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Mais mulheres na TI: abertas inscrições para cursos reivindicados pelo movimento sindical

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Conquista da categoria na renovação da CCT, bancos financiam cursos na área de Tecnologia da Informação para mulheres; links para inscrições nesta matéria

MAISMULHERESTIJá estão abertas as inscrições para duas escolas de formação a mulheres, na área de Tecnologia da Informação (TI). Os cursos serão gratuitos, financiados pelos bancos, por conta de uma reivindicação do movimento sindical que foi atendida e incluída na mais recente renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária.

A coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, destaca que o incentivo à formação e promoção de mulheres na tecnologia é um debate do qual depende o futuro com igualdade de oportunidade de gênero na categoria. "Desde a pandemia, principalmente, houve expansão da área de tecnologia dos bancos e isso impactou no crescimento de profissionais de TI no setor. Mas, o número de mulheres, em relação aos homens, reduziu em tecnologia e isso reflete uma questão estrutural, porque, historicamente, as mulheres sempre foram menos incentivadas a atuar nas áreas tecnológicas. Por isso, uma das nossas exigências na renovação da CCT foi a qualificação de mulheres na tecnologia", explica.

Ela completa que, para acessar as bolsas, as candidatas não precisam ter conhecimento prévio na área. “Ou seja, mesmo que nunca tenham tido contato com tecnologia da informação poderão inscrever-se. O objetivo é justamente trazer para o setor mulheres que querem ingressar na tecnologia, mas que nunca tiveram oportunidade de estudar sobre”.

A seguir, conheça os cursos com os links para as inscrições:


Escola PrograMaria

  • 3.000 bolsas para 4 turmas, até 2026, sendo que as primeiras turmas, que contemplarão 1.000 bolsas, começam em março.
  • Público: mulheres de todas as regiões do Brasil, com prioridade para aquelas em situação de vulnerabilidade socioeconômica e inclusivas para mulheres trans, negras e PCDs (pessoas com deficiência).
  • Inscrições até 19 de março.
  • Dois cursos, 100% online:

    1. Análise de Dados: Meus Primeiros Passos em Python
    Introdução à Análise de Dados: fundamentos da análise, primeiras análises com planilhas.
    Python e Jupyter Notebook: programação em Python, utilizando bibliotecas como Pandas e Numpy.
    Banco de Dados e SQL: conceitos de bancos relacionais e SQL, com ferramentas como DBeaver e SQLite.
    Visualização de Dados: criação de gráficos e dashboards com matplotlib e Looker.
    Machine Learning e Próximos Passos: noções de machine learning e dicas para os próximos passos na carreira.

    2. Front-End: Minha Primeira Página Web
    Conceitos Iniciais em HTML: Estruturação de páginas web com HTML, aprendendo a criar cabeçalhos, parágrafos, menus, imagens e links.
    Conceitos Iniciais em CSS: Estilização de páginas com CSS, alterando textos, cores, fontes, tamanhos e organizando o layout.
    Conceitos Iniciais em JavaScript: Adicionando interatividade com JavaScript, criando funções para ações como notificações ao clicar em botões.
    Conceitos de Lógica de Programação e Próximos Passos: Compreensão de lógica de programação, utilizando estruturas como o “If” e orientações para avançar na carreira.

    LINK PARA INSCRIÇÃO

Escola Laboratória

  • 100 bolsas com duração de 20 semanas
    Público:
    > Se identificar como mulher e ter 18 anos ou mais
    > Ter concluído o ensino médio
    > Ter grande interesse em tecnologia e dados
    > Ter disponibilidade de 4h síncronas e 10h assíncronas semanalmente
  • Inscrições até 17 de março


O curso: Análise de dados

  • Desenvolvimento de habilidades essenciais como interpretação, análise e apresentação de dados.
  • Durante a Jornada de Dados, as alunas vão aprender a preparar e processar bases de dados, realizar análises exploratórias, criar dashboards e relatórios, aplicar técnicas de segmentação e validação de hipóteses. Além disso, vão desenvolver a habilidade de apresentar resultados de forma clara e estratégica, contribuindo para tomadas de decisão mais assertivas.
  • As linguagens que serão ensinadas:
    > BigQuery
    > Power BI
    > SQL
    > Google Sheets
    > Looker Studio

    LINK DE INSCRIÇÃO

Por que formar mulheres na TI?

"A formação de mulheres para as áreas de tecnologia dos bancos foi uma das nossas principais reivindicações da campanha nacional do ano passado, de renovação da CCT, porque a TI é, atualmente, a área em que os bancos mais estão realizando contratações. Ao mesmo tempo, é uma área com baixa representatividade de mulheres devido a vários fatores, como a falta de incentivo para que elas ingressem nesta área. E como, atualmente, o cenário da tecnologia é dominado por homens há um desafio maior até para a permanência e ascensão das mulheres na tecnologia", explica Neiva Ribeiro, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP).​ “Há uma preocupação sobre o futuro do trabalho  e de que forma podemos aumentar o conhecimento das mulheres na área de tecnologia, para que não sejam segregadas e avancem nos cargos de liderança", completa.

As análises da dirigente se baseiam em dados concretos da realidade brasileira. Uma pesquisa divulgada pela Brasscom, com dados de 2023, apontou que as mulheres ocupam 39% dos empregos no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Já o levantamento, realizado pelo Serasa Experian, de março de 2024, e que fez um recorte apenas para a área de Tecnologia da Informação (TI), revelou que a representação feminina neste setor é de apenas 0,07% - correspondendo a 69,8 mil profissionais do país.

Outra pesquisa, da empresa de executive search Plongê, e realizada no segundo semestre de 2023, com diretores de TI do estado de São Paulo, revelou que as mulheres que estão na alta liderança do mercado de tecnologia ganham, em média, 48% menos que os homens que ocupam as mesmas posições.

No setor bancário, um estudo do Dieese aponta a ampliação das vagas destinadas a esses profissionais nos bancos privados. Em 2012, eles representavam 5,1% do total de trabalhadores bancários, enquanto em 2023 essa participação subiu para 12,0%. No entanto, a proporção de mulheres nas ocupações de TI apresentou queda no mesmo período, passando de 31,9% em 2012 para 25,2% em 2023, o que significa que para cada quatro trabalhadores de TI, apenas um é mulher.

Se nada for feito, essa tendência irá se aprofundar, ou seja, menos mulheres terão espaços nos cargos de tecnologia e isso tem impactos em toda a sociedade, com o aumento da desigualdade salarial e social de gênero”, observa a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes. “Foi pensando nisso que nós exigimos, da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] a inclusão de cláusulas na CCT que incentivem o ingresso de mulheres nesta área, com recorte para promover negras, mães, mulheres com deficiência e mulheres trans”, finaliza a dirigente.

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