Balanços do 1º semestre mostram que bancos estão na contramão da economia
Os bancos privados continuam lucrando muito, mas seguem fechando empregos. O Bradesco e o Santander, que divulgaram na última quinta-feira (31) os seus balanços do primeiro semestre de 2014, lucraram juntos R$ 10,2 bilhões. No entanto, ambos fecharam 2.323 postos de trabalho no mesmo período, andando na contramão da economia brasileira, que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada.
Bradesco - Análise do Dieese aponta que o Bradesco lucrou R$ 7,3 bilhões, o que significa um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado e 9,7% no segundo trimestre. Entretanto, o banco cortou 1.462 vagas no primeiro semestre.
O fechamento de vagas foi ainda maior se comparados os últimos 12 meses: 2.924 empregos a menos. Assim, o número de empregados da holding em junho de 2014 caiu para 99.027 ante 101.951 em junho de 2013 (queda de 2,9%).
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Santander
Já o Santander Brasil obteve lucro de R$ 2,9 bilhões, o que representa uma redução de 2,2% em comparação ao mesmo período do ano passado e evolução de 0,6% no segundo trimestre. O banco espanhol eliminou 861 postos de trabalho no primeiro semestre.
O corte também foi ainda maior nos últimos 12 meses, quando o banco fechou 2.942 postos de trabalho. Com isso, o número de empregados da holding em junho de 2014 baixou para 48.760 diante de 51.702 em junho de 2013 (redução de 5,7%), Em doze meses, houve extinção de 2.942 vagas.
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Na avaliação do movimento sindical os bancos brasileiros têm a mais alta rentabilidade da economia brasileira e de todo o sistema financeiro internacional, e cortar empregos nesse cenário amplamente favorável é boicotar o crescimento com desenvolvimento econômico e social do País. Além disso, com todo esse lucro, Bradesco e o Santander não terão dificuldades em atender a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, que será entregue para a Fenaban no próximo dia 1, às 11 horas, em São Paulo. Mas a ousadia, a unidade e a mobilização serão novamente fundamentais para garantir novas conquistas. "Queremos mais empregos e melhores salários e condições de trabalho, além das demais demandas, como forma de valorização dos funcionários, principais responsáveis pelos resultados atingidos e pelos bancos", enfatiza o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese