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Em mais uma negociação nesta terça-feira, 30, Caixa não apresenta proposta e empurra empregados para a greve

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Um dos momentos mais marcantes e surpreendentes dessa negociação foi a realização do ato em defesa da Caixa 100% públic

Nesta terça-feira, 30, aconteceu, em Brasília, a terceira rodada de negociações específicas com a Caixa e o banco voltou a frustrar os trabalhadores. Nenhuma proposta para as reivindicações relacionadas à saúde do trabalhador e condições de trabalho, GDP, Saúde Caixa, Funcef, aposentados, infraestrutura das unidades, segurança bancária, terceirização, Caixa 100% pública, contratação, jornada de trabalho/Sipon, carreira, isonomia, reestruturação e organização do movimento.

“Abordamos todos os itens de nossa pauta específica e a Caixa disse não para tudo. Foi uma chuva de nãos além de não se comprometer com o pagamento da PLR social, uma conquista de campanhas anteriores”, disse Jorge Furlan, diretor do Sindicato e representante da Fetec-SP nas negociações com a Caixa. “Um único ponto positivo foi o fato dos negociadores do banco dizerem que são simpáticos a questão do aleitamento materno por um ano, mas, mesmo assim, não se comprometeram com essa reivindicação”, comenta Furlan.

Entre as grandes preocupações dos funcionários da Caixa está a Funcef e a Saúde Caixa, no entanto, também não houve avanços nesses temas. “Nada avançou nessas questões como também em relação a aposentados, contratação, garantia da incorporação da função e fim dos descomissionamentos arbitrários, segurança bancária, jornada de trabalho e login único do Sipon, carreira, terceirização, infraestrutura das unidades e reestruturação/remodelagem”, conclui Furlan.

Um dos momentos mais marcantes e surpreendentes dessa negociação foi a realização do ato em defesa da Caixa 100% pública e por nenhum direito a menos, quando os representantes dos empregados se levantaram da mesa e ficaram de pé, portando cartazes e estendendo banners reafirmando a luta para que a direção do banco apresente propostas efetivas contra a retirada de direitos e pela manutenção do papel social da empresa, caracterizado como “estratégico para o desenvolvimento do país”. O protesto reafirmou ainda que os empregados, junto com outros trabalhadores, estão mobilizados por mais democracia, mais diálogo e contra a retirada de direitos.

Veja abaixo um resumo das negociações com a Caixa:

Saúde do trabalhador

Mais uma vez a empresa recusou a atender praticamente tudo o que foi reivindicado em relação a essa cláusula. Na questão relacionada à criação de unidades específicas, com estruturas técnica e administrativa compatíveis com as respectivas atribuições e dimensões, a Caixa reconheceu que houve redução das Gerências de Pessoas (Gipes), mas alegou que o item estava parcialmente atendido pela criação de canais de representação nas diversas regiões.

Para a reivindicação de criar protocolo de combate ao assédio moral e a todas as formas de violência organizacional, o banco afirmou que já vem adotando programas de prevenção próprios e campanhas educativas, o que tem provocado, segundo os negociadores da empresa, a diminuição gradativa de ocorrências.

Saúde Caixa

Mais uma vez a Caixa não assumiu o compromisso de passar a utilizar o superávit anual para melhorias no plano, conforme está  previsto em acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho há mais de dois anos e foi negociado no âmbito do GT Saúde Caixa.

Também não foi dada resposta para as reivindicações de segregação operacional contábil e financeira dos recursos do banco, com a criação de um fundo que os remunere, com auditagem externa, por empresa avalizada pelo Conselho de Usuários e pela CEE/Caixa. Ficou ainda sem resposta a transformação do caráter do Conselho de Usuários de consultivo para deliberativo, dentro do escopo de atribuições definidas no Regimento Interno dessa instância.

Jornada

Os representantes dos trabalhadores cobraram da Caixa o cumprimento da jornada de seis horas e a adoção do login único para evitar fraudes no registro do Sistema de Ponto Eletrônico. Foi lembrado que a realidade nas unidades de todo o país é de que sobrecarga de trabalho força os empregados a trabalharem além da jornada, sendo comum eles sofrerem pressão para não fazer horas extras ou não registrar corretamente o ponto. Para a CEE/Caixa, a carência de pessoal é um dos fatores que geram toda essa situação.

Ainda com relação à jornada, a representação dos empregados defendeu o pagamento de horas extras a todos os trabalhadores e contestou a ilegalidade do registro negativo de horas, reivindicando o fim da utilização do banco de horas, dado que isto não está previsto no Acordo Coletivo de Trabalho.

Carreira

A Caixa voltou a rejeitar a adoção de critérios objetivos para descomissionamentos, a serem elaborados previamente com os empregados. Outro objetivo é retirar do gestor o poder discricionário, com direito a ampla defesa e recurso da decisão pelo empregado.

Foi reivindicada a criação do comitê de acompanhamento dos PSICs e do banco de habilitados e oportunidades e banco de sucessores, com participação dos empregados e um membro da Gipes, com adoção de critérios exclusivamente objetivos e transparentes, de modo a eliminar a possibilidade de nomeação pela gestão, aumentando assim a abrangência dos PSICs para impedir que isto fique restrito à unidade demandante.

Outra questão considerada importante é o aperfeiçoamento do modelo do PFG, incluindo progressão horizontal em cada cargo/função, por tempo de exercício. A representação dos empregados defende também a abertura de negociação sobre o PFG.

Funcef

A representação dos empregados reivindicou mais uma vez a quitação do contencioso da Caixa para com a Funcef, relacionadas às ações que tenham origem em descumprimento de direitos trabalhistas, assim como ao aporte de recursos referentes ao serviço proveniente de condenações e manutenção do Fundo de Revisão de Benefícios, previsto no artigo 115 do regulamento do REG/Replan saldado e no artigo do Novo Plano, como instrumento permanente da política de aumentos reais para os benefícios.

Infraestrutura das unidades

Foi reivindicada mais uma vez a alteração do RH 184, com a extinção do caixa minuto, avaliador minuto e tesoureiro minuto. O banco, apesar de dizer ao contrário, manteve a extinção da função de caixa, e não garantiu a participação dos empregados na discussão sobre a estrutura física e de pessoal das agências.

Reestruturação

A questão de como a reestruturação está sendo feita foi contestada pela representação dos empregados. Seja em que circunstância for, a reivindicação é para que essa reestruturação ou remodelagem seja debatida previa, objetivamente e com transparência com as entidades representativas.

Foi cobrada ainda a imediata reversão do processo de extinção da Rerets, com o retorno dos trabalhadores para as unidades de origem. Houve também a reivindicação de revisar a metodologia de agência deficitária.

Isonomia

A Caixa negou a extensão da licença-prêmio e ATS para todos os empregados admitidos a partir de 1998, além de outras questões de isonomia.

Caixa 100% pública

Em princípio os negociadores do banco mostraram-se favoráveis para o não fatiamento da Caixa e para a manutenção de todas as participações acionárias que a empresa mantém anualmente. Disseram, porém, que a definição desse item fica na dependência das políticas de governo.

Mas a representação dos empregados lembrou ser cada vez mais nítida a possibilidade de venda da loteria, cartões de crédito e da seguradora, combinada com o risco que representa a saída do FGTS da gestão da empresa e dos trabalhadores.

Mobilização

Dionísio Reis ressaltou ainda a importância da participação dos empregados. “A postura da Caixa segue a linha da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na mesa unificada, com os bancos apostando no conflito. É fundamental que os empregados participem de todas as ações propostas pelas entidades representativas, pois apenas com mobilização e união conseguiremos avançar”, acrescentou.

 

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