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Carta aberta aos empregados da Caixa

Caixa
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#ACAIXAÉTODASUA

A Caixa Econômica Federal completa 159 anos com razões para comemorar. O banco público mantém-se lucrativo, tem uma capilaridade gigantesca e um quadro de empregados dedicados, que dá orgulho a toda categoria bancária.

Mas o aniversário da nossa empresa requer um balanço detalhado da situação dos funcionários e da postura dessa gestão, diante do desmedido e apressado plano de privatização das empresas públicas, que o atual governo coloca em prática. Essa situação, aliás, repete o que ocorreu durante os anos 1990, quando o banco diminuiu de tamanho e ficou por 10 anos sem contratar, com igual período de reajuste zero.

Como sabemos, em 2019 o banco se desfez de R$ 15 bilhões em ativos e transferiu a Lotex para um consórcio estrangeiro por valores abaixo das avaliações iniciais. Para 2020, prometem muito mais, com a venda das subsidiárias e mais ativos repassados aos bancos privados e outros investidores. O desmonte tem um preço impagável por colocar em risco a capacidade de investimento e o papel social do banco público.

Esse modelo trará consequências a toda sociedade, principalmente aos mais desprotegidos. Em outros tempos, a Caixa financiou o desenvolvimento do país e combateu a desigualdade por todas as regiões. Prova disso foi que o banco passou de 56 mil trabalhadores com salários defasados para 101 mil empregados, em 2013, com a maior média salarial da categoria bancária e a garantia de muitos direitos.

Para os empregados, face a uma política governamental de retirada de direitos e de entrega do patrimônio público, são tempos de lutas e resistência. Juntos, conseguimos conter, em 2019, o aumento de jornada e o trabalho aos sábados que a Medida Provisória 905 tentou impor. Também combatemos lado a lado pela manutenção do FGTS, por um Saúde Caixa para Todos, pelo fim do assédio moral, do descomissionamento arbitrário e da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP). Pressionamos por contratações, pois já são mais de 15 mil postos de trabalho fechados na Caixa nos últimos anos.

O enfraquecimento do banco repercute no dia a dia do empregado e os direitos tendem a ser cada vez mais negligenciados. Mas ninguém está sozinho nesta trincheira, vamos reagir. Apenas a união dos empregados, com o apoio da população, poderá defender os direitos e o patrimônio brasileiro.

Convocamos todos e todas a se engajarem na campanha #ACAIXAÉTODASUA.

Esse é o melhor presente que podemos dar às gerações futuras e, também, à Caixa, que sempre serviu aos interesses maiores do povo brasileiro.

Essa é uma tarefa que cabe a todos os brasileiros, mas, em especial, a nós, empregados, que sabemos a importância do nosso trabalho para a redução da desigualdade histórica da sociedade brasileira.

Assinam:

Sindicato dos Bancários do ABC
CONTRAF/CUT
FENAE
Comitê Nacional em Defesa da Caixa

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