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CUT debate estratégias para população LGBTQIA+

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Empodera+ e Projeto Pride foram os destaques do 5º Encontro Nacional LGBTQIA+ da Central Única dos Trabalhadores 

 

CUTlgbt0306De 30 de maio a 1º de junho, a sede da CUT Nacional em São Paulo foi palco do 5º Encontro Nacional LGBTQIA+ da CUT. O evento reuniu personalidades, movimentos sociais e representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os temas abordados no encontro incluíram direitos, cidadania, visibilidade e estratégias de luta.

Esse evento marcou as primeiras ações da secretaria LGBTQIA+, criada durante o Congresso Nacional da CUT em 2023. “Se antes nossa organização se dava por meio dos coletivos, agora, com status de secretaria da CUT, a atuação ganha muito mais força, inclusive em negociações coletivas e na cobrança e elaboração de políticas públicas”, afirmou Walmir Siqueira, secretário da pasta.

Siqueira enfatizou que o encontro se tornou um canal centralizado de diálogo e escuta das entidades parceiras e coletivos regionais, visando formular estratégias de ação eficazes que garantam mais direitos e dignidade às pessoas LGBTQIA+, tanto no âmbito do trabalho quanto na sociedade em geral.

whatsapp image 2024 06 03 at 115057Para Bianca Garbelini, secretária da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), foram dias de muito trabalho e aprendizado coletivo na construção das políticas da Secretaria Nacional LGBTQIA+ da CUT e na compreensão das ações que o governo federal está tomando em favor da população LGBTQIA+. “É sempre muito bom estar nesses espaços, compartilhar experiências e entender as diferentes realidades, sabendo que temos muito a contribuir”.

Bia lembrou que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos trabalhadores foi uma das primeiras a conquistar direitos LGBTQIA+. “Discutimos essas questões de forma permanente. A parceria entre o Banco do Brasil e a Secretaria Nacional de Direitos LGBTQIA+ que vai investir em projetos de formação e empregabilidade dessa população, por exemplo, dialoga diretamente com pautas que viemos discutindo ao longo dos anos. Acreditamos que esse trabalho conjunto tem tudo para render muitos frutos e esperamos que outros bancos também abracem esse papel de responsabilidade social.”

A secretária da Contraf-CUT se referia ao projeto piloto do Programa Empodera+, lançado na quinta-feira (30), pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e a secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, durante a 23ª Feira da Diversidade em São Paulo. A ação faz parte da Estratégia Nacional de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social.

Na ocasião, os representantes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) firmaram duas parcerias, por meio da assinatura do Termo de Execução Descentralizada com representantes da Fundacentro e da celebração do Protocolo de Intenções com o Banco do Brasil. Na quarta-feira (29), durante outro evento em SP com a participação do MDHC, o Banco do Brasil anunciou investimento de R$ 1 milhão para a estruturação de projetos sociais que trabalhem a causa LGBTQIA+ em 2024. Caberá ao Ministério definir as entidades que irão receber os recursos.

Para o ministro Silvio Almeida, cada parceria é essencial: “É um grande orgulho participar desse momento de reafirmação do compromisso do Brasil com a população LGBTQIA+. As medidas firmadas hoje visam devolver a cidadania para brasileiros e brasileiras que, a partir das ações anunciadas, terão acesso a emprego, uso de recursos para geração de renda e financiamentos que beneficiem a população LGBTQIA+”.

A Secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, destacou os avanços da secretaria após um ano da sua inédita criação: “Estamos aqui para apresentar ações efetivas do Governo Federal relacionadas à empregabilidade, qualificação profissional, acolhimento e muito mais. Nossa parceria, agora já firmada com o BB e a Fundacentro, é mais um passo na caminhada pela valorização e luta pela dignidade da população LGBTQIA+”, comemorou a gestora.

Projeto Pride

Outro destaque do encontro foi o lançamento da cartilha do Projeto ‘Pride – Promovendo Direitos, Diversidade e Igualdade’, que começou em 2021 com o objetivo de aumentar a participação da população LGBTQIA+, especialmente a população trans, na economia formal e no mercado de trabalho. Com a meta inicial de promover inclusão e trabalho decente para ao menos 300 pessoas, a estratégia foi expandir o projeto Cozinha&Voz, inicialmente bem-sucedido no ABC Paulista, para todo o país. A CUT, como parceira, atua na sindicalização e formação da população trans.

A cartilha, lançada no dia 30 de maio, oferece informações e subsídios sobre o projeto, incluindo dados e métodos para capacitação. Além disso, entre 17 e 22 de junho, ocorrerá uma segunda edição de formação presencial em Porto Velho (RO), organizada em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de Rondônia e o Instituto Mais Diversidade. A CUT integrará essa formação, contribuindo na semana de formação sindical para os bolsistas.

Coletivo LGBTQIA+

Representantes de diversas entidades filiadas à CUT, como sindicatos, federações, confederações e estaduais, reuniram-se em 31 de maio para planejar ações em defesa dos direitos dos trabalhadores LGBTQIA+. No dia 1º de junho, a reunião contou com movimentos sociais que também lutam pelas pautas LGBTQIA+.

Rede LGBTQIA+

O evento contou com a participação de diversas entidades parceiras que defendem a população LGBTQIA+, além de personalidades especializadas em políticas públicas, comportamento e mercado de trabalho. Entre os convidados estavam coletivos de partidos como PT, PCdoB e Psol, representantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, do Conselho Popular, e parlamentares, como o deputado federal Vicentinho (PT-SP) e a deputada estadual Maria Izabel de Azevedo Noronha (professora Bebel), do PT de São Paulo.

A programação abordou temas como a organização de uma Conferência Nacional, as eleições como período de disputa ideológica e o Programa Brasil de Todas as Cores, idealizado por diversas entidades a partir de conferências regionais realizadas em 2022.

Fonte: Contraf-CUT

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