", afirmou. 

Vagner lembrou que, durante o governo do PT, a CUT esteve à frente de todas as lutas dos trabalhadores, não apenas criticando. "Mas sim também organizando a luta. Contra a terceirização, que joga fora as conquistas dos trabalhadores, a CUT estava nas ruas junto com outras centrais. Estamos nas ruas em defesa dos trabalhadores e também para impedir o retrocesso e o golpe da direita, que está sendo construído pela mídia golpista e por um congresso que não representa os trabalhadores", acentuou. 

Para Vagner, a unidade da CUT é mostrada na prática. "Por isso, no 1º de Maio conclamamos a formação de um bloco de esquerda para dar continuidade aos avanços de cabeça erguida".

O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, falou em nome de todas as outras categorias e destacou a necessidade de posicionamento claro dos representantes dos trabalhadores: "Quem quer derrotar a esquerda não é de esquerda. Tem companheiro que vacila e não pode vacilar. Temos de ir para cima dos que sempre nos exploraram e contra a política econômica, ser de esquerda é ser contra a burguesia", destacou.

Cayres também fez referência ao atentado político contra o Instituto Lula, que aconteceu na madrugada na noite de quinta-feira (30), afirmando que o fato mostra que a direita ultrapassou todos os limites.

Para Nilton Esperança, presidente da Fetraf- RJ/ES, o momento é de grande reflexão sobre os rumos que os trabalhadores devem tomar e qual discurso levar às ruas. Segundo ele, deve ser o debate da defesa dos direitos: "Não existe crise financeira, os bancos nunca lucraram tanto, queremos dignidade e respeito nas negociações", afirmou.

O PODER DOS BANCOS

Representando a Federação dos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (FEEB-SP/MS), seu vice-presidente, Moacir Januário, destacou a importância da unidade de categoria para manter os direitos e avançar em mais conquistas. "Sabemos que os bancos podem e podem muito atender as nossas reivindicações. Bancos simplesmente não enfrentam crises. Mesmo com essa crise que acontece no momento, eles demonstram um crescimento de lucratividade muito grande. Então, não têm desculpa para não atenderem as nossas reivindicações. Estamos em busca de um só objetivo, que é defender e conquistar direitos para que todos os bancários tenham melhores condições de trabalho e uma vida mais digna", declarou.

O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadores do Brasil (CTB), Emanoel Souza de Jesus, destacou a importância da unidade da categoria bancária. "A unidade vai tornar nossa campanha salarial vitoriosa nas nossas reivindicações específicas e também na luta geral dos trabalhadores brasileiros por mais direitos e democracias".

O representante da Intersindical, Carlos Pereira Araújo, defendeu o aprofundamento de debate sobre questões como a terceirização, papel do sistema financeiro com controle social, reforma tributária com taxação das grandes fortunas e democratização dos meios de comunicação. "Nós entendemos que é necessário fazer auditoria da dívida pública", enfatizou.

A dirigente da CSP-Conlutas, Joaninha de Oliveira, criticou duramente o ajuste fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy e afirmou que os trabalhadores são as maiores vítimas. Também relacionou a grande lucratividade dos bancos com o adoecimento dos bancários.

"Os banqueiros deste País lucram muito e os bancários pagam com as metas e o assédio moral. Uma situação difícil. A atual conjuntura econômica é muito complexa e apresenta vários desafios para a classe trabalhadora. Faremos uma ação nacional em setembro contra a perda de direitos", ressaltou. 

Também fizeram parte da mesa os seguintes dirigentes: Alci Matos (Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços - Contracs), José Boaventura (Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes), José Avelino Barreto Neto (Fetec Centro-Norte), Junior Cesar Dias (Fetec-PR), Leandro Spezia (Fetec-SC), Luis Cesar de Freitas (Fetec-SP), Magaly Lucas Fagundes (Fetraf-MG), Jair Ferreira (Fenae), Carlos Eduardo Bezerra Marques (Fetrafi-NE), Arnone Hanke (Fetrafi-RS), Carlos Pereira Araújo (SEEB-ES), Jacir Zimmer (SEEB-Florianópolis), José Maria Guerra (SEEB-MT), José Arimatéia de Sousa (SEEB-PI), Everton Gimenis (SEEB-Porto Alegre), Adriana da Silva Nalesso (SEEB-RJ), José Pinheiro de Oliveira (SEEB-RO), Adauto Andrade Martins (SEEB-RR), Ivania Pereira (SEEB-SE), Belmiro Moreira (SEEB-ABC), Edmar Batistela Tonelly (SEEB-AC), Jairo Luiz França (SEEB-AL), Edson Azevedo dos Anjos Gomes (SEEB-AP), Augusto Sérgio Vasconcelos de Oliveira (SEEB-BA), Eliana Brasil (SEEB-Belo Horizonte), Wandeir Souza Severo (SEEB-DF), Jeferson Boava (SEEB-Campinas), Edvaldo Franco Barros (SEEB-Campo Grande), Elias Jordão (CEEB-Curitiba), Suzineide Medeiros (SEEB-PE) e Marcos Henrique e Silva (Sintrafi-PB). 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

[caption id="attachment_8516" align="alignright" width="300"]15731193011 O declínio na produção é preocupante, segundo o secretário-geral da CUT[/caption] O secretário geral da CUT Nacional e coordenador de Macrosetores, Sérgio Nobre, falou nesta sexta-feira (31), no painel sobre Estrutura do Sistema Financeiro Nacional da Conferência Nacional dos Bancários, a respeito da importância de integrar produção e sistema financeiro no Brasil. Segundo ele, o grande desafio hoje do país é aumentar a produção industrial, que sofreu um declínio considerável nas três últimas décadas. "Há 30 anos a indústria representava 30% do Produto Interno Bruto (PIB), hoje representa 10,9%".

Esse declínio, na avaliação de Nobre, é preocupante, porque o nível de produção industrial de um país está diretamente ligado ao padrão de vida dos seus habitantes. "Sem ter uma indústria forte, não conseguiremos criar condições para o Brasil desenvolver e dar melhores condições de vida ao nosso povo", enfatizou.

O secretário geral da CUT disse ainda que, enquanto a produção industrial vem caindo, o comércio cresceu de maneira extraordinária a partir de 2003, graças a política de melhor distribuição de renda e expansão do crédito.

No entanto, o crescimento desse segmento se deu, principalmente, por conta do abastecimento por produtos importados. "O ideal é que os dois setores, indústria e comércio, caminhassem juntos". 

Segundo Sérgio Nobre, o sistema financeiro teria um papel importante na promoção do desenvolvimento industrial, mas não tem interesse, porque ganha dinheiro com especulação e não está preocupado com a geração de empregos e crescimento do país. Ao contrário, lembrou, ele, os bancos, apesar dos lucros exorbitantes que têm obtido, estão cortando posto de trabalho.

Nobre defendeu a realização de um grande debate convocado pelos trabalhadores do sistema financeiro, que reúna representantes de outros setores com o objetivo de criar propostas para mudar o sistema financeiro. Para o representante da CUT, é importante também a participação dos trabalhadores no Comitê de Política Monetária (Copom). "Essa é uma reivindicação nossa. Queremos debater a política de juros adotada no País".

DESIGUALDADE

O economista Fernando Nogueira da Costa, professor da Unicamp, chamou atenção para o tamanho da desigualdade no mundo. "As 85 pessoas mais ricas no mundo detêm o mesmo que metade da população do planeta. Além disso, 20% vivem com menos de um dólar por dia e 40% com apenas dois dólares por dia. Ou seja, esse não é só um problema do Brasil."

Mas o economista chamou a atenção para a ausência de taxação de grandes fortunas no Brasil e em outros países de economia emergente do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). "Os países desenvolvidos como Alemanha, França, Inglaterra têm impostos sobre grandes fortunas, que é uma das formas de promover mais justiça social. Mas economias emergentes como Índia e China não", comparou, acrescentando que uma forma de evitar a fuga de capital para paraísos fiscais seria a adoção da taxação de riqueza por todos os países do mundo.

O professor também destacou que, nos últimos 12 anos, o crescimento do salário médio real no Brasil foi de 17%, enquanto o do capital foi de 130%. Mas a bancarização aumentou: passou de 75 milhões em 1999 para 200 milhões no final de 2014.

Além da bancarização, Nogueira apontou a educação financeira como fundamental para todo trabalhador. "Todos que quiserem manter seu padrão de vida após a aposentadoria teriam que ter algum tipo de conhecimento do mercado financeiro", disse.

COMERCIÁRIOS

No mesmo painel, Alci Matos Araújo, presidente da Conferência Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT), expôs aos bancários os impactos da expansão do Sistema Financeiro Nacional para dentro do setor comercial. 

"Na tentativa de ampliar os lucros, os bancos têm buscado, cada vez mais, o comércio e seus serviços agregados para atuarem como correspondentes bancários. Esse processo de terceirização transforma lojas e supermercados em vendedores de produtos financeiros, agentes e promotores de crédito", resumiu. 

Segundo Araújo, o processo de terceirização, na forma como tem acontecido, se traduz em precarização para a categoria, por vários motivos: enquanto os bancos encerram o expediente às 16h, o comércio recebe os boletos até as 21h. Já os bancários possuem negociação coletiva nacional, com piso de R$ 1.638,62 para jornada de 6 horas, enquanto os comerciários fazem negociação individual, com piso médio de R$ 870 para uma carga horária de 44 horas semanais. Até os programas de remuneração e PLR dos trabalhadores no comércio e serviços inclui o cumprimento de metas financeiras.

"Diante da imposição dos métodos utilizados pelos bancos, os comerciários são expostos a metas exageradas para vendas casadas, de produtos normais e financeiros. Isso coloca seus empregos em risco e reduz o valor das comissões recebidas, além de provocar adoecimento e demissões", resumiu. "Por isso, somos radicalmente contra a precarização gerada pelo processo de terceirização".

Ao final, o presidente da Contracs-CUT conclamou bancários e comerciários a se unirem: "Acreditamos que a unidade destas duas categorias é o principal meio para fortalecer nossa ação sindical e garantir os avanços nos direitos da classe trabalhadora. É preciso uma ação mais contundente de todos nós, pois as mudanças só acontecem com mobilização!", concluiu. 

Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

[caption id="attachment_8511" align="alignright" width="300"]1573117364 Paulo Gil discorreu sobre as perversidades do sistema tributário brasileiro[/caption] As injustiças do sistema tributário brasileiro acirram a desigualdade social, mas não são fáceis de ser alteradas. O tema foi debatido durante o segundo painel da 17ª Conferência Nacional dos Bancários nesta sexta-feira (31), primeiro dia do evento que será encerrado no domingo 2, com a votação da pauta de reivindicações da categoria para a Campanha 2015.

Paulo Gil, auditor fiscal da Receita Federal e integrante do Instituto Justiça Fiscal, discorreu sobre as perversidades do sistema tributário brasileiro, que obriga os mais pobres a pagar proporcionalmente mais impostos, enquanto os ricos contam com uma série de benesses.

Ele explicou que existem três bases clássicas de tributação: patrimônio, renda e consumo. Por aqui, 56% dos impostos incidem sobre a base de consumo, 4% sobre o patrimônio e 30% sobre a renda. "O que acontece com a tributação sobre o consumo? Quem ganha menos vai ter proporcionalmente uma carga maior de impostos e quem ganha mais vai ter uma carga menor, porque esses impostos são iguais para todos ao invés de serem progressivos [quem ganha mais paga mais]", explicou Gil.

E a carga tributária vem pesando cada vez mais sobre os mais pobres. Em 1996, 28% daquilo que ganhavam as famílias com até dois salários mínimos era gasto com o pagamento de impostos. Em 2003, esse percentual subiu para 48,9%.

Os impostos sobre o patrimônio correspondem a apenas 4% do total arrecadado, e ainda a injustiça se amplia. Uma das taxas que incidem sobre o patrimônio é o IPVA. Entretanto, só recai sobre quem possui veículos que trafegam em ruas e rodovias. Proprietários de iates, lanchas e aviões particulares estão isentos. "O grande patrimônio imobiliário e a riqueza financeira sofrem incidência ínfima", resume Paulo Gil.

A outra base de tributação, a renda, equivale a 30% de todos os tributos. E aqui também a injustiça se faz presente. O trabalhador não poderia sonegar imposto nem se quisesse, já que o salário já chega no seu bolso com desconto em folha.

Paulo Gil lembra que além disso, o trabalhador, quando declara seu imposto de renda, deve informar na ficha de rendimentos tributáveis "se tiver uma poupançazinha, ao contrário do empresário, que usa ficha de rendimentos isentos para tributar os lucros recebidos". E lembra: "Esse foi um presente para os empresários dado pelo Fernando Henrique Cardoso, que um dia depois do Natal de 1996 criou dispositivos legais para instituir a isenção dos lucros da empresa e a dedução de juros de capital próprio. Se eu tivesse uma bala de prata só, acabava com isso".

Como medidas para tornar o sistema de impostos brasileiro mais justo, Paulo Gil citou revogar isenção e lucros de dividendos, tributar progressivamente a renda e o patrimônio, tributar fluxos financeiros especulativos, reforçar a fiscalização contra a sonegação fiscal, aliviar a tributação sobre o consumo e desonerar a renda dos trabalhadores.

"A questão central é deslocar a carga tributária do consumo para as rendas do capital e o grande patrimônio. Nós temos que deixar claro que não aceitamos mais esse patamar de concentração de renda e de riqueza", finalizou Gil.

Congresso barra reforma

A formação atual do Congresso Nacional é considerada uma das principais barreiras para a reforma tributária no Brasil. A análise é do assessor da presidência da CUT, Gilmar Carneiro. E não é pra menos: o número deputados federais com base sindical caiu de 83 para 46 nesta legislatura, enquanto a bancada empresarial, que defende interesses de diversos setores, manteve composição significativa, com 190 parlamentares, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
"Não é fácil fazer reforma tributária. O próprio Lula não fez e a Dilma não vai conseguir fazer com esse Congresso reacionário que está aí. O que pode passar hoje, com o Congresso que está aí, é o projeto da terceirização, que prejudica o trabalhador", criticou Gilmar.

Ajuste fiscal

O assessor da presidência da CUT também definiu como equivocado o ajuste fiscal comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. E destacou os altos rendimentos do sistema financeiro. Só no primeiro trimestre, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 19 bilhões, resultado que só tende a aumentar, levando em conta que Santander e Bradesco já divulgaram crescimentos expressivos até junho.
"O sistema financeiro aumentou o lucro, precarizou e terceirizou. Esta campanha salarial dos bancários vai ter de enfrentar o Levy, que deve endurecer. O que nos salva é o nosso acordo nacional e unificado", explicou o dirigente.

E Gilmar fez questão de destacar o poder de mobilização da base sindical, em especial dos bancários, em conquistas como a isenção do imposto de renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores. O governo federal sancionou lei federal, em 2013, que isenta os rendimentos de até R$ 6.677,55. 

Em comentário franco, o dirigente arrancou risos dos delegados que participam da Conferência. "Não foi uma batalha fácil, foi um verdadeiro inferno, mas uma grande conquista e não quebrou o governo, como diziam por aí. Vamos continuar lutando por um governo comprometido com o social e com os trabalhadores", concluiu. 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

Terceirização, o risco de perda de direitos que tem tirado o sono dos trabalhadores brasileiros, foi o tema do primeiro painel da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, iniciada na sexta-feira 31 e que vai até o dia 2, no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, na cidade de São Paulo. A abertura oficial do evento que reúne mais de 600 delegados eleitos em todo o Brasil será realizada na noite desta sexta.

Quem abordou o tema "As consequências dos processos de terceirização no México" foi o advogado Eugênio Tovar, assessor de diversas entidades sindicais em seu país, e Maximiliano Garcez, da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas. 

Tovar contou a experiência da aprovação da terceirização no México, com a reforma trabalhista aprovada no final de 2012, que destruiu o sistema de trabalho local. "Essa lei, feita por um governo de direita, foi um retrocesso. Apenas os empregadores saíram lucrando com ela e as empresas vindas dos Estados Unidos, pois, assim, não tiveram de se adequar às nossas leis e regras trabalhistas. Acredito que, se o Brasil permitir isso, vai enfrentar uma situação similar à do México", avaliou.

O advogado mostrou que as alterações aprovadas para a legislação trabalhista mexicana são semelhantes às que estão sendo discutidas no Congresso Nacional, em Brasília. O texto brasileiro prevê a regulamentação da terceirização, ampliando de maneira significativa a possibilidade de subcontratação de empregados. 

Tovar lembra que a lei legitimou o que acontecia desde a década de 1990, quando o México se abriu para empresas americanas. Segundo dados oficiais do governo mexicano, não houve sequer a diminuição das taxas de desemprego, conforme defendiam empresários e demais defensores da regulamentação da terceirização.

O mais grave, para o advogado trabalhista, é o fim da responsabilidade solidária nos casos de subcontratações, o que reforça a precarização de direitos nas cadeias produtivas. Pelas novas regras, se uma empresa contrata outra para cumprir sua atividade fim - que por sua vez contrata trabalhadores sem observar direitos básicos -, ela não é mais diretamente responsabilizada, como acontecia no passado. "Mesmo se beneficiando diretamente dessa produção terceirizada, é o intermediário, considerado o patrão direto dos trabalhadores terceirizados, que tem de arcar com custos de indenizações trabalhistas e pagar por violações", explicou Tovar. 

"A terceirização é um tumor de um grande um grande câncer que é a flexibilização trabalhista. Ela permite diversos malefícios aos trabalhadores, como a rotatividade de empregados e desvio de função."

Tovar ressaltou, ainda, que a terceirização impede que o trabalhador possa manter um vínculo e a permanência na empresa em que trabalha, pois fica mais barato fazer rescisão contratual. "É por meio do trabalho que a pessoa prepara seu futuro. Quando alguém ingressa em um trabalho, a intenção é de que ela possa montar seu projeto de vida, assumir responsabilidades. Com a terceirização, isso corre o risco de desaparecer", critica. 

"O trabalhador nunca sai ganhando com a terceirização. Ou ele trabalha menos e recebe menos, ou trabalha oito horas ou mais desempenhando diversos trabalhos. Em nenhum momento sai ganhando", concluiu.
Aluguel de pessoas

Há uma articulação mundial de ataque à organização dos trabalhadores, de redução de direitos e de criminalização do movimento sindical, em um forte movimento de fortalecimento das grandes corporações, em detrimento do Estado. Para Maximiliano Garcez, da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas (Alal), tudo isso está embutido nos riscos que a terceirização traz para o continente.

A recente aprovação do Projeto de Lei 4330, o PL da Terceirização, pela Câmara dos Deputados, estaria no mesmo contexto da imposição do Banco Central Europeu de restrições e fim da negociação coletiva de trabalho para Itália e Grécia, como condições para a concessão de empréstimos.

Segundo ele, o PL da Terceirização (que tramita agora como PLC 30/2015, no Senado) representa a possibilidade de as empresas terceirizarem, quarteirizarem e quinterizarem os serviços: "Querem transformar o trabalhador em mercadoria, permitir o aluguel de pessoas, inviabilizar a ação do movimento sindical. Acabar com a organização dos trabalhadores, ao dividi-los em seu próprio ambiente de trabalho. Esses são os objetivos do projeto", afirmou.

Garcez citou que no PL da Terceirização há um artigo destinado especificamente a facilitar essa prática nos bancos, ao permitir que as atividades possam ser feita por qualquer tipo de empresa "especializada": "As idéias não correspondem aos fatos (citando Cazuza), a piscina da terceirização está cheia de ratos, como a volta do trabalho escravo infantil e precarização total do trabalho." 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

A Contraf-CUT transmitirá, ao vivo, pelo seu portal na internet, a abertura solene da 17ª Conferência Nacional dos Bancários. O encontro aprovará a estratégia e a pauta de reivindicações dos bancários na Campanha Nacional Unificada 2015. A Conferência teve início na manhã desta sexta-feira 31 no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, na cidade de São Paulo, com a participação de 635 delegados e delegadas, eleitos em conferências regionais. Além de 61 observadores, vindos também de outros países.

Para a companhar a abertura basta acessar www.contrafcut.org.br, a patir das 19h. 

Antes da abertura, acontecem os painéis, sobre assuntos relacionados ao mundo do trabalho, economia e política. Especialistas em diversas áreas, e até de outros países, foram convidados pela Contraf-CUT e pelo Comando Nacional dos Bancários para discutir os temas no primeiro dia da Conferência. 

Programação 

Sexta-feira - 31 de julho

8h30 às 18h - Credenciamento
10h às 12h Painel: Terceirização .

"As consequências dos processos de terceirização - Estudo de Caso no México":- Eugenio Narcia Tovar - Advogado, especialista em relações de trabalho no México;

"O Brasil frente aos riscos da PLC 30/2015":- Maximiliano Nagl Garcez - Especialista em Relações de Trabalho, advogado membro da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas - ALAL

14h às 16h - Painel:Reforma Tributária e Desenvolvimento Econômico
- Paulo Gil - Auditor Fiscal e Membro do Instituto Justiça Fiscal
- Vagner Freitas - Presidente da CUT Nacional

16h às 18h - Painel: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

- Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa - Instituto de Economia da Unicamp/SP
- Sergio Nobre - Secretário Geral da CUT Nacional e coordenador dos Macrossetores
- Alci Matos - Presidente da Conf. Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT
- Paulo Cayres - Presidente da Conf. Nacional dos Metalúrgicos da CUT

18h - Votação do Regimento Interno
19h - Abertura Solene

Sábado- 1º de agosto

08h30 às 11h30 - Credenciamento
09h - Apresentação da Consulta Nacional
09h30 às 14h - Trabalho em Grupos:
Grupo 1 - Emprego;
Grupo 2 - Saúde do Trabalhador, Segurança Bancária e Condições de Trabalho;
Grupo 3 - Remuneração;
Grupo 4 - Estratégia para Organização da Luta.

16h - Debates das Correntes Políticas

Domingo - 02 de agosto

9h30 às 10h - Apresentação da campanha de mídia
10h às 13h - Plenária Final e Encerramento. 

Fonte: Rede Nacional de Comunicação dos Bancários

"Unidade nacional para garantir direitos e avançar nas conquistas", este é o mote da 17ª Conferência Nacional dos Bancários, que definirá a estratégia e a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015. O encontro tem início nessa sexta-feira, 31 e vai até domingo, 02 de agosto, no Hotel Holiday Inn Parque Anhembi, na cidade de São Paulo.

A Conferência terá a participação de 635 delegados e delegadas, que foram eleitos em conferências regionais por todo o País, além de 61 observadores, vindos também de outros países. O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, destaca a importância do debate democrático que permeia a construção da pauta unificada dos bancários. 

"A nossa Campanha Nacional é singular e muito especializada. Começa com o Comando se reunindo no começo do ano, debatendo a conjuntura e apontando calendário e temas do período. A seguir começa a movimentação nos sindicatos e federações, reuniões debatem estratégias locais. Em seguida iniciam-se as conferências no âmbito dos sindicatos e depois nas federações. Nossa Minuta é discutida ampla e democraticamente", aponta. 

"A Conferência Nacional é o coroamento do processo construtivo das reivindicações. É o momento que estaremos vivendo um profundo debate sobre as polêmicas e novidades que vieram das federações para finalizar a nossa Minuta de Reivindicações. Depois é entregar para os banqueiros, iniciar as negociações, articular a nossa histórica unidade nacional e botar em campo a nossa forte mobilização. É hora de continuar a nossa história de conquistas", conclama o presidente da Contraf-CUT.

Para a vice-presidenta da Contraf-CUT e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, as discussões da Conferência fortalecem a campanha dos bancários nas ruas. 
"Esperamos ter uma ótima Conferência, com muitos debates sobre os temas que preocupam os bancários. A categoria está preocupada com o emprego, com aumento real, PLR. Que saiamos unidos para fazermos uma campanha nacional vitoriosa", ressalta. 

Painéis

A 17ª Conferência Nacional dos Bancários contará com diversos painéis sobre assuntos relacionados ao mundo do trabalho, economia e política. Especialistas em diversas áreas, e até de outros países, foram convidados pela Contraf-CUT e pelo Comando Nacional dos Bancários para discutir os temas no primeiro dia da Conferência.

Do México, o advogado especializado em relações de trabalho, Eugenio Narcia Tovar, irá destacar como a terceirização tem prejudicado os trabalhadores daquele país. Membro da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas (ALAL), Maximiliano Nagl Garcez, falará sobre os riscos da terceirização para o continente, em especial para o Brasil.

O bancário e presidente da CUT, Vagner Freitas e o auditor do Instituto Justiça Fiscal, Paulo Gil, discutirão reforma tributária e desenvolvimento econômico. 

Para o painel de estrutura do sistema financeiro nacional, estarão na mesa o professor Fernando Nogueira da Costa, do Instituto de Economia da Unicamp, o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs-CUT), Alci Matos e o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres.

Após os painéis, os delegados e delegadas farão a votação do regimento interno.

Consulta e grupos de trabalho

No sábado (1º de agosto), será divulgado o resultado da consulta nacional, realizada com bancários de todo o país, com as prioridades para a Campanha Nacional 2015. Os trabalhadores responderamquestões sobre reajuste salarial, emprego, saúde, segurança e condições de trabalho.

"A base é consultada através de um formulário, onde aponta suas expectativas e quais as prioridades econômicas, sociais e políticas que vê para 2015. Conseguimos criar a adesão e o pertencimento dos bancários e bancárias à nossa luta coletiva, o que é fundamental", ressalta Roberto von der Osten.

O segundo dia da Conferência também contará com trabalho em grupos. Dirigentes sindicais discutirão as demandas da categoria, definidas nas conferências regionais. Os temas serão aprofundados em reuniões, da seguinte maneira:

Grupo 1 - Emprego;
Grupo 2 - Saúde do Trabalhador, Segurança Bancária e Condições de Trabalho;
Grupo 3 - Remuneração;
Grupo 4 - Estratégia para Organização da Luta.

Mídia e plenária final

A proposta de mídia nacional será apresentada no domingo (2) e terá o objetivo de chamar a atenção não só dos banqueiros, mas de toda a sociedade para as demandas dos bancários.Da plenária final sairãoa estratégia de lutas, o calendário e a pauta de reivindicações da Campanha Nacional 2015, que será entregue à Fenaban.

Programação - 17ª Conferência Nacional dos Bancários 

Sexta-feira - 31 de julho

8h30 às 18h - Credenciamento
10h às 12h Painel: Terceirização .

"As consequências dos processos de terceirização - Estudo de Caso no México":- Eugenio Narcia Tovar - Advogado, especialista em relações de trabalho no México;

"O Brasil frente aos riscos da PLC 30/2015":- Maximiliano Nagl Garcez - Especialista em Relações de Trabalho, advogado membro da Associação Latino-Americana dos Advogados Laboralistas - ALAL

14h às 16h - Painel:Reforma Tributária e Desenvolvimento Econômico
- Paulo Gil - Auditor Fiscal e Membro do Instituto Justiça Fiscal
- Vagner Freitas - Presidente da CUT Nacional

16h às 18h - Painel: Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

- Prof. Dr. Fernando Nogueira da Costa - Instituto de Economia da Unicamp/SP
- Sergio Nobre - Secretário Geral da CUT Nacional e coordenador dos Macrossetores
- Alci Matos - Presidente da Conf. Trabalhadores no Comércio e Serviços da CUT
- Paulo Cayres - Presidente da Conf. Nacional dos Metalúrgicos da CUT

18h - Votação do Regimento Interno
19h - Abertura Solene
Sábado- 1º de agosto

08h30 às 11h30 - Credenciamento
09h - Apresentação da Consulta Nacional
09h30 às 14h - Trabalho em Grupos:
Grupo 1 - Emprego;
Grupo 2 - Saúde do Trabalhador, Segurança Bancária e Condições de Trabalho;
Grupo 3 - Remuneração;
Grupo 4 - Estratégia para Organização da Luta.

16h - Debates das Correntes Políticas

Domingo - 02 de agosto

9h30 às 10h - Apresentação da campanha de mídia
10h às 13h - Plenária Final e Encerramento. 

Fonte: Contraf-CUT