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Após demissões, Mercantil do Brasil proíbe até uso da cozinha nas agências

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Banco alega que medida é preventiva por conta da covid-19, mas contágio pode até aumentar com bancários comendo na estação de trabalho, alertam representantes dos trabalhadores

Logo após realizar dezenas de demissões por todo o País, mesmo diante de um cenário de agências lotadas, demora e sofrimento no atendimento aos beneficiários do INSS - seu público alvo, o Mercantil do Brasil mostra que a maldade não tem limites. Alegando cuidados com os colaboradores por conta de eventual contágio porcCovid-19 o banco repassou comunicados internos proibindo e lacrando, temporariamente, o uso de copas, cozinhas e similares em suas unidades. 

O Mercantil decretou que os funcionários se alimentem somente após as 14h e na própria estação de trabalho, podendo ocorrer que tenham de almoçar na frente de clientes e usuários. A proibição absurda pegou todos de surpresa, pois seria muito mais lógico e eficaz que o banco implementasse uma escala ou rodízio para o uso consciente, com um número máximo de funcionários ao mesmo tempo dentro das copas. O Mercantil, porém, quer obrigar os trabalhadores a comer refeições frias e, possivelmente, em frente a clientes, aumentando substancialmente o risco de contágio, o que vai contra a própria justificativa do banco.

Para Marco Aurélio Alves, coordenador nacional da COE Mercantil, os funcionários não podem passar por mais essa situação constrangedora e perigosa dentro do banco. “Comer na própria estação de trabalho pode resultar em mais serviço para o bancário e também trazer problemas de saúde, já que a mesa pode esconder germes e bactérias. Além disso fica muito próximo a centenas de clientes e beneficiários do INSS, aumentando a possibilidade de contágio. Não podemos entender a lógica do Mercantil para tentar impor essa medida desnecessária e desumana”, afirmou.

Movimento sindical vai cobrar fim das demissões - Representantes dos funcionários do Mercantil se reunirão com o banco nesta terça, 16, para exigir explicações e cobrar o fim das demissões. A reunião será realizada remotamente, a partir das 14h pela plataforma Zoom. Participarão entidades representativas da categoria em todo o País, como a Contraf-CUT, a Fetrafi-MG/CUT e os sindicatos de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e demais localidades que contam com agências do Mercantil em que houve demissão em plena pandemia.

O movimento sindical está mobilizado para cobrar do banco explicações sobre os injustos desligamentos de trabalhadores no atual momento, que é uma das mais graves crises de toda a história. É importante destacar, também, que, em contraste às políticas patrocinadas pelo Mercantil contra seus funcionários, o banco vive um momento financeiro histórico: atingiu, em apenas três meses de 2020, lucro de R$ 47 milhões.

Com informações do Sindicato dos Bancários de BH e Região

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