Temas integram pauta e iniciativas da categoria bancária
Nesta quarta, 7 de agosto, a Lei Maria da Penha (11.340/2006) completa 18 anos. É a maioridade de uma iniciativa que representa um passo significativo no combate à violência contra as mulheres no Brasil, embora muito ainda tenha que ser feito para se colocar fim a esses crimes.
Há poucos dias, em 3 de julho, também celebrou seu primeiro aniversário a lei que estabelece salários iguais para homens e mulheres em igual função: é a 14.611/23, conhecida como Lei da Igualdade Salarial. Apesar disso, as desigualdades se mantêm, com muitos desafios a superar.
Para a categoria bancária, que está em campanha nacional, as questões são relevantes e integram ações, debates e a própria pauta de reivindicações. As bancárias já contam com um importante programa, o “Basta!”, presente em vários sindicatos pelo País e que oferece apoio e assistência a trabalhadoras vítimas de violência. E há ainda parcerias com os bancos que, frente às pressões do movimento sindical, implantaram programas de denúncia em suas empresas.
Na questão de gênero, ainda, a busca por igualdade de oportunidades é uma constante entre as reivindicações da categoria. E isso inclui um ambiente de trabalho sadio, sem qualquer tipo de assédio ou discriminação, e que permita a ascensão profissional para mulheres e homens.
Só para se ter uma ideia, a remuneração média das bancárias negras (pretas e pardas) é 36% inferior (R$ 8.265) à dos bancários brancos do sexo masculino (R$ 12.884). Os dados são do Ministério do Trabalho (Rais) relativos a 2022 e foram compilados pelo Dieese.
Assim, para que as mulheres negras bancárias recebam a mesma remuneração que os homens brancos bancários teriam que trabalhar mais 18 dias durante o mês, ou 48 dias. E enquanto os homens brancos respondem por 39% dos cargos de liderança, as mulheres negras respondem por apenas 9,5%.
“Temos um longo caminho para chegar à igualdade de oportunidades e fim da violência contra as mulheres. Mas buscamos avançar a cada negociação, a cada campanha, para construir esse caminho, que depende da participação de todos”, destaca a secretária de Formação do Sindicato e coordenadora do coletivo de mulheres da CUT-ABC, Inez Galardinovic.