Assembleia de organização do movimento decide pela paralisação de agências nas regiões centrais do Grande ABC
A assembleia organizativa da greve dos bancários, realizada na sede social do Sindicato dos Bancários do ABC na noite desta segunda-feira, 5, decidiu pela paralisação na região central das sete cidades do ABC.
Assim, as agências destes locais vão permanecer fechadas durante o dia todo, e o movimento organizativo, que já vinha ocorrendo nos locais de trabalho desde agosto, será mais intenso e qualitativo em ritmo crescente. A greve é por tempo indeterminado; ou seja, vai prosseguir até que os banqueiros apresentem uma contraproposta decente.
“Nós não vamos aceitar retrocesso”, alerta o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, lembrando que entre 2004 e 2014 a categoria bancária recebeu 20,07% de aumento real e que, embora os bancos tenham plenas condições de atender às reivindicações da categoria, não ofereceram sequer o reajuste da inflação.
Longe da crise - Nos últimos seis meses o lucro dos bancos foi de R$ 36,3 bilhões, uma alta de 27,3% em relação a 2014. Só em tarifas bancárias o crescimento foi de 169%, em três anos, um percentual 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período. Ou seja: o setor passa bem longe da crise e poderia atender à categoria, que reivindica 16% de reajuste salarial, sendo 5,7% de aumento real e 9,88% para reposição da inflação.
No entanto, os banqueiros oferecem apenas 5,5% de reajuste e um abono de R$ 2.500. Esse índice representa uma perda real de 4% nos salários. Já o abono não tem qualquer incidência, pois não é incorporado ao salário e demais verbas (FGTS, férias etc). “É fundamental que todos participem, para que nossa mobilização possa pressionar os banqueiros”, destaca o presidente do Sindicato.