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Reestruturação quase não tem impacto no resultado, mas reduz empregos e prejudica os funcionários

O Banco do Brasil, no 1º trimestre de 2017, obteve um Lucro Líquido Ajustado de R$ 2,5 bilhões, que representou um crescimento de 95,6% em doze meses e 43,9% no trimestre. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 10,4%, com alta de 4,8 pontos percentuais no período.

Mesmo com um excelente resultado, o banco fechou 970 pontos de atendimento e acabou com 9,9 mil postos de trabalho, por meio do plano de reorganização institucional e Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (PEAI) colocados em prática por Michel Temer. As medidas reduzem oportunidades de trabalho em plena recessão, dificultam o crescimento na carreira para seus funcionários e tornam ainda mais duras as condições de trabalho, o que aumenta o estresse e piora a qualidade do atendimento aos clientes.

Tarifas perfazem 114,9% das despesas de pessoal

Segundo a análise do balanço feita pelo Dieese, a  receita com prestação de serviços e a renda das tarifas bancárias cresceram 10,5% no período, totalizando R$ 6,2 bilhões. As despesas de pessoal, considerando a PLR, caíram 2,2%, atingindo R$ 5,4 bilhões. Portanto, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 114,9%.

Enxugamento maior que o anunciado

O número de agências se reduziu em 551 unidades, em doze meses. O Plano de reorganização institucional previa, no decorrer de 2017, o fechamento de 402 agências, com outras 379 passando a ser postos de atendimento, a mas pelos dados apresentados, a rede própria do banco foi reduzida em 970 pontos de atendimento, número superior ao anunciado.

Veja aqua íntegra da análise do Dieese

Fonte: Contraf-CUT e Dieese

[caption id="attachment_13326" align="alignright" width="300"]Negocia__o2401-600x400 Comissão discute mudanças na RH 184[/caption]

A Caixa, atendendo às reivindicações dos trabalhadores, lançou neste mês de maio uma nova versão do Normativo RH184 que trata da retirada de função dos empregados.

Uma das principais modificações é que o empregado para perder a função deverá ter recebido duas advertências no período de dois anos pelo mesmo motivo, com um intervalo de no mínimo 60 dias entre elas. “Na versão anterior o banco sem aviso prévio tirava a função de uma forma arbitrária e o pagamento da função não era incorporado no salário do funcionário. Agora isso mudou e a Caixa tem que avisar antecipadamente o empregado do seu descomissionamento”, explica Jorge Furlan, diretor do Sindicato e funcionário da Caixa.

Para se chegar a essa nova versão do RH 184 os funcionários criaram um comitê para a discussão e, após várias reuniões apresentaram ao banco as reinvindicações para alteração do normativo. “É bom frisar que não foi a Caixa por vontade própria ou bondade que alterou esse normativo. Isso foi fruto da organização dos funcionários e de várias negociações específicas com a Caixa. Essa conquista foi graças ao luta dos empregados da Caixa”, afirma Furlan.

Apesar dessa conquista, a luta dos funcionários da Caixa não termina e muitos outros pontos específicos ainda têm que ser discutidos. “Foi um avanço e uma vitória, no entanto ainda temos muito a negociar e se algum funcionário receber um aviso de descomissionamento, nós orientamos que o mesmo procure o Sindicato para que o mesmo faça a sua defesa. Sugerimos também que todos leiam o normativo RH 184”, finaliza Furlan.

Governo golpista promove privatização gradual e irrestrita, e que se estende a outras empresas

Gradualmente, o governo golpista vem acelerando a privatização do Banco do Brasil. O fechamento de agências pelo País, os milhares de demissões via PDV e a venda de operações (como a de seguros e, segundo fontes, em breve a de cartões de crédito), são passos de uma escalada que aos poucos vai fazendo o desmonte do BB. Um desmonte não só estrutural, mas, também, imagético, já que as notícias veiculadas pela mídia comercial convergem para o desgaste do papel do banco público.

Tudo somado, na última sexta, 5, o Tesouro ainda anuncia a venda de ações do banco detidas pelo Fundo Soberano (FSB), o que faz com que a participação da União caia para 50,7% e fique praticamente no limite para a manutenção do controle acionário. “A cada uma dessas ações o Banco do Brasil vai se tornando menos público, mais distante do desenvolvimento do País e da sociedade brasileira”, aponta a coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, destacando que o BB é hoje o maior investidor de crédito rural no País. Em artigo publicado ontem em seu blog o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Nogueira da Costa, avalia que o processo de venda das ações do BB detidas pelo FSB objetiva o reforço ao caixa do governo, abalado com a fraca recuperação da atividade econômica e seus impactos na arrecadação fiscal. “O governo temeroso está colhendo o que plantou: o choque de juros, que permaneceu 15 meses em 14,25%, o corte de investimentos públicos, com queda real de 61% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, e a reversão de expectativas quanto ao futuro do País, registrada pela queda de -7,2% do PIB no último biênio”, escreveu (leia íntegra em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/…/privatizacao…/).

Essa investida para arrasar com as empresas públicas, ainda que com a estratégia de mudanças graduais rumo à privatização, faz parte de um roteiro neoliberal bem conhecido. Hoje, a ameaça estende-se a outros bancos (como a Caixa, o BNDES e os estaduais, especialmente naqueles Estados que precisam renegociar dívidas com o governo federal e poderão ser usados como moeda de troca), Petrobras, Eletrobras, Embrapa, Casa da Moeda, Correios e muitas outras. “São todas empresas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil, e que passam, assim, a servir não mais à sua população, mas aos lucros de companhias privadas. Com os jornais comerciais afinados com o governo golpista, o noticiário desfavorável às empresas públicas também integra a estratégia de desmonte, então é preciso estar muito atento às informações e ter clareza de que o BB é dos brasileiros, e defendê-lo como banco público é de fato defender o Brasil”, aponta Rita.   Fonte: Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas

Iniciativa também foi tomada por outras entidades, entre as quais a Apcef-SP O Sindicato entrou com ação na Justiça para impedir que a Caixa desconte de seus empregados o dia de greve geral no País, em 28 de abril passado. A iniciativa também foi tomada pela Apcef-SP, que ingressou com pedido liminar de tutela de urgência contra o banco. “A greve é um direito e o Sindicato cumpriu todos os trâmites legais necessários. A paralisação não pode ser considerada falta injustificada”, alerta o diretor sindical Jorge Furlan. Outras entidades que também recorreram à Justiça conseguiram resultado favorável aos empregados. Caso o banco insista nessa postura arbitrária, o fato deve ser denunciado imediatamente ao Sindicato.

Na avaliação de dirigentes de entidades que participaram da festa de posse da nova diretoria, a Federação terá papel fundamental na defesa da Caixa 100% pública e dos direitos dos trabalhadores   Representantes de centrais sindicais, sindicatos, federações, movimentos sociais e lideranças políticas participaram, na noite da última quinta-feira, 4,  da festa de posse da Diretoria da Fenae para o triênio 2017/2020, na sede da Apcef/DF, em Brasília. Em seus discursos, dirigentes de entidades destacaram a importância da Federação na luta em defesa da Caixa 100% pública e dos direitos dos seus empregados. O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, reafirmou o compromisso da nova Diretoria de manter a atuação política, sem abrir mão dos projetos de esporte, cultura, lazer e educação voltados para o bem-estar dos associados às Apcefs. “Temos um grande desafio pela frente. Garantir os direitos dos trabalhadores e intensificar a luta por um país melhor e mais justo. Queremos uma Caixa cada vez mais forte e estratégica para o desenvolvimento do Brasil”, disse. A diretora do Sindicato e representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano, também integra a nova diretoria eleita.   Fonte: Fenae, com Redação

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